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Biografia

Dead Kennedys – Fresh Fruit for Rotting Vegetables [Os Primeiros Anos]

Alex Ogg. Tradução de Alexandre Saldanha. Ediçoes Ideal, 216 págs., R$ 39.

  • Biafra nos braços do povo: ativista raivoso e bem-humorado

Na virada da década de 1970 para os coloridos anos 80, alguns críticos de música, principalmente os britânicos, se apressavam em dizer que "o punk estava acabado". Eles não contavam, porém, que na ensolarada Califórnia uma banda lançaria um álbum de estreia que reorganizaria os rumos do gênero nas décadas seguintes.

Em setembro de 1980, os Dead Kennedys colocaram no mercado o hoje cultuado Fresh Fruit for Rotting Vegetables, um disco que combinava humor, polêmica e provocação a uma base musical acima da média para o gênero. E apresentava Jello Biafra, um vocalista e letrista inspirado, cuja militância política, ao mesmo tempo raivosa e divertida, dava voz a todos os desajustados do mundo.

A gestação e o nascimento de uma das obras-primas do punk rock mundial estão narrados em detalhes no livro Dead Kennedys – Fresh Fruit for Rotting Vegetables [Os Primeiros Anos], do escritor e crítico norte-americano Alex Ogg.

O livro traz entrevistas exclusivas com os integrantes originais da banda, que atualmente se tratam com um misto de ódio e desprezo, depois de várias desavenças públicas. Traz também um amplo material de imagens de Ruby Ray, fotógrafo oficial dos DKs e da arte gráfica anárquica de Winston Smith, uma das marcas visuais da banda. O texto é enxuto e bem escrito e desenha um bom retrato da banda.

Estão no livro todas as primeiras polêmicas estrategicamente planejadas por Biafra: a escolha do nome da formação, verdadeira blasfêmia nos Estados Unidos; o lançamento do single "California Über Alles", crítica direta ao então governador da Califórnia, Jerry Brown; e a candidatura do vocalista a prefeito de São Francisco.

Há detalhes dos primeiros shows, das sessões de gravação e do processo de composição de canções como "Kill the Poor" e "I Kill Children". Há espaço também para todas as reações negativas ao lançamento do disco, cuja capa trazia uma foto de três viaturas policias incendiadas.

A organização do livro parece seguir uma tendência atual em biografias sobre música: no lugar de uma extensa pesquisa sobre a vida inteira de um artista ou banda, os autores têm preferido focar em períodos determinados da carreira. Neste caso, o recorte vai desde o dia em que o baixista Klaus Flouride respondeu a um anúncio em uma revista do guitarrista East Bay Ray, até o lançamento e a turnê de divulgação do álbum de estreia. GGGG

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