Os vinhos a serem harmonizados no jantar da próxima sexta-feira, na Aliança Francesa.
Rosane Radecki cozinha nesta próxima edição. Ivan Lopes e Claudia Krauspenhar foram os cozinheiros das duas etapas anteriores.
O universo de vinhos franceses é tão imenso que nem mesmo eles, por lá, têm ideia de tudo o que se produz no país. E aí, na busca entre pequenos produtores que não oferecem vinhos de comercialização em larga escala, descobrem alguns tesouros absolutamente recompensadores.
E aí, seguindo mais ou menos por esse caminho, a Aliança Francesa tem promovido jantares mensais, para pouquíssimas pessoas, visando harmonizar algumas dessas joias praticamente desconhecidas com as variações da comida típica do território francês, em todas as suas nuanças.
O terceiro jantar do circuito “Le Tour de France à la Cuisine 2018” acontece nesta sexta-feira (11), com a participação e a criatividade da Chef Rosane Radecki, do Restaurante Girassol.
A chef irá preparar um menu com típicas influências da Alsácia, região do leste da França e de forte influência germânica, como uma forma de homenagear a origem familiar alsacienne de sua bisavó.
O jantar será harmonizado com vinhos franceses inéditos no Brasil, concebidos por alguns dos melhores produtores independentes do Vale do Rhône e trazidos com exclusividade ao Brasil pela importadora Notre Cave.
Flammeküche (Tarte Flambée), para começar a noite.
De aperitivo, aquecimento para os comensais, um clássico de Strasbourg e região: Flammeküche (Tarte Flambée), que é quase como se fosse uma pizza, de formato retangular, composto de massa fina assada, coberta com nata, bacon e cebola. Adoro.
O vinho escolhido para harmonizar foi o AOC Côtes du Rhône Roi Rosé, de Emmanuel Bouchard (Domaine du Val des Rois), de cultivo orgânico.
Vinhateiro com tradição de pai para filho há nove gerações (há quatro séculos sua família fundou a Maison Bouchard Père et Fils, na Borgonha), Bouchard costuma produzir vinhos finos, elegantes, na busca pela expressão da fruta. Este rosé, em especial, traz bouquet potente de fruta madura, com paladar refrescante e mineral. É o resultado da sangria de uma noite da colheita de Grenache.
Choucroute garnie (Repolho azedo acompanhado de charcutaria), a entrada.
A entrada será o Choucroute garnie (Repolho azedo acompanhado de charcutaria), a ser acompanhado, a princípio, pelo vinho Fruité de Durban (Muscat Sec), Domaine de Durban. Para harmonizar com a acidez do chucrute, aliado aos defumados, entra este vinho do Rhône, feito a partir da cepa Muscat: uma uva de pequenos grãos, com alto teor de açúcares, a mesma utilizada para fazer o famoso vinho doce natural “Muscat de Beaumes-de-Venise”. Numa rara versão dessa uva em vinho seco, o bouquet intensamente frutado permanece no olfato (pêssego, lichia, damasco), porém com um paladar altamente fresco e mineral.
A dúvida que ainda existe é por conta do Viognier de Durban, que, com seu corpo mais untuoso e picante, como um Chardonnay de Chablis, pode trazer uma boa harmonização para o tradicional Choucroute. É uma uva com caráter bem distinto do Muscat, resultando em um vinho com extrema delicadeza e notas mais florais (jasmin, lírio), com vivacidade em boca.
O prato principal escolhido foi um Bäckeoffe (Potée Alsacienne, cozido típico com batatas, carnes de boi, porco e carneiro). O vinho, AOC Lirac (Grand Cru des Côtes du Rhône), de Domaine Florence Mejan. Trata-se de um vinho grand cru, do mesmo nível de apelação que o consagrado Châteauneuf-du-Pape. Florence é sucessora da primeira vinícola particular da região, do outro lado do rio Rhône, fundada por seu avô. Trabalha há mais de 30 anos em cultivo orgânico e biodinâmico, em busca de recuperar as características mais primitivas da natureza do terroir. Além de colheita sempre manual, seu estilo de vinificação revela a delicadeza e a construção de assemblages finos.
De sobremesa, Tarte aux pommes (Torta de maçã com sorvete), a ser acompanhada do AOP Muscat de Beaumes-de-Venise (Grand Cru des Côtes du Rhône), Domaine de Durban. Será uma boa oportunidade de degustar o renomado vinho doce natural, um grand cru do Vale do Rhône, de mesmo nível de apelação de um Sauternes. Diferente dos vinhos doces de colheita tardia, a cepa Muscat é colhida em sua maturidade plena, graças ao terroir singular e clima de Beaumes-de-Venise. Isso garante grande frescor, aliado à doçura concentrada, natural dessa uva.
Uma proposta bem harmoniosa de jantar, com pratos poucas vezes consumido por aqui e com algumas joias a serem degustadas nas taças.
O custo por pessoa é de R$ 190 e os interessados devem se apressar em manter contato, pois são apenas 12 lugares, num espaço no qual a chef interage o tempo todo com os comensais.
Tarte aux pommes (Torta de maçã com sorvete), a sobremesa do jantar alsaciano da chef Rosane Radecki.
Le tour de France
A Aliança Francesa Curitiba, em parceria com a Notre Cave, importadora e distribuidora de vinhos finos, especializada em pequenos produtores, vignerons independentes do Vale do Rhône, realiza uma série de jantares temáticos, com o objetivo de difundir a cultura francesa.
A cada edição, um chef brasileiro apresenta uma releitura de um prato clássico francês em um exclusivo jantar harmonizado com rótulos franceses inéditos no Brasil, autênticos vinhos apreciados com reconhecimento no país de origem.
Ao longo de nove edições durante o ano, o público pode compartilhar a bancada com alguns dos principais nomes da gastronomia curitibana, dentro da cozinha pedagógica da Aliança Francesa.
A primeira edição, em março, foi apresentada pela chef Cláudia Krauspenhar (Vin Bistrô) e a segunda, no mês passado, teve o comando de Ivan Lopes (Mukeka). Os próximos jantares já têm presenças confirmada de, Renata Abreu (Ile de France), Eva dos Santos (Bistrô do Victor) e Celso Freire, com participação no segundo semestre.
La Cuisine (cozinha pedagógica da Aliança Francesa)
Alameda Prudente de Moraes, 1101
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Site: http://bit.ly/2oFXvWP
Fone: (41) 3223-4457
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