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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Diretores

• There Will Be Blood, baseado no romance Oil! (de Upton Sinclair), marca uma mudança de rumos na carreira de Paul Thomas Anderson, diretor dos filmes cults Boogie Nights – Prazer em Limite, Magnólia e Embriagado de Amor, todos roteiros originais.

• Juno dá seqüência à carreira do jovem cineasta Jason Reitman, bastante badalado desde o sucesso da sátira política Obrigado por Fumar, indicado ao Globo de Ouro de melhor filme (comédia ou musical).

Ele é um dos maiores atores vivos. Ela, uma jovem e promissora atriz, mas ainda desconhecida do grande público. Algo, no entanto, os une: a forte possibilidade de suas mais recentes atuações no cinema serem consagradas pelos prêmios da crítica e da indústria que começam a ser anunciados neste final de ano.

O britânico Daniel Day-Lewis, de 50 anos, quase dispensa apresentações. Vencedor do Oscar de melhor ator por seu extraordinário desempenho em Meu Pé Esquerdo (1989), ele foi indicado ao prêmio duas outras vezes, por Em Nome do Pai (1993) e Gangues de Nova Iorque (2003). De quebra, traz ainda no currículo outras atuações antológicas, em filmes como Minha Adorável Lavanderia (1985) e A Insustentável Leveza do Ser (1988).

Com fama de excêntrico e misantropo, Day-Lewis é uma espécie de anti-astro hollywoodiano. Aparece pouco na mídia, detesta badalações e escolhe seus projetos a dedo. Espera o tempo que for necessário por um papel que mereça seu esforço de sair de casa, o que costuma descrever como "um sacrifício". Esse parece ter sido o caso de Daniel Plainview, protagonista de There Will Be Blood, novo longa-metragem do diretor norte-americano Paul Thomas Anderson (de Magnólia), baseado no romance Oil!, de Upton Sinclair.

O filme, que vem sendo festejado pela crítica nos Estados Unidos como um dos melhores do ano, acompanha, da juventude à velhice, a trajetória de Plainview, um dos pioneiros na exploração do petróleo na Califórnia da virada do século 20. Plainview não é, contudo, um herói americano – e talvez esse seja o único fator que poderá impedir o filme de ser consagrado pelo Oscar 2008.

Apesar de empreendedor e bem sucedido, pelo menos do ponto de vista profissional, o personagem é um sociopata, ambicioso até a medula, que ao longo da vida destrói, um a um, todo e qualquer laço que o une a outros seres humanos. Sejam eles integrantes de sua família ou companheiros de trabalho.

Descrita como magistral, a atuação de Daniel Day-Lewis pode lhe dar seu segundo Oscar. É o que aposta quase toda a crítica norte-americana e os sites especializados em prever possíveis indicados e vencedores da estatueta da Academia de Hollywood. Para chegar lá, terá de enfrentar uma concorrência pesada: Johnny Depp, também cotadíssimo ao prêmio pelo musical gótico Sweeney Todd – The Demon Barder of Fleet Street, de Tim Burton; e Denzel Washington, astro de O Gângster, filme de Ridley Scott que estreou no fim de semana passado na América do Norte com ótimas resenhas e uma bilheteria espetacular de US$ 46 milhões.

Novata

Aos 20 anos, a canadense Ellen Page é uma incógnita para a maior parte das pessoas que estão lendo que ela "é a favorita ao Oscar de melhor atriz" por seu trabalho na comédia dramática Juno. "Como assim?", indagam todos que, por jamais terem ouvido falar na garota, questionam as previsões.

Embora trabalhe desde os 10 anos, Ellen não tem filmes muito conhecidos em sua breve filmografia, à exceção do blockbuster X-Men 3, no qual vive a mutante Kitty Pride. Antes de Juno, o trabalho mais conhecido de Ellen foi no independente Meniná Má.com, no qual vive uma adolescente que marca um encontro pela internet com um pedófilo (Patrick Wilson) e se transforma de caça em caçadora numa trama eletrizante.

Classificada como antológica pelo crítico Roger Ebert, um dos mais populares e respeitados nos EUA, a atuação de Ellen em Juno pode lhe render um Oscar antes mesmo de ela se tornar famosa. O filme, muito elogiado, conta a história de uma garota rebelde e cínica, porém superinteligente e cheia de opiniões, que engravida de um amigo e, passado o choque inicial, resolve ter o bebê e dá-lo para adoção.

Sob a direção de Jason Reitman (de Obrigado por Fumar), filho do diretor Ivan Reitman (de Os Caça-Fantasmas), Juno conquistou os críticos por transformar temas batidos – gravidez na adolescência e adoção, corriqueiros em telefilmes – em um enredo ao mesmo tempo inteligente e tocante. É o Pequena Miss Sunshine deste ano.

O favoritismo de Ellen ao Oscar se dá, até certo ponto, ao fato de sua maior concorrente até agora, a francesa Marion Cotillard, extraordinária em Piaf – Hino ao Amor, estar em um filme em língua estrangeira, o que reduz suas chances ao prêmio. Quanto a Ellen ser uma ilustre desconhecida, vale lembrar que esse era o caso de Hilary Swank, quando concorreu a sua primeira estatueta por Meninos não Choram. Nem por isso saiu da festa com as mãos abanando.

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