Eventos Bom Gourmet
Primeiro dia de Gastronomix teve conforto e variedade de sabores
Grandes mesas decoradas por toalhas amarelas e vasos com margaridas deram o tom do primeiro dia dessa sexta edição do Gastronomix. Ajudado pelo céu azul, a quermesse da alta gastronomia, que levou muita gente ao Museu Oscar Niemeyer neste sábado (5), não apresentava grandes filas (eventualmente, uma ou outra barraca tinha mais movimento) e provou que é uma festa democrática de sabores.
O aroma dos pratos podia ser sentido logo na entrada do evento. Os visitantes puderam degustar desde um frango – daqueles assados naquelas churrasqueiras que o deixam à mostra – preparado por um chef argentino (Guido Tassi), passando pelo pão no vaso do chef Fabiano Marcolini (uma das barracas mais concorridas), pelo bobó de camarão da chef baiana Tereza Paim até as maçãs carameladas da estreante Mary Ann Apple Factory.
Entre um detalhe e outro para acertar, o chef Celso Freire, organizador do evento, comentou que a ideia foi focar no conforto das pessoas, espaçando mais as barracas e minimizando grandes filas. “É um programa para o pai, mãe, filhos. São eventos dentro de eventos”, disse. A dica para quem for visitar a feira neste domingo é chegar cedo. Por volta das 11h15, não havia fila para compra do ingresso, somente para entrar. Por volta das 13 horas, a fila para a compra era um pouco maior. Nas barracas, algumas apresentavam maior movimento, mas o atendimento não era demorado.
Cozinhas diversas
Além dos chefs paranaenses, o evento reuniu oito profissionais de fora, incluindo o chef argentino e o italiano Luciano Boseggia (que atua no Brasil, no carioca Alloro Ristorante). “Usei uma linguiça de cordeiro que é daqui”, contou ele. O ingrediente paranaense se uniu ao queijo pecorino e à berinjela, formando o risoto. E deu certo? “Vamos ver daqui a pouco”, brincou.
Do Espírito Santo veio o “ovo perfeito”. O chef equatoriano Pablo Pavon, que tem o restaurante Soeta com Bárbara Verzola, explica que ele é pasteurizado a 63,5 graus C por 40 minutos, o que resulta num ovo com uma gema cremosa e cozida. Como acompanhamentos, canjiquinha e um refogado de taioba.
Com uma fala mansa, a baiana Tereza Paim trouxe o brasileiríssimo bobó de camarão. “É um prato típico brasileiro, com a mandioca da influência indígena, o leite de coco e o dendê do negro e a caldeirada dos portugueses”, resumiu. Além de servir o prato, a chef ainda orientava sobre a cautela com a pimenta que trouxe do seu estado. “É um confit de várias pimentas e bem forte”, disse.
Na linha brasileira, Flavia Quaresma apresentou uma caldeirada de lula com quiabo e banana da terra. “Teve gente que falou ‘você vai levar quiabo e banana? Ninguém vai comer’. Mas, eu tenho fé no quiabo”, brincou. E a decisão foi acertada. Ela não parava de servir um minuto.
Mas, o Gastronomix também reservou espaço para os clássicos internacionais. Benny Novak, do ICI Bistrô de São Paulo, apresentou o bouef bourguignon. “Nessa versão, usei o coxão mole, que ficou marinando e depois foi cozido com vinho por quatro horas”, explicou. Dos Estados Unidos, vieram as maçãs envoltas em caramelos e coberturas da paranaense Mayy Ann Apple Factory. Mariana Salata, uma das proprietárias da empresa, disse que por lá elas são comuns, mas a aposta aqui é grande. Foram feitas mil maçãs, além de barras de caramelo e bolo de maçã com caramelo.
Para beber, novidades como os drinques do Le Voleur de Vélo e vinhos e espumantes da Porto a Porto, que tinha uma barraca e um “carrinho do vinho”. “É um carrinho com geladeira que pode ser levado, inclusive, para festas particulares”, explicou Flávio Bin, gerente On Trade da importadora.
Outra novidade desse ano é o espaço Electrolux, onde são oferecidas quatro oficinas diárias com o chef Ricardo Nogarolli. As inscrições gratuitas (e limitadas) podem ser feitas no MON antes de cada aula (às 12 horas, 13h15, 14h30 e 15h45). Há ainda música ao vivo e Espaço Kids com contação de histórias.
O evento continua neste domingo (6), a partir das 11 horas. Os ingressos para o Gastronomix custam R$ 10 e os pratos entre R$ 12 e R$ 15.
Confira o cardápio das barraquinhas (elas estão organizadas pelo nome dos chefs que as comandam):
Guido Tassi (Restó Buenos aires/Argentina): frango orgânico assado na brasa com manteiga de tomilho e limão brasileiro, creme de abóbora e castanhas-de-caju doces.
César Santos ( Oficina do Sabor/Olinda-PE): arrumadinho de carne-seca com feijão verde.
Benny Novak (ICI Bistrô/São Paulo-SP): boeuf bourguignon com purê.
Tereza Paim (Casa de Tereza/Salvador-BA): bobó de camarão.
Flávia Quaresma (Palato Gourmand/Rio de Janeiro-RJ): caldeirada de lula com quiabo e banana da terra.
Luciano Boseggia – Alloro Ristorante (Rio de Janeiro/RJ): risoto com linguiça de cordeiro e pecorino.
Bárbara Verzola e Pablo Pavon (Restaurante Soeta/Vitória-ES): ovo perfeito com canjiquinha e taioba.
José Guilherme Telles (Edvino/Curitiba-PR): camarões com purê de abóbora, bisque e cevadinha.
Gabriela Carvalho (Quintana Café e Restaurante/Curitiba-PR): estrogonofe de grãos e sementes com cogumelos, chips de batata e arroz com chia.
Fabiano Marcolini (Fabiano Marcolini Alimentari/Curitiba-PR): focaccia e pão no vaso.
Délio Canabrava (Cantina do Délio/Curitiba-PR): gnocchi de funghi.
Jean Pierre Lobo (JPL Burgers/Curitiba-PR): hambúrguer com cebola crocante.
Vanderlei Amor (Gepetto Pizza e Cucina/Curitiba-PR): pizza margherita, calabresa e vegetariana (com abobrinha e berinjela).
Martha Garrett (Missouri Gourmet Deli/Curitiba-PR): Pulled Pork Sandwich (sanduíche de pernil de porco desfiado com acompanhamentos).
Renata Canabrava (Bella Banoffi/Curitiba-PR): Torta Banoffi.
Marcelo Silvério (Le Vouleur de Vélo): drinques.
Carolina Schneider (Cuore di Cacao/Curitiba-PR): sorbet de chocolate amargo ON.70, coulis de manga, farofinha de paçoca e nibs de cacau.
Néia Zucoloto (Paraguassu Grelhados/Curitiba-PR): bacalhau na brasa.
Dudu Sperandio (Ernesto Ristorante/Curitiba-PR): ragu de carne com cheddar e polenta cremosa.
Diletto Gelatto Italiano: sorvetes e picolés.
Mary Ann Apple Factory: apple pie
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