O Brasil foi tomado pelo pensamento mágico. Ele funciona mais ou menos assim: Se a gente tiver uma causa boa — ou às vezes nem tão boa — que necessita de recursos, os recursos magicamente vão aparecer. Isso vale desde as decisões do Congresso, que criam pacotes de bondades que não deixam claro de onde vai sair o dinheiro, até decisões do próprio Executivo e, sem dúvida, do Judiciário. Tivemos um exemplo claro disso na decisão do STJ que definiu que não apenas aposentados que são considerados inválidos, e têm direito a adicional de 25% na aposentadoria, mas também aposentados que necessitam de cuidadores vão receber o mesmo adicional. Isso aumenta o custo do INSS em R$ 3,5 milhões só no primeiro ano e isso vai crescendo ao longo do tempo. Não tem nada errado na decisão do STJ, desde que ele defina de onde vai sair o dinheiro. Caso a gente não defina de onde vão sair os recursos, vamos pagar a conta do mesmo jeito. Precisamos deixar claro, sempre, os benefícios e os custos das medidas que tomamos. Está na hora de o Brasil sair dessa infância, que acha que podemos ter tudo e não importa como vamos bancar isso, e assumir uma postura de adulto de que precisamos fazer escolhas.
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