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O que os nomes Bad Jack, Pingüim e Xerife têm em comum? São apelidos de modelos hot road que levam a assinatura do restaurador Sérgio Liebel, 41 anos. Quem acompanha o universo dos veículos antigos customizados com mecânica moderna conhece bem este curitibano, proprietário da oficina Hot & Rusty (Quente & Enferrujado). Boa parte de seus trabalhos tem como marca registrada a pintura em flame, técnica que reproduz desenhos de labaredas pela carroceria. Tal estilo acabou rendendo a Liebel a fama de fazer carros moldados pelo fogo.

Curiosamente, o seu automóvel pessoal preferido, um Ford Roadters 1930, não traz as famosas labaredas. Pelo menos na lataria. As línguas de fogo estão lá, só que surgem do escapamento. Um lança-chamas adaptado se encarrega em dar um visual ainda mais quente ao conversível vermelho, batizado de Red Hot. Se o Xerife é o mais famoso e premiado projeto de sua autoria, feito em cima de um Ford 1930, é do Red Hot que ele mais se orgulha. "Não há nada que substitua aquela sensação de liberdade, com o vento batendo no rosto", resume o dono.

A customização do veículo foi uma das primeiras feitas pela Hot & Rusty. E tudo saiu como projetado. A suspensão dianteira de eixo rígido foi rebaixada em quatro polegadas. De um Maverick veio o diferencial, ligado a caixa de câmbio C4 do Landau. A coluna de direção escamoteável foi doada por um Opala. "Alisei a peça para ficar mais parecida com os projetos americanos", diz.

Sob o capô um motor retirado do Ford 302, regulado segundo a configuração do 351 – mais elástico, que oferece menos torque em baixa rotação, usado em versões de Mustang e Maverick. O propulsor recebeu ainda coletor de admissão de alumínio e carburador de 650 cfm’s.

Liebel estava tão entusiasmado com o projeto do hot que não agüentou esperar o veículo ficar pronto para dar a primeira volta. "Fui para rua com o carro sem pára-lamas, escapes, placa ou faróis. Estava a três quarteirões da oficina quando um policial me parou. Disse que iria apreender ‘essa canoa com motor’ se saísse novamente", lembra. A transformação consumiu cinco longo anos, intercalados por outras customizações que serviram de aprendizado para a construção do Red Hot.

Apesar de cuspir fogo, o conversível possui um visual bem comportado. A pintura vermelha combina de maneira harmoniosa com os detalhes cromados, observados principalmente no motor e nas rodas aros 15" (na frente) e 17" (atrás). Maçanetas, dobradiças e frisos foram todos retirados, realçando a proposta mais clean. O pára-brisa utilizado tem duas polegadas a menos que o original, enquanto que as portas receberam sistema de abertura por controle remoto.

O interior segue o conceito clássico, com bancos e forro de porta em couro e na cor caramelo. A manopla de câmbio é personalizada em dados flamejantes, pintados a mão por um artista norte-americano.

Por pouco o Red Hot não deixou de ser apenas um sonho do restaurador. Certa altura ele pensou em desistir diante das dificuldades na execução do projeto. "Mas a paixão pelo hot é tão grande que não me permitiu parar. Minha equipe também contribuiu para seguir em frente", salienta.

Como a alma hot road é a busca constante pela transformação do carro, Liebel já adiantou que em breve o vermelhinho ganhará a pintura flame nas laterais. "Tem mais a minha cara. Também colocarei uma armação de pára-brisa dividida em dois vidros", comenta, para em seguida concluir: "Quando o carro é seu, os projetos nunca acabam."

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