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Pirarucu Amalfitana (com azeitonas, alcaparras, champignons e tomates secos). (Fotos/ Anacreon de Téos)
Pirarucu Amalfitana (com azeitonas, alcaparras, champignons e tomates secos). (Fotos/ Anacreon de Téos)| Foto:

O famoso Bacalhau à moda do chef, receita que acompanha Alexandre Vicki em toda a sua carreira na cozinha.

Alexandre Vicki, chef executivo do Hotel Villa Rossa, em São Roque.

Talvez tenha sido o chef de cozinha com quem mais em tenha aprendido nesses anos todos de peripécias na gastronomia. O chef curitibano Alexandre Vicki me impressionou desde os primeiros momentos, quando comecei a arriscar algumas linhas sobre o assunto, ainda no extinto O Estado do Paraná, na virada do século.

Lembro-me de um fato que marcou positivamente. Minhas publicações, semanais, eram temáticas, tendo como base um ingrediente. Temperos, proteínas, verduras, fosse lá o que fosse, sempre havia um bom assunto em torno.

Discorria sobre o ingrediente, origem e melhores maneira de aproveitamento e daí publicava algumas receitas. De pratos que eu mesmo havia feito e de contribuições de cozinheiros e chefs de cozinha com os quais conseguia manter contato. Certo dia o assunto foi avestruz e já tinha tido a chance de conversar com Vicki sobre a ideia de ter uma receita dele no site (e no impresso de domingo). Como ele concordou na hora, achei que o tema em questão agora poderia interessá-lo, acionei o pessoal da agência que então fazia a assessoria de imprensa do Hotel Bourbon (onde ele era o chef executivo) e fiquei no aguardo do resultado.

– Tudo ok, ele está de folga, mas vai até o hotel fazer – foi o que me disseram.

Nem havia me ligado. Era o feriadão da Semana da Pátria e eu tirei o cara do sossego para cozinhar em pleno 8 de setembro, data marcada para o fotógrafo fazer o registro do prato. E ele foi lá, em plena tarde de folga, para fazer um belo prato, que foi até capa do jornal.

Tempos depois foi contratado pelo Pestana Curitiba Hotel e simplesmente revolucionou o restaurante ali instalado, o Cais da Ribeira. Nunca um restaurante de hotel foi tão frequentado em Curitiba, a ponto de, por três anos consecutivos, superar um concorrente tradicional como melhor restaurante português da cidade nos pleitos de revistas especializadas.

Alexandre Vicki foi, também, um dos primeiros integrantes de nossa Confraria do Armazém (que completou 15 anos de ininterruptas e saborosas atividades) e foi ali que ele passou a mim e aos demais confrades um tanto das tantas técnicas importantes da cozinha. Ele nos mostrou como tornar simples o que aparentemente seria tremendamente difícil de executar.

Integrou a confraria até o dia em que teve de deixar Curitiba, primeiro dentro da rede Pestana, prosseguindo, anos depois, na Rede Plaza de hotéis até desembarcar, há cerca de um ano, num verdadeiro paraíso no interior de São Paulo, o Hotel Villa Rossa, situado em uma área de 350 mil m² de Mata Atlântica, na cidade de São Roque.

Cães e comida boa

Carrés de javali, dos pratos mais concorridos do bufê do hotel.

Foi lá em São Roque que tive a oportunidade de reencontrá-lo. Mais do que isso: de poder, novamente, ter o privilégio de degustar suas inspiradas criações, impecáveis da entrada à sobremesa. Aproveitei o fim de semana de uma Exposição Nacional de Cães, com especializada da raça Collie, para acompanhar algumas das minhas crias e, ao mesmo tempo, satisfazer o paladar com o que de melhor Vicki sabe e tem o prazer de fazer.

