O chef francês Alain Ducasse é um dos mais premiados do guia francês. Foto: AFP
O Guia Michelin, a bíblia dos gourmets de todo o mundo, concedeu nesta segunda-feira (1.º) três estrelas a dois estabelecimentos parisienses, o Plaza Athénée de Alain Ducasse e Le Cinq de Christian Le Squer, durante uma premiação marcada pelo luto do suposto suicídio do chef franco-suíço Benoît Violier.
O chef Christian Le Squer, do Le Le Cinq, ganhou a terceira estrela. Foto: AFP
Em contrapartida, a edição 2016 do famoso guia vermelho rebaixou para duas estrelas o restaurante de Alain Ducasse no Le Meurice, um outro hotel de luxo em Paris, bem como o Le Relais Bernard Loiseau, em Saulieu (leste da França). Este estabelecimento é dirigido por Dominique Loiseau, a viúva do chef que cometeu suicídio há 13 anos.
A Diretora de Comunicação do Grupo Michelin, Claire Dorland-Clauzel, falou da inclusão de 12 novos restaurantes no grupo dos duas estrelas. Foto: AFP.
“Estou chocada e muito decepcionada”, reagiu Dominique Loiseau em um comunicado, antes de anunciar que vai trabalhar para obter a terceira estrela, obtida em 1991, de volta junto com sua equipe, liderada atualmente pelo chef Patrick Bertron.
“É uma decisão difícil, mas é parte integrante do nosso trabalho”, explicou Michael Ellis, diretor internacional do famoso guia. “Nós fizemos muitas visitas e estamos absolutamente certos da decisão”, assegurou, desejando que “a casa Loiseau recupere sua estrela o mais rapidamente possível.”
Funcionários trabalham na cozinha do restaurante Le Relais Bernard Loiseau que perdeu a terceira estrela depois de mais de 20 anos. Foto: AFP.
O diretor internacional do guia Michelin também destacou a atratividade da França para chefs estrangeiros, observando que entre os sete novos “uma estrela” em Paris, três cozinhas são lideradas por chefs japoneses: Neige d’été do chef Hideki Nishi, Pages de Ryuji Teshima e Nakatani do chef Shinsuke Nakatani.
O diretor internacional do Guia Michelin (de preto), Michael Ellis, posa com os novos uma estrela do noroeste da França: Arnaud Viel, Pascal Favre d’Anne, Frederic Claquin, Yoann Lemonnier, Olivier Valade, Julien Marseault, Lionel Henaff, David Goerne e Arthur Peran. Foto: AFP.
Luto
Infeliz coincidência, esta seleção foi anunciada um dia depois da morte de Benoît Violier, encontrado morto no domingo (31) em sua casa perto de Lausanne, na Suíça. Segundo a polícia, ele teria tirado a própria vida, mas as circunstâncias do caso estão sendo investigadas.
O chef franco-suíço de 44 anos estava à frente do restaurante do Hôtel de Ville em Crissier, perto de Lausanne, três estrelas pela edição suíça do Michelin.
Violier também foi coroado em dezembro como o melhor chef do mundo pela nova classificação gastronômica internacional La Liste, que elabora uma lista do que considera as mil melhores mesas do mundo.
Números
— A edição de 2016 traz 600 restaurantes estrelados, nove menos do que a anterior. Com dois entrando e dois de saída, o clube de prestígio de três estrelas continua com 26 mesas, como em 2015.
— A nova seleção não inclui qualquer mulher entre os novos estrelados.
— 10 novos restaurantes obtiveram duas estrelas, incluindo La Grande Maison, inaugurado pelo chef mais estrelado do mundo, Joël Robuchon, em Bordeaux (sudoeste), em dezembro de 2014.
— 42 mesas entraram na categoria “uma estrela”. O chef mais jovem da seleção é Angelo Ferrigno, de 23 anos, no La Maison des Cariatides, em Dijon (centro-leste).
— No topo, o chef Christian Le Squer conquistou a terceira estrela para o Le Cinq, restaurante gourmet do Four Seasons Hotel George V, onde chegou em 2014. O chef já havia conquistado o mesmo número de estrelas à frente do Ledoyen.
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