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No mundo moderno do MMA, assinar contrato com o UFC significa chegar ao auge da carreira.

Mais holofotes para os lutadores e, principalmente, mais dinheiro na conta — diferença que fica ainda mais evidente no caso dos brasileiros, já que o real é uma moeda desvalorizada em relação ao dólar americano.

Mas será que os salários pagos pelo Ultimate são tão bons assim? A resposta é: depende, nem todo mundo é Conor McGregor.

Vamos recapitular. Em 2011, quando Dana White e companhia resolveram apostar no mercado brasileiro, o valor mínimo pago a um atleta era de US$ 6 mil — valor que dobra em caso de vitória.

Ao longo do tempo essa quantia subiu para US$ 8 mil e desde 2015 para US$ 10 mil. Ou seja, um lutador que acabou de ser contratado pode estrear faturando ao menos US$ 20 mil por luta — cerca de R$ 63 mil hoje em dia.

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Esse é o salário por combate. Normalmente, se não sofre lesões sérias, um lutador faz entre três e quatro lutas no período de um ano. Há casos extremos, no entanto.

O americano Donald Cerrone, por exemplo, competiu seis vezes em 13 meses, entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017. Nesse período, o Cowboy faturou três prêmios de desempenho dados pela organização — outra forma dos atletas aumentarem significativamente suas bolsas.

A cada evento, o UFC distribui um bônus de melhor luta e dois de melhor performance. Cada um vale US$ 50 mil. Não são raros, porém, os ‘bichos molhados’ dados pela direção para atletas que superam as expectativas ou que aceitam lutas em cima da hora.

Há outro quesito que aumenta o salário mínimo dos lutadores, mas ele é bem polêmico.

Em junho de 2015, a Reebok se tornou patrocinadora oficial do UFC. Desde então, os lutadores são obrigados a entrar no octógono utilizando seus materiais. Antes, cada atleta buscava seus apoiadores e vendia espaços publicitários nos shorts e também no banner mostrado antes dos combates.

O UFC repassa um bônus de patrocínio que varia de acordo com o número de lutas e o status (campeão ou desafiante ao título). Um estreante ou lutador com até cinco lutas leva US$ 2,5 mil. Já o dono do cinturão fatura US$ 40 mil por duelo.

A polêmica está nos valores. Grande parte dos lutadores afirma que recebia muito mais quando negociava sua publicidade.

“O menor valor que consegui — e foi em um card preliminar — foi US$ 35 mil por luta”, contou o meio-pesado Ryan Bader, que recentemente trocou o UFC pelo concorrente Bellator. Ele garante que já conseguiu mais de US$ 80 mil por combate apenas com patrocínios.

Conta final

Então, vamos à soma de quanto um novato poderia ganhar:

US$ 10 mil (para lutar) + US$ 10 mil (vitória) + US$ 2,5 mil (patrocínio Reebok) + US$ 50 mil (performance) = US$ 72,5 mil, aproximadamente R$ 230 mil atualmente.

Mas nem de longe esse é o valor limpo, que vai para o bolso do lutador. Existem muitos gastos na preparação para uma luta. Os atletas tem de pagar a academia onde treinam, despesas médicas, impostos, etc.

“Se alguém pensa que é um negócio fácil ser lutador, está errado. Apesar de ser possível fazer bastante dinheiro no MMA, há muitas despesas como na maioria dos esportes”, afirmou o lutador do UFC Miles Jury, ao site Bloody Elbow.

O americano estima que as academias cobram normalmente entre 5% e 10% da bolsa, empresários levam até 20% e os impostos podem chegar a 30% da quantia bruta, além de outros gastos. A realidade dele, evidentemente, é nos Estados Unidos. No Brasil, esses custos fixos são menores.

Assim, segundo Jury, um lutador estreante fica com apenas US$ 5,500 (R$ 17,3 mil) se vencer e, no caso de uma derrota, US$ 1,5 mil (R$ 4,7 mil). Isso, claro, no cenário mais comum, sem bônus de desempenho.

Mas, claro, há o outro lado da moeda. O lado milionário. O irlandês Conor McGregor recebeu a maior bolsa da história do UFC em novembro do ano passado, quando derrotou Eddie Alvarez e se tornou o campeão peso-leve: US$ 3,590 milhões.

Esse foi o valor declarado à Comissão Atlética de Nevada. Em seu contrato, como de outras estrelas, também há um percentual das vendas de pacotes pay-per-view, além de outros gatilhos que aumentam a bolsa de maneira significativa.

O próprio Conor já revelou, antes do UFC 202, que recebe mais de US$ 10 milhões por luta. E imaginar que quatro anos antes, em abril de 2013, seu contrato inicial foi de US$ 8 mil para subir no octógono.

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