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Seguro, guincho, postos de combustível, serviço de apoio ao usuário em rodovias, marido, namorado, etc. Hoje em dia há um leque de opções para a mulher moderna não precisar colocar a mão na massa na hora de trocar um pneu. A maioria, aliás, não faz questão nenhuma e sequer se preocupa em saber a maneira correta de realizar esse serviço ou aonde fica o estepe. Mas o destino às vezes pode pregar peças e quando menos espera lá se vai a eterna certeza de que "isso nunca vai acontecer comigo".

A jornalista Ângela Smaniotto, 26 anos, viu está célebre frase cair por terra, ou melhor, "por asfalto" durante uma viagem de Curitiba a São Paulo, pela BR-116, em 2004. Acompanhada de duas amigas, ela seguia tranqüila ao volante, quando, ofuscada pelo adiantado da hora (era perto das 23 horas), não conseguiu desviar o seu Ford Ka do buraco que surgira repentinamente. Resultado: pneu furado.

A primeira atitude após parar no acostamento foi pegar o celular. Para azar, não havia um "risquinho" de sinal da torre. Com a estrada praticamente deserta e o posto mais próximo a quilômetros de distância, o jeito era encarar o desconhecido estepe. Esvaziaram todo o porta-malas e, para espanto delas, não encontraram nenhum pneu sobressalente. "Não entendíamos porque o estepe não estava lá. Achávamos que o local dele era padrão para todos os automóveis", recorda Ângela.

Só que Ka integra o grupo de veículos cujo pneu reserva fica sob o assoalho, como se observa também no Citroën Picasso, Fiat Palio Weekend, Peugeot 206, entre outros. A posição "estratégica" visa dar maior espaço ao porta-malas, segundo as montadoras.

Vinte minutos se passaram até descobrirem o paradeiro do acessório, graças ao manual do carro. Antes disso, tentaram retirar a roda danificada, sem sucesso. "Os parafusos estavam emperrados. Subi na chave de roda para forçar ainda mais e fui parar no chão", conta, hoje aos risos.

Usando uma luz de isqueiro que insistia em apagar com o vento – não havia lanterna –, a jornalista foi em busca do estepe e com muito custo, a roupa suja de graxa e alguns arranhões conseguiu retirá-lo. A tensão aumentou ainda mais ao perceberam que o reserva também estava vazio. "Naquela altura, o medo tomava conta. Estávamos sozinhas e no escuro. Por sorte, algum tempo depois, um guincho, que passara pelo local, acabou nos socorrendo", narra Ângela, atualmente morando em Recife. "Achei a localização do estepe muito complicada. Ainda mais para um carro com perfil feminino. Talvez com um cursinho rápido e uma boa lida no manual, as coisas não fossem tão difíceis", completa.

Situações como a de Ângela e suas amigas são raras, mas possíveis de acontecer. Portanto, nunca é demais saber onde fica o compartimento de estepe. Na maior parte dos veículos nacionais ele se localiza no porta-malas, coberto pelo carpete, e pode ser solto apenas girando uma rosca. Já os que trazem sob o assoalho às vezes necessitam de uma chave específica. E são estes os campeões em desconforto, pois exigem que o motorista deite ou sente no chão e puxe o pneu até poder levantá-lo.

Outra disposição do reserva é aquela fixada na tampa do porta-malas, típicos dos modelos camuflados de off-road, como EcoSport, CrossFox e Doblò Adventure. A boa altura facilita a retirada, mas pode dificultar a recolocação do pneu furado no lugar do estepe.

Aula em casa

A estudante Elly Cavasini Plucheg, 18 anos, de Curitiba, embora ainda não tenha passado por apuros com o seu Ka, demonstrou que um pouco de aprendizado evita maiores dificuldades na hora de liberar o estepe para a troca de pneus. Durante uma simulação não chegou a levar mais do que cinco minutos para abrir o porta-malas e desengatar, através de um botão com rosca, o cabo de aço que sustenta as barras que prendem o estepe embaixo do carro. Sem se importar de sujar as mãos também tratou de retirar o pneu reserva e depois prendê-lo novamente. A estudante conta que foi o seu pai, Rogério Plucheg, quem a ensinou algumas particularidades do carro, entre elas, a troca de pneus.

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