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A Salvação: inegáveis qualidades, mas sem impacto emocional | Divulgação
A Salvação: inegáveis qualidades, mas sem impacto emocional| Foto: Divulgação

Já virou clichê. O homem, criatura irresponsável, egoísta e autodestrutiva, transforma o planeta Terra num monte de sucata, dominado por máquinas e condenado a um futuro sem vida. Inóspito e punitivo. A brilhante animação Wall-E e o não menos genial seriado televisivo Battlestar Galactica são exemplos dessa veia apocalíptica que circula pelo mundo do entretenimento.

Talvez por isso que 9 – A Salvação, filme produzido pelo cineasta Tim Burton, não chega a causar tanto impacto emocional. Por mais que tenha elementos bastante originais em sua trama, o pano de fundo catastrófico o lança numa vala comum de filmes que enxergam no ser humano o futuro e inevitável culpado pelo fim do mundo.

Em 9, um cientista, responsável pela criação de uma máquina militar que se rebela e termina por extinguir a humanidade, resolve se redimir antes da morte. Cria rudimentares bonecos, feitos de estopa e restos de máquinas, mas capazes de desenvolver almas. Quando 9, um desses seres, que são todos numerados, ganha vida e percebe ter uma missão: salvar o que resta da Terra, reduzida a um gigantesco ferro velho imerso em ruínas.

Visualmente impactante e com alguns personagens carismáticos, 9 – A Salvação tem inegáveis qualidades, mas escorrega em um certo excesso de sequências de ação e na mesmice de sua argumentação filosófica. Se os homens, afinal de contas, são criaturas tão abjetas, por que os bonecos, para se tornarem heróis, adquirem características tão humanas? Algo a se pensar. (PC) GGG

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