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Da esquerda para a direita, o vereador Erasmo Morais e o sargento Geilson.
Da esquerda para a direita, o vereador Erasmo Morais e o sargento Geilson.| Foto: Reprodução redes sociais

Em menos de 48 horas, dois políticos do Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram executados esta semana no Ceará.

Na terça-feira (7), o suplente de vereador do Crato (CE), Erasmo Morais, foi executado com 47 tiros em frente à sua casa.

Nesta quinta-feira (9), o policial militar e pré-candidato a vereador, Sargento Geilson, foi assassinado a tiros dentro de um frigorífico no município de Icó (CE).

Nos dois casos, as vítimas deixaram alertas em vídeos sobre supostas ameaças que vinham recebendo por conta da atuação política dentro da oposição em seus respectivos municípios, ambos governados pelo PT.

Segundo imagens de câmeras de segurança, Erasmo Morais, de 53 anos, foi alvo de 31 disparos de fuzil e 16 de pistola. Na tarde da terça-feira, dois homens chegaram de carro na casa do político, que fica no bairro Mirandão, efetuaram os disparos e fugiram do local. O Crato, cidade da vítima, fica a cerca de 500 quilômetros da capital, Fortaleza.

Em outubro de 2023, ao discursar na tribuna da Câmara Municipal, Erasmo fez um alerta sobre eventuais riscos à sua vida por conta da apresentação de um projeto de lei que propunha a revogação de uma lei municipal (Lei 3.833/21) que autoriza a concessão dos serviços do Sistema de Água e Esgotamento Sanitário (SAAEC) para e Empresa Ambiental Crato Concessionária de Saneamento (SPE).

“Fiquem de olho, porque eu vou mexer com gente grande, eu vou mexer com um enxame de abelha, eu vou mexer com formigueiro. E, se alguma coisa acontecer na minha vida, não procure outra linha de investigação: foram questões políticas”, disse o vereador na ocasião.

Erasmo chegou a atuar como vereador por cinco meses, de setembro de 2023 a fevereiro de 2024, no lugar do vereador Dárcio Luiz (PRC), que se ausentou do mandato por questões médicas.

No segundo caso, o pré-candidato a vereador, Sargento Geilson, que também era suplente de deputado estadual, deixou um vídeo em que relata ameaças de morte.

“Estou gravando este vídeo para trazer informações sobre o que está acontecendo aqui na nossa cidade, onde venho sofrendo várias ameaças de morte por parte de pessoas ligadas à gestão da prefeita Laís Nunes (PT). Eu, amigos meus e até familiares sendo ameaçados de morte pelo simples fato que eu estou fazendo denúncias de possíveis crimes de corrupção”, disse Geilson em um trecho do vídeo.

Nesta quinta-feira (9), o deputado federal André Fernandes (PL-CE) compartilhou os vídeos deixados pelos colegas de partido e, visivelmente abalado, pediu “justiça”.

“Eu preciso, o povo cearense precisa que essa investigação, em ambos os casos, aconteça de forma rápida e séria, sem politicagem. Qual foi o motivo desses assassinatos? Quem mandou matar o vereador Erasmo Moraes? Quem mandou matar o sargento Geilson, nosso suplente de deputado estadual? O que me revolta é que nenhum dos dois casos estão repercutindo em nível nacional”, disse Fernandes.

O presidente estadual do PL no Ceará, Camelo Neto, também lamentou as mortes e pediu “justiça”.

“Isso não pode ficar impune. Oficiará todas as autoridades competentes pedindo celeridade nas investigações. Solicitarei uma reunião com o Secretário de Segurança Pública e o Procurador-Geral de Justiça para tratar deste assunto. Não podemos normalizar a barbárie. Minha solidariedade aos amigos, familiares e eleitores do sargento Geilson e do vereador Erasmo”, disse Neto pelas redes sociais.

Também nesta quinta-feira (9), o prefeito do Crato, José Ailton (PT), se manifestou nas redes sociais contra rumores de um suposto envolvimento na morte do vereador Erasmo.

"Não pesa sobre minha vida, em tempo algum, nenhuma acusação de violência, diferentemente dos que tentam a todo custo me associar a este bárbaro crime. Asseguro ao Povo do Crato, que acompanharei de perto a tramitação das investigações, exigindo das autoridades de segurança do estado, que este crime seja elucidado o quanto antes, para a exemplar punição dos culpados. Também deixo claro, que vou acionar judicialmente os responsáveis por tais ilações caluniosas, que sem respeito algum, nem mesmo pelo falecido, armaram um palanque político em cima do caixão da vítima", disse o prefeito em nota.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS) disse que Erasmo era policial militar e foi expulso da corporação em 1995.

"A SSPDS informa que o homem foi excluído dos quadros da Polícia Militar do Ceará (PMCE), em 1995, por crimes de extorsão e associação criminosa, sendo recolhido posteriormente ao Presídio Militar", diz a nota.

Outro caso

No mês passado, no dia 28 de abril, o vereador de Camocim (CE), César Veras (PSB), foi esfaqueado por um garçom de um restaurante localizado da orla do município.

Além do vereador, foram atacados o dono do estabelecimento e outra pessoa. As vítimas foram socorridas, mas o parlamentar, de 51 anos, não resistiu aos ferimentos.

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