O aposentado Antônio Rodrigues Silva, de 59 anos, morador no Cristo Rei, costuma passar as festas de fim de ano com a família da esposa em Visconde do Rio Branco, próximo a Juiz de Fora, Minas Gerais. Esse período é marcado por fortes chuvas e enchentes na região Sudeste. E foi justamente uma tempestade de verão a responsável por Antônio jamais esquecer do Ano Novo de 2002.
No dia 31 de dezembro daquele ano, o céu "despencou" sobre uma cidade vizinha. Era tanta água que o rio que passa ao lado de Visconde do Rio Branco transbordou em poucos minutos, tomando as ruas do município. O Palio Weekend de Antônio acabou engrossando a lista de vítimas. "Quando vi a água já estava na altura do espelho externo. Não deu tempo de fazer nada", lembra o aposentado, natural do Rio de Janeiro.
Assim que o nível da água baixou o automóvel foi rebocado para uma concessionária, mas o estrago já estava feito. Componentes eletrônicos importantes haviam sido afetados, suficiente para que a loja não garantisse o bom funcionamento do veículo após um eventual conserto. Resultado: perda total.
Este, porém, nem sempre é o fim reservado ao carro que tenha sofrido a submersão. De acordo com Adir Francisco Gnoalto, da Auto Mecânica Adir, ainda é possível recuperar o automóvel. "Quanto mais rápido retirá-lo da água, maiores são as chances de salvar o motor. O veículo é desmontado por completo, é feita uma limpeza cuidadosa, especialmente da central eletrônica, e as peças danificadas são trocadas", explica Adir, que cita o exemplo de um Gol carburado, recuperado em sua oficina após ter ficado dois dias submerso numa garagem em Curitiba. "É claro que deve-se pesar o custo do serviço. No caso deste Gol, o proprietário desembolsou R$ 2,2 mil. No entanto, há situações em que o conserto ultrapassa a R$ 10 mil. Aí é melhor acionar o seguro", completa.
O Corsa Sedã do empresário Marcos Vinicius Wotroba, de 31 anos, residente no Cristo Rei, tambén teve salvação. Ele foi um dos diversos carros que praticamente boiaram no estacionamento do PolloShop, do Alto da XV, naquele fatídico 7 de julho de 2003, quando até enormes pedaços de granizo caíram sobre a capital paranaense. "Fez uma bacia dágua no local onde estavam os veículos. A água batia pela cintura. Consegui retirá-lo do local e levar a uma especializada. Tive que inclusive trocar os bancos. Após duas semanas de oficina e um gasto de quase R$ 1 mil, voltei a ter Corsa como estava antes", conta Marcos.
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