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Professor universitário Roberto Mendes trocou o Celta ‘pelado’ por um Agile completo | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Professor universitário Roberto Mendes trocou o Celta ‘pelado’ por um Agile completo| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Acessórios

Consumidor utiliza o financiamento para equipar o veículo

Na corrida para seduzir o consumidor, as concessionárias desenvolveram uma linha de crédito específica para peças e acessórios. Apesar da facilidade, poucos consumidores utilizam a ferramenta. A forma mais tradicional para equipar os carros é diluir o "custo extra" nas parcelas do financiamento do automóvel.

"As pessoas optam por parcelamentos longos, de 48 ou 60 vezes. Assim, escolher os acessórios e incluir na parcela fica um valor pequeno a mais", explica o gerente comercial do grupo Corujão, Alfredo Chaerke Junior.

De acordo com Luís Antonio Sebben, diretor geral da Fenabrave no Paraná, a disputa entre as montadoras e concessionárias tem contribuído de forma direta para o aumento das ofertas no mercado. "Existem inúmeros modelos e ofertas no mesmo mercado. Além disso, o consumidor está conhecendo melhor os produtos, o que permite melhorar e equipar ainda mais o seu futuro automóvel", diz.

  • Versões de entrada começam a perder mercado
  • Carros populares, como o Mille, são produzidos para atender os frotistas

A expansão do poder aquisitivo e a facilidade de crédito têm impulsionado algumas mudanças no aquecido mercado de automóveis. Nos últimos anos, o consumidor tem trocado o carro popular, também chamado de versão de entrada, por modelos equipados com acessórios de segurança e conforto. A expectativa é que esse segmento continue crescendo.

"Os brasileiros sempre quiseram carros completos mas não faziam pela dificuldade de pagamento e pelos altos preço. Há um ano, isso mudou e não tem volta. Essa tendência de mercado veio para ficar", aponta Luís Antonio Sebben, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribui­do­­res de Veículos do Paraná e di­­retor geral da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Au­­to­­motores (Fenabrave) no estado.

Para o gerente comercial do grupo Corujão, Alfredo Chaerke Junior, o novo cenário é ainda mais evidente na Região Sul do país, principalmente nas capitais, onde a mudança de classes sociais foi consideravelmente acentuada. "O consumidor da classe B que pulou para a classe A passou a consumir carros mais completos. Já quem era da C, que consumia veículos seminovos, e foi para B, agora está optando pe­­lo carro novo", explica. "As pessoas estão dispostas a pagar mais pelo conforto".

Ainda segundo Chaerke, ou­­tra razão que tem contribuído para a venda de versões equipadas é o barateamento dos produtos. Acessórios que eram verdadeiros artigos de luxo há alguns anos, agora cabem no orçamento do consumidor. "É possível pagar cerca de R$ 3.900 pelo kit com ar condicionado e direção hidráulica, metade do preço de 3 anos atrás", diz.

Após conseguir aumentar sua renda e analisar o orçamento pes­­soal, em agosto passado, o professor universitário Roberto Mendes trocou o Celta ‘pelado’ por um Agile completo, ambos da marca Chevrolet. Como mora em Curitiba, mas trabalha al­­guns dias em Iraty, o veículo é utilizado semanalmente em viagens.

"Eu viajo muito de carro e precisava de um veículo com mais itens de segurança e conforto. Ainda não tinha definido o mo­­delo que compraria, mas já estava certo que seria um carro na faixa dos R$ 40 mil e com acessórios", conta Men­­des, que parcelou o automóvel em 24 vezes.

Mercado

De acordo com o presidente da Fenabrave, as montadoras já identificaram essa mudança e estão atendendo as novas de­­mandas, tudo para agradar o consumidor. "Os veículos acima de R$ 30 mil já saem da fá­­brica completos. Os modelos já vem com os principais acessórios", diz. Na lista de itens mais requisitados estão a direção hi­­dráulica, ar condicionado e o pa­­cote elétrico (vidros e travas elétricas).

Porém, os carros populares com motor 1.0 e nenhum acessório não deixaram de ser produzidos. Esse tipo de modelo é muito procurado por locadoras e pessoas jurídicas (empresas) que re­­presentam, respectivamente, 5% e 10% do mercado.

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