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Policiais cercaram a Rodoviária Novo Rio durante a operação.
Policiais cercaram a Rodoviária Novo Rio durante a operação.| Foto: EFE/Antonio Lacerda.

O homem que manteve 16 pessoas reféns em um ônibus na Rodoviária Novo Rio, na capital fluminense, na tarde desta terça-feira (12), tentava fugir do Comando Vermelho. Ele seria membro da facção criminosa. A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que, após embarcar, o sequestrador confundiu um passageiro com um policial e fez os primeiros disparos, que atingiram duas pessoas.

Um homem de 34 anos foi alvejado por três tiros que acertaram seu coração, baço e pulmão. A vítima está em estado grave e passou por uma cirurgia no Hospital Municipal Souza Aguiar. Na noite desta terça, ele foi transferido para o Instituto Nacional de Cardiologia, hospital de referência em cirurgias cardíacas de alta complexidade. Outra pessoa teve ferimentos leves causados por estilhaços e foi atendida no posto ambulatorial da própria rodoviária.

Após quase três horas, o criminoso se entregou e os 16 reféns que eram mantidos dentro do veículo foram liberados. Segundo o coronel Marco Andrade, porta-voz da PM, o sequestrador, de 29 anos, comprou uma passagem em dinheiro para Juiz de Fora (MG). Ele tentava fugir da facção, após uma suposta desavença com outro integrante.

"O preso que se entregou tem passagem pela polícia, ingressou no sistema prisional em 2019 e teve liberdade em março de 2022. Ele pertencia à facção criminosa que atua na Rocinha, local onde morava. Ele participou efetivamente de tentativas de invasões da região de Muzema, em Jacarepaguá”, disse Andrade a jornalistas. O criminoso teria sido beneficiado pela progressão de regime e passado para o semiaberto em 2022.

O coronel informou que o sequestrador “teve um desentendimento com os 'colegas de trabalho' dessa facção e tentava fugir do Rio de Janeiro". No entanto, durante o processo de embarque, o suspeito relatou que “se sentiu incomodado e achou que um dos passageiros, que estava prestes a embarcar, seria um policial”, por isso teria efetuado os disparos.

A PM apreendeu uma pistola calibre 9 milímetros e o carregador da arma. “O criminoso foi conduzido a 4ª Delegacia de Polícia para que seja efetivamente autuado em flagrante. Provavelmente, ele vai responder pelos crimes de tentativa de homicídio, sequestro e porte ilegal de arma de fogo”, disse o porta-voz da PM.

A negociação para a liberação dos reféns foi conduzida pela Companhia de Intervenção Tática do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Seis idosos e uma criança estavam entre os reféns.

Em entrevista à rádio CBN, o secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, afirmou que o homem baleado precisou receber pelo menos seis bolsas de sangue durante a primeira cirurgia realizada no Souza Aguiar. Ele estava no Rio para participar de um treinamento após ter passado no concurso para trabalhar na Petrobras em 2023.

Nas redes sociais, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que uma equipe multidisciplinar da companhia – formada por médicos, assistente social e o pelo gerente da Universidade Petrobras – está "prestando todo o suporte ao empregado e familiares".

"Nosso foco neste momento está em garantir o melhor atendimento ao nosso empregado. Ele foi estabilizado após passar por procedimentos cirúrgicos no Hospital Souza Aguiar, mas a situação continua grave. Nesse momento está sendo removido para o Instituto Nacional de Cardiologia, hospital de referência para cirurgias cardíacas de alta complexidade", disse Prates.

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