Cidadania, palavra mais do que manjada. Lemos e ouvimos essa palavra a todo momento, nos mais diferentes contextos. Trazendo para o meio educacional, difícil achar uma diretriz ou Projeto Político Pedagógico (PPP) que não traga uma frase como “queremos formar cidadão críticos e participativos”, ou “queremos preparar os estudantes para que exerçam plenamente sua cidadania”. Mas afinal, o que é ser cidadão?
Certo dia, ao ler um artigo intitulado “Cidadania e formação Cidadã na Sociedade da Informação”, logo pensei: mais um. Estava enganada. O texto inicia a abordagem sobre cidadania por um viés cívico e moral, o que é bastante comum, mas vai além e traz uma reflexão importante sobre o que é ser cidadão nos dias atuais. Obviamente, que ao transformar os eixos expostos por Valderrama (2014) em perguntas de um teste, precisei simplificar seus conceitos. Longe de mim empobrecer ou desvirtuar a intenção do autor, mas acho que a simplificação vale para dois motivos: o primeiro é convidar você que está lendo até aqui, a buscar o artigo original, que está referenciado logo a seguir. E o segundo, não menos importante, é promover uma reflexão sobre a sua maturidade enquanto cidadão. Então, vamos lá?
1 – Sabemos que hoje a informação está disponível e acessível a grande parte da população. Se você está lendo esse texto é porque tem esse acesso, mas e aí, o que você faz com essa informação que consome? Quanto é capaz de transformar essas informações em saberes e iniciativas concretas para serem aplicados social e politicamente?
2 – Você consegue argumentar e julgar a respeito do que vê, ouve ou lê nas mais diferentes mídias? Será que reconhece seu contexto social e político a ponto de atribuir sentido e concordar ou discordar com propriedade das informações que recebe?
3 – Quanto você pensa e trabalha coletivamente (em redes)? Se está na escola, desenvolve propostas pedagógicas que se fundamentam no trabalho em colaborativo, em equipes?
4 – Quanto é capaz de dialogar sobre um assunto sem menosprezar, ofender ou desqualificar seu adversário?
5 – Você consegue propor alternativas a situações que, sob seu ponto de vista não estão adequadas?
6 – Você compreende o papel das diferentes mídias, entende sua função política nos espaços públicos e é capaz de interagir com elas?
Seja lá quais foram suas respostas, espero ter trazido alguma reflexão com esse texto. Afinal, todos nós temos um pouco de educadores e de comunicadores, e por isso também somos um pouco de formadores de opinião. E já que carregamos essa responsabilidade, sejamos cidadãos ativos, tenhamos nossas próprias opiniões, diálogos e intervenções mais saudáveis para o bem comum. O cidadão ativo não é o que grita mais alto, nem o que aceita tudo passivamente. Cidadão ativo é aquele que usa elementos-chave como a informação, o conhecimento, o diálogo, a capacidade criativa e o trabalho em rede para transformar o lugar em que vive para melhor.
E então, você se considera realmente um cidadão?
Não deixe de conferir o texto original: Cidadania e formação cidadã na sociedade da informação: uma abordagem a partir da comunicação-educação. Valderrama, Carlos Eduardo. In: APARICI, Roberto (org.) Educomunicação para além do 2.0. São PAULO: Paulinas, 2014.
*Texto escrito por Ana Gabriela Simões Borges pedagoga, doutoranda em educação e gestora do Instituto GRPCOM, gerenciando projetos na área de educação e comunicação em todo o Paraná.
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