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24º Congresso e ExpoFenabrave reuniu em dois dias de evento cerca de quatro mil participantes | Marco Venicio/Divulgação
24º Congresso e ExpoFenabrave reuniu em dois dias de evento cerca de quatro mil participantes| Foto: Marco Venicio/Divulgação

Opinião

Crescimento do setor depende de políticas para mobilidade urbana

Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)

O nosso país está entre os menores índices de motorização por habitante do mundo, o que representa um grande potencial. Mas temos o desafio de criar políticas de médio e longo prazo para o setor. E um desses desafios é pensar no uso racional dos carros. Peguemos São Paulo como exemplo: lá, a relação é de dois habitantes por veículo, a mesma de alguns países da Europa Ocidental. A média de licenciamento de veículos novos fica em até 900 por dia. Mas, ao mesmo tempo, cerca de 800 saem de circulação, seja por venda, acidentes ou transferências. Logo, o que percebemos é uma substituição da frota, o que dá a oportunidade de a cidade realizar um planejamento que permita implantar obras de engenharia de tráfego inteligente. Investir em uma sinalização mais eficiente e na integração dos modais são algumas dessas saídas. Já nas localidades com menor índice de motorização, estamos trabalhando para que os municípios criem planos diretores com um planejamento de mobilidade previsto para 2050. Só assim podemos chegar a um melhor uso dos carros sem comprometer as cidades.

25% dos clientes dos EUA concentram a preferência em até quatro modelos. A internet reduziu a ida às concessionárias de uma média de 6 para 1,7 lojas.

  • Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave

A situação em 2014 não está fácil para os revendedores de veículos. Com queda de 7% nos emplacamentos no primeiro semestre deste ano em comparação com 2013, a média de vendas nos primeiros seis meses alcançou um patamar semelhante ao registrado no mesmo período em 2010, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). Para encontrar alternativas para reaquecer o mercado, a entidade realizou nos últimos dias 13 e 14, em Curitiba, o 24.º Congresso e ExpoFenabrave. Ao todo, o evento registrou cerca de quatro mil participantes.

Entre os pontos centrais apresentados no encontro estiveram o maior foco nas venda de autopeças, de seminovos e usados, na prestação de serviços de pós-venda e na capacitação dos vendedores. O presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti, afirma que o mercado consumidor no Brasil passa por uma mudança cultural. Agora, os clientes estão mais bem informados e certos das suas escolhas, antes mesmo de entrar nas lojas. E isso exige uma mudança no setor. "Os compradores tiram as dúvidas básicas pela internet, selecionam dois ou três produtos e chegam às lojas bem informados sobre o que querem", diz Meneghetti.

Segundo um levantamento do Google, 93% dos consumidores dos EUA usam o site de buscas para saber mais sobre os veículos. No total, 61% dos compradores têm o YouTube como uma dessas ferramentas. Do total de clientes que usa a ferramenta, 25% concentram a preferência em quatro modelos de veículos. E se antes os compradores visitavam em média 6 concessionárias, hoje este número é de 1,7.

Segundo o presidente da Fenabrave, embora diferente, a realidade brasileira se aproxima aos poucos da norte-americana, o que exige uma constante atualização dos profissionais da área. "Por essa ser uma cultura nova no país, ela não será adquirida pelas concessionárias de um dia para o outro. Mas a internet e as redes sociais são instrumentos que vieram para ficar, e as empresas estão orientando os vendedores a dar uma resposta rápida aos clientes", conta ele.

Já a venda de autopeças, seminovos e usados e de serviços de atendimento ao consumidor não são novidades nas revendas. Entretanto, esta pode ser uma via alternativa para as concessionárias superarem o momento de vacas magras do mercado. Durante a palestra inaugural da ExpoFenabrave, o presidente e CEO do BMW Group Brasil, Arturo Piñeiro, afirmou que os usados representam um negócio mais rentável do que os zero quilômetro para a marca. A venda de seguros e financiamentos foi outro exemplo dado pelo empresário como fonte de renda para manter a saúde financeira, o que pode ser copiado por outras montadoras.

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