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Para divulgar o Racing Festival e o seu sedã Linea, a Fiat convidou a imprensa automotiva de Curitiba para dirigir o carro no circuito | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Para divulgar o Racing Festival e o seu sedã Linea, a Fiat convidou a imprensa automotiva de Curitiba para dirigir o carro no circuito| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

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A 9ª e 10ª etapas do Trofeo Linea serão no dia 17 de outubro em Brasília (DF)

Padrinho

A modalidade é uma das cate­­gorias do Racing Festival. Ela tem como padrinho Felipe Massa, piloto da Ferrari na F-1 e idealizador também da Fórmula Future, categoria de monopostos destinada a jovens que acabam de sair do kart.

Desclassificação

A rodada dupla do último fim de semana em Pinhais foi bas­tan­te movimentada. Houve três desclassificações: Cacá, Popó Bueno e André Bragantini, quarto, nono e oitavo colocados, respectivamente, foram excluídos da segunda prova após a vistoria técnica, que detectou irregularidades no filtro de ar nos carros dos irmãos Bueno, além da cambagem fora de especificação no carro de Bragantini.

Novo líder

Giuliano Losacco, vencedor da primeira bateria (Clemente Faria Jr. ganhou a segunda), assumiu a liderança, com 59 pontos; Bragantini caiu para segundo, 54, e Cacá vem em terceiro, com 51.

  • O repórter (de balaclava) ouve as orientações do piloto Juliano Moro antes de acelerar

Se você é um motorista co­­mum e nunca teve a oportunidade de acelerar em uma pista de corrida não sabe o que está perdendo, ainda mais se andar num carro preparado para competição. A emoção de entrar na reta com o pedal direito lá embaixo ou contornar curvas em alta velocidade é incomparável.

O jornalismo automotivo às vezes possibilita curtir sensações como essas, transformando o repórter em piloto, nem que seja por alguns minutos. No Racing Festival, evento promovido pela Fiat e ocorrido no último fim de semana no autódromo de Pinhais, fui convidado pela organização a conferir o desempenho do sedã Linea, adaptado para disputar a categoria Turismo (Trofeo Linea).

Do modelo convencional só so­­braram o visual externo e o motor 1.4 T-Jet, que recebeu preparação para competir, incluindo novas turbina e central da injeção eletrônica, além de etanol no lugar da gasolina. A potência original de 150 cavalos saltou para 215 cv. Suspensão, pneus, carroceria, câmbio e freios também foram modificados.

Por dentro, nada do conforto e da sofisiticação típicas do Linea vendido na concessionária. Não há forrações na porta e no chão; o painel foi retirado, assim como os assentos. A cabine ganhou um ambiente de corrida, reforçado pelos tubos de aço que formam a gaiola de proteção.

Apesar de três experiências anteriores nas pistas, o friozinho na barriga esteve presente. O programa previa duas voltas com o piloto gaúcho Juliano Moro de carona – ele ajudou a desenvolver o Linea de competição.

A primeira dificuldade foi entrar no carro. Exigiu certo contorcionismo para me encaixar no reduzido espaço entre o banco tipo concha e o conjunto barra de direção e painel. O assento de tão estreito limitava boa parte dos movimentos. O cinto de três pontos era justíssimo ao corpo, o que dava uma sensação de desconforto, mas ao mesmo tempo de segurança. Pensei: "Bom, se bater eu não vou sair do lugar".

A maior estranheza foi a altura do veículo em relação ao solo, baixíssima. Com isso, não enxergava quase nada da pista, muito menos onde terminava o carro. Motor ligado, dei algumas aceleradas para ouvir o "canto" grave do motor, um pouco abafado pela balaclava (gorro feito com malha de lã que ajuda a proteger a cabeça) e o capacete.

Juliano Moro atentou para a em­­breagem mais dura, o que poderia dificultar a arrancada. Não deu outra, deixei o Linea morrer duas vezes até conseguir sair na terceira tentativa. A troca de marchas via câmbio sequencial era simples – para subir as marchas bastava um toque na alavanca.

Saio dos boxes e entro nos 500 metros restantes da reta de quase 1.000 m. A adrenalina subiu acompanhando o contagiros. A essa altura já era impossível conversar dentro do cockpit devido ao ronco do propulsor. Chego a colocar a quinta marcha (no total de seis) antes de frear fortemente para contornar a "S" de baixa, uma sequência de curvas. Mais um trecho de reta para deixar o "espírito" de Ayrton Senna tomar conta do condutor.

Veio a Junção, também chamada de entrada do miolo, onde há uma curva para a direita e geralmente feita em plena aceleração. É nessa hora que se percebe o quanto a suspensão foi trabalhada para manter o sedã grudado ao chão. Ajudado pelos pneus largos (235/25 R16), o carro não fez menção de querer desgarrar. A pedido de Moro, contornei o trecho em terceira, mas deu aquela vontade de pisar fundo e fazer o velocímetro digital subir mais.

Não tive o mesmo desejo ao chegar na Pinheirinho, a mais técnica das curvas do autódromo, feita para a esquerda, e obrigatoriamente em baixa velocidade para evitar o risco de sair na grama. Mas logo surgiu uma pequena reta, seguida da "S" de alta, de raio longo, feito em descida, com o acelerador todo pressionado. A pouca visibilidade intimidou o piloto na primeira volta, mas na segunda a confiança fez o Linea "beijar" as zebras em alta velocidade.

E, por fim, chego na curva Vi­­tória, que antecede a grande reta. A partir dela comecei a acelerar e só tirei o pé um quilômetro à frente, após atingir quase 200 km/h. Novamente a recomendação de andar dentro do "limite de segurança" não permitiu verificar se o Linea vai mesmo até 230 km/h na reta de Pinhais (os competidores asseguram que sim, e se a reta fosse mais longa, chegaria a 250 km/h, segundo eles).

Cerca de cinco minutos depois, e duas voltas completadas, parei no box ainda com a taxa de adrenalina lá em cima. A intensidade fez parecer que as voltas duraram uma prova inteira. Mais uma daquelas experiências "únicas" das quais não se esquece tão cedo.

Se você tiver a chance de andar num circuito, nem que o veículo seja o seu carro do dia a dia, não perca a oportunidade (a Força Li­­vre Motorsport promove o Desafio 201 m para o motorista de rua). Só mesmo acelerando em um local seguro, próprio para tirar o máximo de potência do motor, para entender por que a velocidade é tão apaixonante.

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