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Pensar o acervo. Essa é a proposta do Museu de Arte Contemporânea – MAC, que, ao longo deste ano, vem exibindo suas obras em três etapas. "A idéia não é apenas expor o acervo para o público, mas mostrá-lo a partir de um enfoque reflexivo e que permita a participação de estudiosos de arte", explica a diretora do museu, Eleonora Gutierrez. A primeira etapa, As Caras do MAC, exibiu obras de acordo com uma proposta desenvolvida pela própria equipe do espaço. Mais tarde, o curador Fabrício Vaz exibiu as diferentes poéticas e o espaço lúdico e simbólico que constituem as instalações do acervo, na mostra O Espaço Inventado.

Agora é a vez da mostra Outros 60’s, que inaugura hoje, às 19 horas, juntamente às exposições individuais de quatro artistas convidados, e a mostra Doações Recentes 2006, com obras de Guido Viaro e Oswaldo Lopes.

Pensar a arte a partir do acervo do MAC. A proposta do curador da mostra Outros 60’s, Artur Freitas, soma-se ao objetivo de fazer uma leitura institucional de coleção. O historiador da arte lança-se ao desafio de dar visibilidade, de forma inteligente e ordenada, a obras produzidas por artistas de renome nacional, na década de 60 e começo dos anos 70.

O trabalho de pintores como Ianelli, Antônio Dias e Antônio Manoel, entre cerca de 20 artistas, possibilitarão ao público refletir sobre o que significou este período fervilhante do Brasil e sua influência sobre a arte produzida hoje.

De maneira indireta, a exposição também conta a história do Salão Paranaense, que desde sua criação, em 1944, é considerado o principal salão de arte do estado. Todos os artistas com obras expostas em Outros 60’s, à exceção de Volpi e Lívio Abramo, passaram pelo evento. "Por isso mesmo, o acervo não dá conta de todas as propostas desenvolvidas no período, já que o salão só aceitava formatos tradicionais, como gravuras, pinturas e desenhos", diz o curador. Ele complementa que a proposta é justamente refletir a produção dos anos 60 e 70, a partir do que o acervo pode oferecer.

Artistas Convidados reúne quatro individuais dos contemporâneos Carina Weidle, Fábio Noronha, Gabriele Gomes e Livia Piantavini, que tiveram obras selecionadas pelo conselho do museu. Weidle exibe objetos produzidos em cerâmica, borracha e cera. Noronha inclui em sua mostra objetos inéditos em parafina, produzidos como "uma proposta de ocupação do espaço do MAC". Ele também é autor de uma peça de áudio, que será repetida constantemente, ambientando a exposição. Já Gomes e Piantavini optaram pela exibição de pinturas.

Doações Recentes

O pintor paranista Oswaldo Lopes desenhou o próprio caixão, em formato de pinhão. A maquete do objeto fúnebre foi fotografada e compõe o conjunto de 16 pinturas em óleo sobre tela e cópias de documentos guardados pelo artista, que datam das décadas de 20 e 30. O MAC também passa a abrigar 23 obras de Guido Viaro, já restauradas. "As doações quase simultâneas das obras dos dois artistas marca uma feliz coincidência", diz a diretor do Museu de Arte Contemporânea, Eleonora Gutierrez. Ela se refere à relação de amizade entre os artistas, que transparece, inclusive, em dois "achados": uma fotografia em que eles aparecem abraçados, localizada entre os documentos de Lopes, e um retrato de Lopes feito por Guido Viaro.

Artur Freitas faz uma proposta interessante ao público. Sugere que ele se aproveite desta série de mostras simultâneas para transitar entre elas, buscando diálogos possíveis entre a arte brasileira produzida nos anos 30 e 40 – que tem como exemplo, Guido Viaro e Oswaldo Lopes –, aquela elaborada nas décadas de 60 e 70 e a contemporânea.

Serviço: Outros 60’s; exposições dos artistas Carina Weidle, Fábio Noronha, Gabriele Gomes e Lívia Piantavini; doações recentes de Guido Viaro e Oswald Lopes. Museu de Arte Contemporânea do Paraná – MAC-PR (Rua Des. Westphalen, 16 – Centro), (41) 3323-5265 / 3222-5172. Abertura hoje, às 19 horas.

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