• Carregando...
Pedro de Luna faz um apanhado da cena underground em seu livro | Paulo Belote/ Divulgação
Pedro de Luna faz um apanhado da cena underground em seu livro| Foto: Paulo Belote/ Divulgação

Entre 1990 e 2010, o Rio de Janeiro passou por uma forte transformação cultural na área da música. As bandas independentes que surgiam na época – dentre as quais Planet Hemp e O Rappa tornaram-se as mais proeminentes – organizaram-se com uma complexa e bem articulada rede de comunicação que envolvia fanzines e muita correspondência interpessoal. Esse universo é o objeto de estudo do jornalista e quadrinista Pedro de Luna no livro Niterói Rock Underground (1990 - 2010) . O autor, que vem a Curitiba para o lançamento do livro hoje, a partir das 17h30, na Itiban Comic Shop, e também no festival Punktoberfest, que acontece até domingo no 92 Dance Hall, parte de sua experiência pessoal como estudante de jornalismo e zineiro em Niterói, cidade que despontou com uma das cenas independentes mais conceituadas do Brasil.

De Luna explica que, ainda que o título possa sugerir o contrário, Niterói Rock Underground faz um apanhado geral de algumas das principais cenas do Brasil. "O livro tem esse nome em parte porque traz muito do meu ponto de vista. Mas, com ele, mostro que o rock não está só nas capitais. O interior do estado do Rio, como Barra Mansa, Volta Redonda e Resende, por exemplo, tiveram dias gloriosos também", conta o jornalista, e completa: "Como o livro é escrito em ordem cronológica, é possível observar que algumas cenas grandes, como a paranaense, foram murchando, e em contrapartida, outras surgiram no Acre, Rondônia e Mato Grosso, entre outras".

A publicação animou os músicos da época. Bandas cariocas como Poindexter, Ack e Sex Noise fizeram "revivals" no lançamento do livro. "Não sou Jesus Cristo, mas ando ressuscitando uns mortos também", brinca De Luna.

O jornalista não esconde o tom saudosista de seu livro. A troca de correspondências interpessoais, a energia gasta para fazer contatos, mandar fitas demos e organizar festivais parecem ao autor uma época onde as relações eram mais sólidas e as prioridades eram outras: "Antigamente, se você não ia num show, você não conseguia ver a banda, porque não tinha YouTube; não conseguia comprar a fita demo e às vezes nem pegar o panfleto para o próximo show. Era uma época que obrigava as pessoas a sair de casa para se informar, exatamente o oposto do que acontece hoje".

Serviço:

Lançamento do livro Niterói Rock Underground. Itiban Comic Shop (Av. Silva Jardim,845), (41) 3232-5367. Dia 8, às 17h30. Entrada franca.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]