X-Trail agrada no asfalto e na terra

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O Nissan X-Trail chegou ao Brasil em 2004 credenciado pela marca como um "veículo urbano de recreação". Ou seja, oferecia conforto e agilidade para o trânsito na cidade, mas também era capaz de encarar com desenvoltura um passeio no fim de semana com trechos de terra e pisos irregulares. A segunda geração do utilitário esportivo, que já está à venda nas concessionárias, reforça ainda mais essa imagem.

A começar pelo nível de comodidade e sofisticação nas duas versões de acabamento, sob medida para o consumidor mais exigente. A SE, de entrada, vem com ar-condicionado automático, direção elétrica, air bags frontais, freios ABS, piloto automático, entre outros itens. Na LE soma-se o teto solar panorâmico, air bags laterais e de cortina e bancos de couro com os dianteiros ajustados eletricamente e com aquecimento.

Para a aventura off-road, ambas as configurações vêm equipadas com tração 4x4, acionada eletronicamente por um seletor giratório no console central. Isso facilita a vida de quem não gosta ou não está muito habituado com as tradicionais alavancas. A tração funciona de modo automático, quando gerencia sozinho a distribuição do torque entre os eixos e no modo "lock", que deixa a tração integral permanente até os 50 km/h. A reportagem da Gazeta do Povo fez um test-drive na região metropolitana de Curitiba, durante o lançamento nacional do carro esta semana. O percurso alternava asfalto e terra. Fora-de-estrada pode-se perceber a eficiência do sistema de tração. Transpor obstáculos também não foi problema devido a boa altura do carro em relação ao solo. Já no asfalto, a suspensão transmitiu segurança ao rodar, inclusive nas curvas.

O que mais chamou a atenção na segunda geração do X-Trail foi o novo motor 2.0 litros de 138 cavalos, que substitui o 2.5 de 180 cv, da versão anterior. Na teoria, a menor potência foi compensada com a adoção do câmbio CVT (do inglês, "transmissão continuamente variável") – que possibilita o aumento de velocidade no regime de torque máximo (20,2 kgfm) do motor quatro cilindros. O conjunto motor e câmbio é mesmo utilizado pelo Sentra.

No test-drive foi possível sentir que o utilitário acelera bem – segundo a fábrica, vai da imobilidade aos 100 km/h em 11,9 segundos. Porém, falta fôlego na hora da retomada para empurrar a 1,5 tonelada do jipe. Mesmo no modo "sport", o ponteiro do conta-giros sobe rapidamente sem trazer consigo o do velocímetro. Mas, para um veículo que foi desenvolvido para agradar mais na cidade, o desempenho não compromete.

A escolha pelo propulsor "mais fraco", somente a gasolina, foi a estratégia encontrada pela Nissan para reposicionar o preço do utilitário para baixo. O X-Trail SE custa R$ 94.990 e o LE, R$ 102.590. "O modelo anterior chegava a custar 12% a mais. Reduzimos a alíquota do IPI – quanto menor a potência, menor é a taxa – e facilitamos a manutenção ao adotar a mesma mecânica do Sentra", justificou Arison Souza, diretor de Marketing da Nissan do Brasil.

Importada do Japão, a segunda geração do X-Trail manteve o mesmo design robusto, com as linhas retas e tradicionais dos jipes da marca. Destaque para as barras longitudinais no teto com faróis de neblina. As rodas de 16 polegadas não casaram bem com o tamanho avantajado do veículo, mas ele traz as de 17 polegadas como opcional. O painel mostra desenho agradável e bom acabamento. Ao todo, são 24 porta-objetos espalhados pelo carro, com porta-copos refrigerados nas extremidades do painel e um grande porta-luvas no topo do console. O porta-malas tem capacidade para 603 litros, subindo para 1.773 litros com os bancos rebatidos.

A Nissan espera comercializar 100 unidades/mês do novo utilitário. Entre os seus principais concorrentes estão Kia Sportage, Honda CR-V, Toyota RAV 4 e Hyundai Tucson, além dos recém-lançados Dodge Journey e Chevrolet Captiva.