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Chefe do PCC

O que sabe sobre Tuta, chefe do PCC preso na Bolívia apontado como sucessor de Marcola

Tuta pcc
Considerado o novo número 1 do PCC, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, estava foragido havia 5 anos (Foto: Ney Douglas/ EFE/ARQUIVO)

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Considerado possível sucessor de Marcola na liderança da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi alvo de uma ação conjunta entre as forças policiais brasileiras e bolivianas após ter apresentado um documento falso quando tentava resolver questões migratórias na Bolívia.

Os agentes bolivianos prenderam Tuta na sexta-feira (16), após o traficante apresentar um documento com o nome de Maycon da Silva. Os policiais identificaram a fraude e localizaram o nome de Tuta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020.

Em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (19), o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto, disse que a confirmação da verdadeira identidade de Tuta se deu “quase em tempo real”, por meio do compartilhamento de informações entre a polícia boliviana e a PF.

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De acordo com a PF, Tuta é um dos "principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro”. A Justiça brasileira já condenou o traficante a uma pena superior a 12 anos de prisão por associação criminosa e lavagem de capitais. Ele estava foragido havia 5 anos.

Após a identificação do criminoso no posto da polícia boliviana, as autoridades brasileiras deram início às tratativas para a transferência de Tuta. 

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou que, inicialmente, foi considerada a possibilidade de extradição do traficante, mas foi optado pela expulsão por parte do governo da Bolívia para dar celeridade à transferência.

“Como se tratava de um preso em outro país, o presidente da República foi informado e determinou que o Itamaraty fosse avisado e envolvido na negociação para trazer esse criminoso para o Brasil [...] Lembrando que a Bolívia é inclusive país membro do Mercosul, onde nós temos diversos tratados de intercâmbio que dizem respeito à operação policial”, afirmou o ministro.

Tuta ficará no mesmo presídio em que está Marcola

As polícias brasileira e boliviana realizaram a operação de transferência de Tuta para o Brasil no domingo (18). Ele foi entregue às autoridades brasileiras em Corumbá, município que fica no Mato Grosso do Sul, na fronteira com a Bolívia. 

Tuta ficará na Penitenciária Federal em Brasília, presídio onde Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, está detido desde 2019. A PF usou uma aeronave para transportar o traficante da fronteira boliviana até Brasília.

A operação envolveu a coordenação do Ministério da Justiça e do Ministério de Relações Exteriores. Cerca de 50 integrantes da Polícia Federal participaram da operação, incluindo 12 operadores do Comando de Operações Táticas (COT). 

Segundo informações, 18 homens da Polícia Penal Federal escoltaram Tuta até o presídio em Brasília. A operação também contou com o apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal.

A outra possibilidade era de que Tuta fosse transferido para a Penitenciária II de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, conhecida por abrigar integrantes do alto escalão do PCC. O próprio Marcola esteve preso em Presidente Venceslau entre 2007 e 2019.

Tuta tem duas prisões decretadas no Brasil

Tuta foi um dos principais alvos da Operação Sharks, deflagrada em 2020, época em que o traficante deixou o Brasil e passou a constar na lista de foragidos da Interpol. 

Na época, o Ministério Público de São Paulo (MS-SP) confirmou a informação de que Tuta havia assumido o comando do PCC logo após a transferência de Marcola para um presídio federal, em fevereiro de 2019.

O novo chefe do PCC foi condenado em primeira instância por organização criminosa, com pena de 12 anos e seis meses de prisão, e ainda responde a outro processo por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

"O Marcos Roberto, vulgo Tuta, já era da sintonia de 1, mas não era o número 1 do PCC. Com a remoção do Marcola, ele foi elencado, nominado pelo Marcola para ser o novo n° 1 do PCC, tanto dentro como fora dos presídios. É um velho conhecido nosso. Só que, em liberdade, ele atingiu o status, seria o novo Marcola na nossa concepção", disse à época o promotor Lincoln Gakiya.

Operação Sharks

A Operação Sharks mirou membros da nova cúpula do PCC. Na época, a polícia cumpriu 12 mandados de prisão, além de 40 de busca e apreensão. A operação envolveu 8 promotores e mais de 250 policiais militares.

Durante as diligências, a polícia prendeu 3 suspeitos, além de explosivos, armas, carros de luxo e R$ 100 mil em dinheiro vivo.

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