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Corrientes 348, o melhor da Argentina aqui ao lado
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Parrilla corrientes

A carne grelhando na parrilla (sobre fogo de lenha), a marca do churrasco argentino no Corrientes 348. (Foto/ Divulgação)

Empanadas corrientes

Empanadas, marca registrada da comida argentina. (Foto/ Divulgação)

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Papatasso, batatas fritas ao murro, com orégano. (Foto/ Divulgação)

Lidar com carne não é para qualquer um. Principalmente por aqui, pois boa parte dos brasileiros ainda torce o nariz quando o assunto é um bife mal passado. Que é como deve ser, segundo todas as recomendações dos especialistas no assunto. À medida que a carne passa do ponto vai ficando mais dura e perde todas as suas propriedades.

E o que é pior: o cliente pede o bife esturricado e depois reclama e sai falando mal, dizendo ter comido carne dura. Nas minhas incursões de churrasqueiro (já foram mais frequentes), jamais aceitei passar carne além do ponto. Preparo da maneira adequada e deixo uma grelha sobre a brasa, para que cada um que deseje passar um pouco mais o faça por suas próprias mãos, conta e risco.

Pensei muito sobre isso em recente viagem que fiz à Argentina. Onde, evidentemente, comi carnes e carnes. Ou melhor: empanadas de entrada e carnes de prato principal. Não que seja falta de imaginação, há bons restaurantes à la carte por lá, mas tão raras são as oportunidades de degustar a carne do jeito deles que é praticamente impossível fugir ao impulso.

Mas há disso de bom por aqui também. Tive praticamente a mesma sensação, dias passados, ao experimentar algumas das carnes do cardápio do Corrientes 348, que se propõe a servir a autêntica parrilla porteña. Trata-se de uma franquia da casa originalmente aberta em 1997, em São Paulo, pelo chef argentino Eduardo Santalla. Por lá já são mais três novos restaurantes e por aí mais duas franquias, uma em Brasília e essa de Curitiba, iniciativa dos jovens empresários Bruno Villela (que já era do ramo, filho de Ernesto Villela, proprietário do Scavollo, onde, na frente, fazia funcionar o Guffo, com algumas elogiadas batatas) e Luciano De Pauli.

Carne argentina

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Ojo del bife, o miolo do ancho. Mais macio, impossível. (Foto/ Divulgação)

E para justificar o nome – extraído do tango “À media luz”, de Carlos César Lenzi e Edgard Donato, que pode ser ouvido no sistema de som do restaurante -, as carnes, evidentemente são todas argentinas. E esse é um ponto de diferença para os churrascos brasileiros, pois o gado de lá é, invariavelmente, Angus, de origem inglesa, que tem a carne bem mais marmoreada que o Nelore, que até há pouco predominava nas criações nacionais. E assim, com mais gordura entremeada à carne, o resultado são cortes mais macios e apetitosos.

Aliás, o pessoal da casa faz questão de dizer que também outros componentes vêm de lá, como a massa dos empanados e o doce de leite, além de alguns temperos. O restaurante mantém um açougue, para que o chef parrillero possa trabalhar somente com carnes frescas, nada de congelados.

Do que pude experimentar, fiquei encantado com o Ojo del bife (mal passado, é claro), que não costuma se servir por aqui e na Argentina é sempre reverenciado. Trata-se do miolo do Ancho, o corte do início do contrafilé e a peça que vai à mesa pesa mais que 500g e satisfaz muito bem duas pessoas. Há também o Corte Especial 348, que é a ponta do fraldão, servido basicamente com o mesmo peso. Os outros cortes argentinos servidos são Bife ancho (contrafilé de costela), Bife de chorizo (contrafilé), Asado de tira (costela do boi com corte especial, transversal ao osso), Carré de cordero (bisteca de cordeiro) e Tapa de cuadril (picanha).

E não para por aí. No cardápio de carnes ainda tem opções como o Pollito a la provenzal (galeto desossado), Milanesa a la parmergiana (bife parmegiana) e a típica Parrillada (misto de miúdos de boi e carne), além de um peixe, o Abadejo con salsa de hierbas (abadejo na brasa com molho de ervas).

Papatasso e dulce de leche

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Panqueque de dulce de leche, sobremesa indispensável com o doce de leite argentino. (Foto/ Divulgação)

Dos acompanhamentos, um bem típico é o Papatasso (batatas fritas ao murro com orégano). Também tem polenta e farofa de ovo daquelas boas.

No departamento de saladas há uma unanimidade: a Salada Juliana, que leva alface americana, tomate, cebola, palmito, cenoura, mostarda, parmesão, maionese e batata palha e um molho especial. Outro destaque é a cebola, grelhada e servida com o chimichurri, um típico molho argentino à base de páprica, orégano, sal, louro, alho e Aji Molido (pimenta típica da culinária argentina, também importada).

E como restaurante argentino sem doce de leite não tem autenticidade, a Panqueque de dulce de leche é a sobremesa que tudo tem a ver com o espírito da casa. A panqueca tem um recheio generoso de doce de leite original argentino e é guarnecida com sorvete de creme. Para mexer com as crianças, uma árvore de pirulitos ao término da refeição, ideia trazida da argentina pelo Bruno Villela e adaptada para o 348.

Dentre as bebidas, a cerveza Quilmes não poderia faltar na casa, que ainda conta com 170 rótulos de vinhos na adega e um cardápio de drinques, dentre eles os famosos clericó, sangria e sangria rosé.

O Corrientes 348 tem uma decoração bem simples e aconchegante. Paredes de tijolo aparente, madeira e bastante verde se harmonizam com dezenas de objetos de decoração portenhos, trazidos de feiras de artesanato argentinas. E ali, curtindo o ambiente agradável, dá para experimentar alguns petiscos, enquanto são escolhidos os pratos principais. Dentre os quais, as inevitáveis Empanadas, o Chorrizo parrillero (linguiça) e a Morcilla, que por aqui, entre nós, é conhecido como chouriço de sangue (acho irresistível).

Vale o registro e vale a visita. O Corrientes 348 não perde nada para as boas parrillas argentinas. Com a vantagem de estar bem mais próximo, atendendo das 12h às 24h, sem interrupção.

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A simpática fachada do Corrientes 348. (Foto/ Divulgação)

Rua Gutemberg, 23 – Batel

Fone: (41) 3075-0348

 

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