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Helena mostrando habilidade no volante da picape | Fotos: Divulgação
Helena mostrando habilidade no volante da picape| Foto: Fotos: Divulgação
  • Helena Deyama
  • Moara Sacilotti
  • Roberlena Moraes
  • Roberlena, Helena, Moara e Doris
  • Moara Sacilotti e sua Yamaha 450
  • Caminhões também competem na prova off-road

Entre pilotos e navegadores estrangeiros, além de um time brasileiro de peso, seis mulheres estão participando da prova. Mesmo com perfis variados, as pilotos Helena Deyama, 49 anos, e Moara Sacilotti, 29 anos, e as navegadoras Joseane Koerich 38 anos, Doris Van Hees, 44 anos, Roberlena Moraes, 39 anos, e Kika Braga, de 30 anos têm em comum a paixão pelo off-road.

Helena, que completa nesse ano uma década de Sertões, e Joseane formam a única dupla feminina do rally. As competidoras, apesar de já se conhecerem, andam juntas pela primeira vez. Elas estão competindo com um Mitsubishi Pajero TR4. "Estou muito feliz por completar 10 anos de Rally, mas cada ano é diferente e é sempre uma grande experiência para mim", comentou Deyama.

A mais jovem, Moara, além de ser a mais nova entre as mulheres, é motociclista e está competindo com uma Yamaha WR 450 na categoria Production – válida pelo Mundial FIM (Federação Internacional de Motociclismo). A paulista, nascida em São José dos Campos, começou no esporte ainda criança, aos sete anos, por influência do pai, o ex-piloto Gilberto Sacilotti. Aos 18, a piloto estreou no Sertões, sendo a primeira representante do sexo feminino de sua categoria, e foi vítima de preconceito por ser uma jovem competindo contra muitos homens experientes (mesmo dentro de sua própria equipe havia uma aposta sobre quantos dias de prova ela suportaria). Moara sofreu um acidente no sétimo dos dez dias de corrida e, no tombo, fraturou o ombro. Mas contrariando a equipe médica ela continuou na prova e após cinco mil quilômetros de corrida, entre São Paulo e Natal, ela obteve uma grande vitória: completar o Rally dos Sertões pela primeira vez. Moara também está completando uma década de Sertões.

"Em 2008 havia mais uma mulher competindo de moto, mas nesse ano eu sou a única. Estou bem ansiosa e espero fazer uma boa prova. Desde o final do ano passado estou treinando forte para a disputa já que acredito que essa edição é mais técnica e o percurso mais travado", afirmou Moara, que garantiu não sofrer mais com o preconceito masculino.

Parceria com os maridos

Já as navegadoras Doris, Roberlene e Kika estão correndo ao lado de seus maridos, o holandês Willem Van Hees, o paulista Marcelo Carqueijo, e o baiano Regis Braga Maia, respectivamente. Como é normal em uma disputa tão difícil e longa, elas também sofrem com o stress causado pelo desgaste físico e psicológico. Ambas disseram que a intimidade com as caras metades faz a parceria dar certo, mas afirmaram que as brigas são inevitáveis.

Roberlena lembrou que uma das piores brigar aconteceu em uma prova de regularidade. "Em uma etapa, acho que havia algum problema na planilha e por três vezes chegamos a um local sem saída. Depois disso, ele parou o carro e gritou comigo: ‘Eu não passo mais por aqui, porque você está cometendo um erro infantil! Você vai falar para onde temos de ir, senão vamos embora!’. Encostamos o Troller no meio do mato, saímos do carro, jogamos os capacetes no chão e cada um foi para um lado. Após uns dez minutos sem nos falarmos, a gente se olhou e concordamos em voltar à prova. Chegamos em quarto lugar".

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