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Ratinho Jr. termina convenções como candidato a ser batido; veja quadro
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As convenções dos partidos, encerradas neste domingo, marcaram o fim do primeiro tempo da eleição. Agora começa a segunda parte da disputa, já com os exércitos organizados e prontos para começar a pedir seu voto. E o que se decidiu até agora (mesmo sem qualquer participação direta do eleitor) terá peso decisivo na escolha dos governantes em outubro.

No Paraná, não há dúvida de que quem começa o segundo tempo em vantagem é Ratinho Jr. (PSD). O deputado tinha como principal adversário Osmar Dias (PDT), que num lance inesperado desistiu da candidatura faltando pouco mais de 48 horas para o fim do prazo legal. Dizendo-se enojado com a política, Osmar renunciou à presidência do partido e parece perto de encerrar sua carreira.

Com isso, a adversária mais próxima de Ratinho parece ser a atual governadora, Cida Borghetti (PP). Assim como Ratinho, ela também montou uma coligação enorme e deve ter tempo de tevê e dinheiro do fundo eleitoral suficientes para se tornar mais conhecida – vice de Beto Richa (PSDB) até abril, Cida ainda nunca foi cabeça de chapa numa eleição majoritária.

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Ratinho leva vantagem por vários motivos. Primeiro, está em campanha frenética há muito tempo. Enquanto Cida ainda nem sabia se poderia assumir o governo (o que lhe dava condições mínimas para a disputa), Ratinho já corria o interior com encontros para até duas mil pessoas. Sem escassez de dinheiro (seu pai é o multimilionário apresentador de tevê Ratinho), o candidato vai de avião a dezenas de cidades por semana.

No governo Beto Richa, Ratinho também teve o melhor posto para negociar com os prefeitos. Enquanto Cida tinha um cargo “decorativo”, Ratinho liberava bilhões para os prefeitos na Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Hoje, nenhum outro candidato ao governo tem tanto acesso aos caciques municipais. E o deputado também montou uma bancada estadual que ocupa cerca de um terço da Assembleia Legislativa.

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Além dos pontos a favor de Ratinho, também é preciso levar em conta pelo menos um ponto contra Cida, na disputa direta entre ambos. Embora tenha estado no governo de corpo e alma, foi Cida quem ficou com Beto em sua chapa. Assim, é ela quem arcará com a rejeição do ex-governador, que depois de seus dias de glória passou a ser radioativo – principalmente em função do 29 de abril e de inúmeras denúncias de corrupção.

Ricardo Barros (PP), marido da governadora e seu principal articulador político, tentou até o último momento se livrar de Beto. Mas os deputados de sua base forçaram uma reaproximação: além disso, Richa leva consigo o PSDB, com dinheiro e tempo de tevê que não são de se jogar fora.

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A luta de Barros e Cida, agora, é para evitar que Ratinho leve a eleição no primeiro turno. A aposta é que se os dois forem para o segundo turno, Cida pode virar o jogo. Mas para isso, é preciso contar que Cida, somada às demais candidaturas, tenha mais votos que Ratinho. E não há mais uma terceira candidatura tão forte.

Os dois principais nomes da oposição, após a desistência de Osmar, são o deputado federal João Arruda (MDB), sobrinho de Roberto Requião (MDB), que na noite deste domingo ainda tentava alguma coligação para seu partido; e Dr. Rosinha, do PT. Mas Arruda, além de desconhecido, teve de montar a chapa às pressas; e Rosinha enfrenta toda a rejeição do PT no Paraná.

Na chapa de Ratinho, o discurso é como o daquele time que está vários pontos à frente no campeonato mas que não quer adotar a postura do “já ganhou”. “Vamos manter a humildade, os pés no chão etc”. Mas, no fundo, todo mundo sabe: o filho de Ratinho começa a eleição com uma mão na maçaneta do Palácio Iguaçu.

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