Valeu por tudo. Primeiro, porque Kika (Kim Novak Bella do Saltinho da Pedreira) ganhou como melhor fêmea jovem e, mais ainda, por ter tido dias inesquecíveis de profusão de sabores a cada refeição que me era oferecida no complexo do Villa Rossa. Do café da manhã, lanchinho da tarde, almoço e jantar – tudo incluído na diária -, mas ainda os eventos que acontecem sempre. No sábado em que lá estive, por exemplo, teve uma feste junina, com direito a fogueira, brincadeiras para as crianças, quentão, pinhão, pipoca, salgados e docinhos que têm a ver com a data.

E aí também sob responsabilidade de Vicki, o chef executivo, que ainda coordena os eventos especiais realizados nos três restaurantes privativos ali estabelecidos.

Tudo muito caprichado, bufê de café da manhã farto e bem variado. Os hóspedes são recebidos com uma sugestão de tapioca – salgada ou doce – antes mesmo de adentrarem ao restaurante. E, lá dentro, tudo o que se possa imaginar de um desjejum padrão internacional.

Mas não tem nada igual ao que é servido nas refeições – almoço e jantar, com música ao vivo -, que é quando a criatividade do chef aflora e pode ser sentida em cada detalhe. Tentei focar em um ou dois pratos, para não me perder em paladares, mas reconheço ter sido difícil. Na primeira noite comecei por um pequeno Cuscuz paulista e aí me encantei com um Pirarucu Amalfitana (com azeitonas, alcaparras, champignons e tomates secos). E ainda naquela noite Vicki me avisou: no jantar de amanhã vai ter o que você gosta, Cassoulet de Pato.

Reservei expectativa (pulei o almoço de sábado por estar em plena exposição, sem tempo para retornar) e realmente foi tudo aquilo que esperava. Um cassoulet com qualidade de prato à la carte servido em bufê. Como de resto o que mais havia ali, à disposição dos hóspedes: apenas para citar alguns, Linguado ao molho de limão, Paleta de cordeiro com peras e geleia de hortelã e um Carré de javali que não pude evitar de pôr no prato. Não fica exatamente no bufê, mas numa mesa ao lado, onde há algumas variações de carne, quase sempre de javali, local que Vicki denomina como “Ilha do javali”.

Isso sem contar o balcão de assados, onde há variedades de carnes e linguiças na churrasqueira, que podem ser servidos de acordo com o desejo de cada um. Dessas, fiquei fora, mas pude constatar ser um dos pontos favoritos dos comensais, que nunca dispensam um churrasco.

A despedida não poderia ter sido mais significativa, com bacalhau, a grande especialidade do chef. Mas não sem antes passar pelos antepastos, como um Salmão defumado com sour cream e um Rosbife à Dijon. A grande estrela de domingo era mesmo o Bacalhau à moda do chef, que leva alho-poró, champignon, brócolis, alho laminado, ovos cozidos, batata e azeite. Dos melhores que já comi.

O hotel e o paraíso

O Hotel Villa Rossa fica incrustado na Mata Atlântica. (Foto/ Divulgação)

(Foto/ Divulgação)

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(Foto/ Divulgação)

O Hotel Villa Rossa está situado num paraíso verde a apenas 40 minutos da cidade de São Paulo e reúne todo o luxo e conforto de um hotel cinco estrelas em harmonia com a exuberante natureza que o cerca.

Foi inaugurado em 1992 e conta com 103 unidades habitacionais, sendo 85 apartamentos e 18 lofts privativos, além de 14 salas de eventos. Todos os apartamentos e lofts dispõem de wi-fi, TVs LCD 32”, ar condicionado, enxoval Trousseau e amenities de alta qualidade da marca Natura, além da inspiradora vista para a Mata Atlântica. Os lofts contam ainda com jardim e piscina particular.

Além das piscinas privativas, o hotel conta com duas piscinas aquecidas ao ar livre, sendo uma semiolímpica e a outra octogonal; há ainda a piscina aquecida e coberta, que é considerada a maior de toda a América Latina e apontada, pelo Guia 4 Rodas, uma das melhores piscinas do estado de São Paulo.

