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Um tinto apaixonante: seleção de oito safras de um português
Uvas de uma das mais privilegiadas quintas do Douro, frutificadas em parreiras com idade média de 70 anos de idade, fazem um dos grandes ícones contemporâneos, o Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas. Cerca de 30 castas regionais plantadas misturadas, típico das vinhas velhas do Douro resultam num tinto soberbo, capaz de enobrecer qualquer mesa e satisfazer aos mais exigentes provadores. Tem outra grande vantagem: preço acessível dada a qualidade. Dos mais ostensivos custo-benefício dentre vinhos nobres, o invejado rótulo já figurou nada menos do que 3 vezes entre a lista dos top 100 da Wine Spectator, numa delas em 3ºlugar.
A Quinta do Crasto situa-se no coração do Rio Douro, poucos quilômetros abaixo do Pinhão, na margem norte do rio. Com cerca de 110 ha (70 em vinhas) sua topografia é privilegiadíssima, dominada por uma espécie de promontório que avança sobre o rio. Fator que permite uma perfeita ventilação nos vinhedos, bem como preciosas exposições. O cultivo de vinhas no Crasto é imemorial, sendo que as primeiras referências documentais datam de 1615. Na demarcação pombalina, foi incluída na região dos vinhos “de feitoria”, os melhores.
Antes voltado ao Vinho do Porto, o Crasto foi dos pioneiros a produzir Douros (de mesa) de nova geração. Lançou o primeiro rótulo em 1994, inspirado pelo casal de proprietários Jorge e Leonor Roquette e seus filhos Tomás e Miguel. Em anos especiais, editam o Maria Teresa, Vinha da Ponte, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Os rótulos Flor de Crasto, Crasto e Crasto Superior (em versões tinta e branca), completam o portfólio.
Provamos oito das melhores safras do Crasto Vinhas Velhas. Evidentemente há uma linha melódica básica, com as variações de cada colheita. Revelou uma evolução sadia, lenta no tempo e no sentido de uma grande integração. Mostra que é feito para viver mais de 20 anos, com uma ampla janela de prazer durante o tempo da evolução. Um tinto sofisticado e encantador. Ganha muito após 30 a 40 minutos de arejamento.
A prova foi realizada no Bar Bom Gourmet La Varenne no Estúdio Bom Gourmet Pátio Batel, com o serviço impecável do restaurante, liderado pelo sommelier Vinícius Chupil. Além deste redator, estiveram presentes João Palhinha (diretor da Qualimpor, importador dos vinhos), Avelino Zanetti (integrante do Instituto Cultural do Vinho) , o enófilo João Manuel Garcia, e o editor web do Bom Gourmet, Gilson Garrett Jr. Os vinhos são importados pela Qualimpor (SP) e podem ser encontrados nas lojas de vinhos e restaurantes. O preço médio do mercado situa-se entre R$ 250 e R$ 300. As safras disponíveis para venda no Brasil são as de 2010, 2011 e 2012. Em Curitiba, a de 2012 está disponível na Mercearia Kefina, no Mercado Municipal a R$ 279.