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O jovem chef Igor Marquesini e seu restaurante Igor, apresentando a moderna cozinha em Curitiba. (Foto/ Divulgação)
O jovem chef Igor Marquesini e seu restaurante Igor, apresentando a moderna cozinha em Curitiba. (Foto/ Divulgação)| Foto:

Porco, batata-doce, legumes e Glace – Copa-lombo assado no defumador, acompanhado de folhas de bok choy tostadas, pepino azedo, mini cenouras e Demi Glace. (Fotos/ Anacreon de Téos)

Igor Marquesini e a pequena brigada de sua cozinha.

Volta e meia me perguntam de endereços novos na gastronomia curitibana. Há muitos, a renovação é permanente. Mas respondo quase sempre vagamente, pois, embora muitos tenham qualidade, não passam aquele item a mais de satisfação, da plena realização do paladar.

Não passavam, quero dizer. Pois agora já tenho a resposta na ponta da língua: Igor. O pequeno restaurante que abriu ali no Batel (apenas 36 lugares) é um encanto, tanto pelo ambiente – sóbrio, com algumas fotos de paisagens paranaenses nas paredes -, quanto, principalmente, pela comida que serve.

O responsável por isso é o jovem chef Igor Marquesini, que, em parceria com a noiva, Aline, decidiu encarar um empreendimento próprio, depois de passar por ótimas cozinhas e aflorar toda a sensibilidade para fazer o melhor. Esse curitibano de 26 anos já havia trabalhado nos restaurantes Amaranto e Gardeno, além de integrar a equipe administrativa do Madero, antes de seguir para a Itália cursar o ICIF (Italian Culinary Institute for Foreigners). Curso concluído, ainda por lá, passou pelo restaurante Piccolo Lago (2 estrelas Michelin), em Verbania, no Piemonte (próximo de onde estudou), e de lá partiu fazer algumas matérias específicas no Ice (Institute of Culinary Education), em Nova York, onde desfrutou um período trabalhando no restaurante Annisa (1 estrela Michelin), que fechou as portas no ano passado.

De volta a Curitiba, integrou por um bom tempo a equipe do Manu. E a chef Manu Buffara, perguntada sobre ele, não poupa elogios e torcida: “é uma pessoa muito querida, muito bom cozinheiro, ótimo em tudo o que faz. Desejo a ele todo o sucesso do mundo, porque talento não falta e ele, como pessoa, também é muito bacana”.

Foram quase três anos no Manu, até que um dia decidiu sair para viajar e se aventurar por aí. Tinha algumas economias, mas ao fazer as contas, constatou ser muito mais interessante abrir uma casa própria do que perambular pelo mundo. Foi o que fez. Ao lado de Aline passou praticamente um ano lidando com isso, desde a busca pelo local até – após encontrar – na reforma do imóvel para adequar ao estilo que pretendia.

Um imóvel, diga-se, que já havia abrigado dois outros restaurantes – Andejo e Mar & Sol -, sem muito sucesso.  Local micado? Ele não se importa com isso. “Importante é que mudamos tudo aqui e o Igor está a nossa cara, nada a ver com o que havia anteriormente” – enfatiza, convicto.

Abriu timidamente, há pouco mais de três meses e, sem alarde nem barulho, foi conquistando pessoas pela boa comida que faz. Ele toma conta da cozinha, com uma brigada enxuta, enquanto Aline, que é nutricionista e também dá uns pitacos nos pratos, é responsável pelo salão – que só tem um garçom, Sidnei, já bem experiente na praça.

O menu é bem curto, como convém a um restaurante com essa proposta: apenas três sugestões de entrada, oito de prato principal e três sobremesas. A descrição dos pratos segue uma linha bem atual, adotada, por exemplo, aqui em Curitiba, por Manu Buffara e Lênin Palhano (seu vizinho de frente, do outro lado da rua), na vanguarda da gastronomia. Apenas a relação dos ingredientes… não deixa de ser um estilo.