Os restaurantes, como escrevi acima, são quatro: o restaurante principal, La Piazza, e três restaurantes privativos para eventos, o Giardino, o Siracusa e a Casa Vecchia, além de três bares e uma adega com cerca de 80 rótulos de vinhos nacionais e importados. E ainda tem mais: o renomado Restaurante Cascudo, localizado no complexo Vila Darcy Penteado, onde está localizado o Villa Rossa, também está disponível aos hóspedes para experiências gastronômicas em formato de refeições à la carte (não fui nesse, fiquei mesmo com a boa comida do Vicki.

Atividades

(Foto/ Divulgação)

Em uma altitude de 1,1 mil metros, o empreendimento oferece uma aconchegante sala de lareira, além de academia de ginástica, salão de jogos e a completa infraestrutura do Spa Spazio Natura com massagens corporais, estética, saunas secas e a vapor, duchas de teto, circulares e turbilhões.

A estrutura do Hotel Villa Rossa também abrange esportes, com duas quadras de tênis com paredão, uma quadra poliesportiva, dois campos de futebol iluminados e com grama natural, além de alamedas para caminhada, tirolesa, parede de escalada, trilhas ecológicas e um lago onde é possível andar de caiaque e pedalinho. Para as crianças, oferece o Kids Club com brinquedos, sala de jogos e playground coberto. Os monitores que acompanham os mini hóspedes são especializados e estes divididos por faixa etária, a partir dos três anos.

Eventos e convenções

Para quem escolhe o hotel para realização de seus eventos, o Centro de Convenções possui 3,2 mil metros quadrados distribuídos em seis salas principais, oito salas de apoio e um anfiteatro com 208 lugares. Três foyers independentes garantem exclusividade e privacidade ao evento. E todas as salas têm vista para a Mata Atlântica!

Em infraestrutura, todas as salas dispõem de sistema de videoconferência, wi-fi, telefonia digital, equipe de atendimento exclusiva para o Centro de Convenções, um coordenador dedicado ao atendimento da empresa e a indicação de empresas parceiras e de suporte à locação de equipamentos de vídeo e som. E, para segurança completa do evento, o hotel ainda oferece serviços de segurança, portaria blindada, controle de acesso às dependências do hotel, monitoramento 24 horas por câmeras e rondas internas e externas.

Projeto Villa Verde

Criado com o objetivo de contribuir para a preservação da Mata Atlântica, o Projeto Villa Verde conta com viveiro de 1.600 m², que tem condições de duplicar mudas de espécies nativas da região, tais como Paineira, Ipê-Amarelo, Pau-viola, Cedro-rosa e Goiabeira.

No dia em que antecede o check-in, uma muda com instruções para o plantio, é deixada no apartamento de cada hóspede do Hotel Villa Rossa. Desse modo, o contato e o incentivo à preservação da natureza não fica restrito à experiência da hospedagem. É possível levar um pedacinho deste patrimônio ecológico para casa.

Cassoulet de pato, o toque diferenciado da criatividade de Alexandre Vicki.

Para ir e ficar

Saí de lá com desejo de voltar, para poder aproveitar tudo o que de bom o hotel oferece – comida do Vicki à parte -, no sistema de pensão completa. Nem precisa sair de lá, tantas são as atrações a todo momento, com monitores para crianças, adultos e idosos.

Fica aqui uma boa dica a quem se interessar possa, para os feriadões que se aproximam, em setembro e outubro. Para se ter uma ideia, numa rápida pesquisa no site Booking.com, verifiquei o preço para três diárias em apartamento para duas pessoas: R$ 4.691. Somando tudo o que tem – e que relatei aqui – no nível de qualidade que oferece, está bem interessante. É só fazer as contas de todas as refeições, da hospedagem e de tudo o que mais é oferecido.

Vale a pena. Vale muito a pena.

Ravioloni de muçarela de búfala ao molho cremoso de damasco.

Paleta de cordeiro, pera e geleia de hortelã.

Linguado ao molho de limão.

Cassoulet de pato.

Cappelletti de presunto cru e queijo ao velouté de açafrão.

Hotel Villa Rossa

Rua Cora Coralina, 350 – Vila Darcy Penteado, São Roque – SP

Fone: (11) 4713-5500

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