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Pequenos riachos e piso com muita lama são  obstáculos comuns no rali de regularidade | Fotos: Donizetti Castilho/Troller
Pequenos riachos e piso com muita lama são obstáculos comuns no rali de regularidade| Foto: Fotos: Donizetti Castilho/Troller

Lazer

Jipeiros oferecem passeios para todos os gostos

Em Curitiba e região ocorrem práticas de rali de regularidade com níveis de dificuldade que variam do iniciante ao avançado. O Jeep Clube Curitiba (facebook.com/JeepClubeCuritiba), por exemplo, organiza passeios sob medida para qualquer modelo de 4x4, desde os SUVs compactos até os modelos mais ‘brutos’.

"Os passeios são voltados para o público que não compete e tem carros 4x4 para o uso diário", declara o presidente do conselho do Jeep Clube Curitiba, Joselito Voltolini. Em média, as inscrições custam R$ 100 por pessoas, com planilhas, camisetas e almoço incluídos. Já a inscrição para a Copa Troller foi de R$ 60, com aula introdutória, planilhas, camisetas e alimentação. Além da categoria Passeio, a Troller oferece tours mensais aos clientes da marca.

Avançados

Embora Voltolini afirme que não sejam necessárias melhorias para quem quer apenas se divertir com a família, os competidores que desejam avançar no esporte devem estar dispostos a investir nos seus jipes. Os aparelhos eletrônicos para o cálculo exato da velocidade e mapeamento dos trajetos custam em média R$ 3 mil, segundo o presidente. Já os pneus de 42", que conseguem sair de qualquer atoleiro, podem chegar a R$ 2 mil cada, dependendo da marca.

Alguns competidores também ‘chipam’ os carros, ou seja, aumentam a sua potência. Com isso, os modelos T4, que possuem motor turbodiesel 3.2, de 165 cv e 38,7 kgfm de torque na versão 2013, podem alcançar os 280 cavalos.

Para as modalidades Turismo, Graduados e Master, a Copa Troller exige que os inscritos sejam filiados à Confederação Brasileira de Automobilismo.

Opinião

Carro potente e noções de navegação são suficientes

Fábio Cherubini, repórter do caderno Automóveis, Motos & Cia

Não há mistério em participar pela primeira vez de um rali de regularidade na categoria Passeio, como fiz no último dia 17 na Copa Troller a convite da marca. O segredo é ter um 4x4 potente, que aguente o tranco das estradas de chão, e ter ao lado um navegador que sabia como ler as coordenadas da planilha. Quem nunca andou num dos clássicos carros com tração nas quatro rodas, como o Jeep Wrangler e o Troller T4, pode estranhar a força de arranque e o peso para a troca das marchas no começo. Mas depois que se pega o jeito, não há qualquer dificuldade. Trocar uma ideia com pessoas que já participaram de ralis antes é importante para pegar umas dicas úteis na hora de dirigir. E não pense duas vezes antes de chamar algum amigo ou familiar mais aventureiro e que curta a natureza para cair na estrada com você. A diversão é garantida, mesmo que, para alguns, como é o meu caso, seja um sacrifício acordar às 7 horas da manhã.

  • Marcio Yomura (ao centro) participa de ralis na companhia dos pais Roberto e Eliane

No sábado passado (17), um grupo de 200 pessoas sentiu o cheiro de poeira das estradas de chão que cortam as zonas rurais da Região Metropolitana de Curitiba. Reunidos em 100 carros, elas participaram da 1.ª etapa da Copa Troller de rali de regularidade, em um trajeto de 120 km de trechos sinuosos no meio da mata e dos morros que circundam São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Morretes.

O rali é uma modalidade que exige carros potentes, com tração 4x4 e que aguentem firme os pisos de terra. Enquanto uma pessoa dirige, outra (o navegador) guia o piloto por meio de um mapa com as coordenadas e as velocidades que devem ser seguidas. Ganha a competição quem passar pelos trechos determinados da forma mais exata possível.

Mas não é preciso ser um ás do volante para entrar neste universo. A Copa Troller, na qual participam apenas os modelos T4, possui cinco categorias: Passeio, para quem só quer se divertir, sem competir com ninguém; Expedition, para iniciantes; e Turismo, a Graduados e a Master, voltadas às duplas mais avançadas. Para os principiantes que têm um 4x4 na garagem, mas nunca encararam o desafio, a Passeio é a modalidade ideal.

O técnico de medição de energia da Copel Márcio Yomura participa dos ralis de regularidade há dois anos, ao lado do pai, Roberto, e da mãe, Eliane. Os três já competiram em outras modalidades, mas hoje preferem apenas pegar a estrada e aproveitar a viagem. "Passeio não existe a pressão do tempo e você não força tanto o carro", conta Márcio. Para fazer os trajetos, a família usa apenas o seu T4 e a planilha de navegação. Esta categoria não exige alterações na suspensão, a compra de rodas maiores ou o auxílio de GPS e de equipamentos para a marcação de tempo e de velocidade, o que é imprescindível para as modalidades mais avançadas. Com tanta despreocupação, o clima era familiar e descontraído, com paradas para o café e para curtir a paisagem.

Briga pelo pódio

Ao contrário da família Yomura, o dentista Ronaldo Uezu, de São Paulo, prefere correr para ganhar. Pela quarta vez na categoria Expedition, o piloto foi acompanhado do cunhado, que fez as vezes de navegador, e do filho Micael, 12 anos, que ficou como ‘zequinha’ (passageiro do banco de trás que fica apenas como espectador). "Como eu fiz o passeio antes, já tinha uma noção de como funciona o rali de regularidade. Mas a minha intenção era a de ir para uma modalidade mais difícil e com mais velocidade", disse Uezu. Para ele, o esporte é uma forma de esquecer o estresse e se aproximar da família.

De acordo com o responsável pela categoria Passeio da Copa Troller, Ricardo ‘Baby’ de Menezes, os ralis de regularidade reúnem principalmente famílias e duplas de amigos ou de casais que querem passar um tempo juntos. Ele afirma que as competições de agora possuem menos obstáculos, para privilegiar a tomada de tempo, ao contrário do que ocorria antes, quando havia mais dificuldades. "Para criar os percursos, nós contatamos pessoas que vivem nas regiões em que os desafios vão ocorrer. Priorizamos rotas que os participantes percorram sem forçar o carro", conta Baby.

Um dia antes das corridas, a Troller realiza aulas introdutórias (briefing) para os novatos conhecerem os trechos e ler as planilhas com as coordenadas. No fim, o importante é aproveitar a viagem.

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