E a sugestão (que mais me agrada, inclusive), é a de pedir o menu completo, fechado, com o direito de escolher cada item das três etapas do cardápio: entrada, prato principal e sobremesa. Daí o preço fica fechado em R$ 120 – com possibilidade de mais um valor para a harmonização.

Pescada amarela, purê de abóbora, mascarpone.

O cardápio

O pão de pinhão, para o couvert.

O couvert entra no pacote e é uma delícia. A começar pelo Pão de pinhão, que Igor fez questão de me mostrar inteiro, antes de fatiá-lo para ir à mesa. Chega quentinho (vem brioche também, igualmente feito em casa), acompanhados de manteiga, berinjela e tomatinhos confitados.

As propostas de entrada são: Folhas, vinagrete de morango, queijo de Araxá-MG e legumes (R$ 29), Carne crua, mostarda e alcaparras (R$ 38) e Muçarela defumada, folhas e legumes (R$ 34).

Entre os pratos principais, duas massas: Agnolotti, linguiça Blumenau, cebola e tomate (R$ 65) e Tagliolini, presunto curado e salsa de ovos (R$ 62).

Polvo, tortilha de milho e creme de abacate.

De frutos do mar, variações bem interessantes, como o Risoto, chuchu e peixe do dia (R$ 67) e Gnocchi, camarão e bisque (R$ 79). Entre um prato e outro de vez em quando surgem alguns snacks, beliscos, e um que provei estava bem criativo: era um Arancine de chuchu, com uma tira do próprio chuchu imitando um lardo, com uma salsa de peixe ao fundo (pena que a foto não ficou boa). Outro, especial, Polvo, tortilha de milho e um creme de abacate.

Muçarela defumada, folhas e legumes.

Ainda do mar, tem um prato de Bacalhau, leite de coco, pimentão e batata (R$ 79) e o Peixe do dia, purê de abóbora e mascarpone (R$ 67). Na ocasião que fui era uma pescada amarela. E com detalhes delicados e inspirados, como o toque do micro cogumelo enoki sobre as esferas de creme de mascarpone.

São duas as alternativas de carnes. O Xixo, Sbrisolona, polenta, Glace (R$ 79) é mesmo o velho xixo, espetinho, de mignon, que foi moda tempos atrás nos restaurantes curitibanos e hoje está praticamente extinto. É servido com a sbrisolona (uma espécie de farofa muito comum nos doces italianos, aqui agridoce), polenta cremosa – lembra aquelas de cortar com a corda – e um fundo de Demi Glace feito na casa.

E o que mais gostei: Porco, batata-doce, legumes e Glace (R$ 65), que leva à mesa um pedaço de Copa-lombo assado no defumador, acompanhado de folhas de bok choy tostadas, pepino azedo, mini cenouras e a mesma Demi Glace fazendo o fundo.

Sorvete de massa de banana e frutas do palmito juçara, com farofa de coco.

Tem uma pré-sobremesa que desperta a curiosidade dos gourmands, um Sorvete com massa de banana e a fruta do palmito juçara, completando com uma farofa de coco. Divina!

Sobremesas: Banana, limão, savoiardi (R$ 29), Panna cotta, abacaxi, castanha (R$ 29) e Chocolate, creme inglês, iogurte, amendoim (R$ 29).

Vale muito a visita. Vale muito a experiência. Igor Marquesini é um talento que Curitiba precisava conhecer. Veio para ocupar um espaço privilegiado na gastronomia da cidade e certamente que vai ao seu restaurante já aposta cegamente nisso. E o bom é que agora é possível, sim, dizer que temos uma boa novidade na cidade.

O restaurante abre de terça à sábado, das 20h às 23h30.

Igor, a noiva Aline e o garçom Sidnei – prontos para receber os clientes do Igor Restaurante.

Igor Restaurante

Rua Gutemberg, 151 – Batel

Fone: (41) 3014-0906

E-mail: contato@restauranteigor.com.br

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