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Cena de "Acossado" de Godard, de 1960 | Divulgação/Impéria Filmes
Cena de "Acossado" de Godard, de 1960| Foto: Divulgação/Impéria Filmes

Há cinco anos, um pequeno filme de terror britânico surpreendia nas bilheterias americanas rendendo quase seis vezes mais que seu baixo orçamento de US$ 8 milhões. A produção se chamava Extermínio e marcava o retorno do diretor Danny Boyle depois do fracasso de A Praia – anteriormente, ele havia sido aclamado pelos ótimos Cova Rasa e Trainspotting.

A história mostrava um futuro próximo, com toda a Grã-Bretanha sendo dominada por um vírus que tornava as pessoas animais incontroláveis, verdadeiros canibais que atacavam com voracidade quem ainda não havia sido infectado. A horda de violentos seres se assemelhava muito aos mutantes de George Romero e sua trilogia dos mortos-vivos.

O sucesso da produção rendeu uma ótima seqüência que estréia hoje no Brasil. Extermínio 2 tem a direção do quase desconhecido cineasta espanhol Juan Carlos Fresnadillo, que assumiu o comando da série no lugar de Boyle – que não pôde dirigir a continuação porque estava realizando a ficção Sunshine – Alerta Solar; mas ele participa como produtor-executivo.

Se o primeiro Extermínio ainda investia na parte dramática, desenvolvendo as histórias dos personagens sobreviventes aos ataques dos infectados, a segunda parte é ação do início ao fim. O começo alucinante resgata a trama central do original. Em questão de segundos, tudo vai da mais completa calmaria à selvageria em uma impressionante seqüência, com o personagem de Robert Carlyle (Trainspotting e Ou Tudo ou Nada) tendo de fazer uma desesperada e questionável escolha.

Os fatos a seguir são rapidamente explicados por textos: 28 dias depois (28 Days Later, título original do primeiro filme) do vírus aparecer, os infectados tomam conta da ilha da Grã-Bretanha; 55 dias depois, eles morrem de fome; 28 semanas depois (28 Weeks Later, título original da segunda fita), o exército dos EUA comanda o repovoamento de Londres, trazendo de volta os que estavam fora da ilha britânica quando tudo aconteceu.

Mas, como num passe de mágica, o vírus retorna graças à ineficiência dos americanos em proteger o novo centro populacional da capital britânica – essa é a grande crítica política do filme. Devido à soberba e à prepotência, eles não percebem a tempo que as coisas não estão completamente resolvidas, mesmo quando o problema aparece na sua frente. Ao não dar conta da situação, deixam que o vírus se espalhe novamente e que as coisas fujam completamente do controle.

Fresnadillo faz um filme em muitos momentos superior ao original, com altas doses de tensão e terror. O diretor não perde tempo em narrativas desnecessárias e oferece ao espectador uma fita rápida (pouco mais de uma hora e meia, algo raro no cinema atual de blockbusters intermináveis como Piratas do Caribe 3) e de ritmo vertiginoso, mesclando os ataques dos novos infectados a cenas de explosões e impactantes seqüências nas ruas desertas de Londres – até o novo estádio de Wembley é usado como cenário.

O esperto e bem escrito roteiro de Fresnadillo e colaboradores ainda deixa a porta aberta para uma nova seqüência. Como Extermínio 2 está tendo bom desempenho nas bilheterias americanas, não pode ser descartada uma terceira parte. Quem sabe 28 meses depois? GGGG

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