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“Eu tenho consciência total de que o que aconteceu com “Ai Se Eu Te Pego” nunca aconteceu na história do nosso país, com nenhum outro cantor. E aconteceu comigo! Graças a ela, eu pude viver experiências incríveis no ano passado e este ano: viajar pelo mundo.” | Divulgação
“Eu tenho consciência total de que o que aconteceu com “Ai Se Eu Te Pego” nunca aconteceu na história do nosso país, com nenhum outro cantor. E aconteceu comigo! Graças a ela, eu pude viver experiências incríveis no ano passado e este ano: viajar pelo mundo.”| Foto: Divulgação

Lançamento

Sunset

Michel Teló. Som Livre. R$ 29,90 (DVD) e R$ 19,90 (CD). Sertanejo.

Ele gravou a música brasileira mais conhecida no mundo nos últimos tempos – "Ai Se Eu Te Pego", faixa do CD e DVD Na Balada, de 2011 –, que superou a marca das 7 milhões de cópias vendidas e chegou ao topo das paradas em mais de 20 países da Europa e América Latina, tendo sido o sexto single mais comercializado no planeta no ano passado.

Também é o protagonista do primeiro webhit mundial não falado em inglês (o clipe da mesma música, gravado na Wood’s de Curitiba, que soma mais de 500 milhões de visualizações no YouTube). Em 2012, fez uma bem-sucedida turnê por sete países europeus, gravou com o cantor colombiano Carlos Vives e dividiu o palco com Roberto Carlos. Tudo graças aos jogadores Marcelo e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, que em outubro de 2011 comemoram um gol sobre o Málaga, pelo campeonato espanhol, com a coreografia da canção.

Depois de conquistar o mundo, o paranaense Michel Teló (nascido em Medianeira) tenta se reinventar com um CD e DVD gravado em Florianópolis, Guarujá e Angra dos Reis – Sunset, recém-lançado pela Som Livre. O cantor e compositor recebeu a Gazeta do Povo usando uma camiseta dos Beatles em um hotel em São Paulo, onde falou sobre o novo trabalho, analisou o sucesso do sertanejo universitário e discorreu sobre o fenômeno "Ai Se Eu Te Pego". Confira os principais trechos da entrevista:

Qual é a sua expectativa para o seu novo CD e DVD? Espera repetir o sucesso do Na Balada?

Isso é quase um tema de filme [Missão Impossível], porque o outro DVD veio muito forte por tudo o que aconteceu com "Ai Se Eu Te Pego". E isso nunca tinha acontecido antes com uma música brasileira. Por isso, é uma missão quase impossível repetir aquele sucesso. Mas este é o desafio de todo artista: se reinventar, trazer coisas novas e diferentes.

Quais são essas novidades?

O disco anterior era muito dançante, de balada. Este também tem esse clima, mas traz ao mesmo tempo um Michel Teló mais romântico e eclético. Tem soul music, como "Até de Manhã", arrocha ["Levemente Alterado"], samba-rock ["Amiga da Minha Irmã"] e músicas mais românticas, como a próxima música de trabalho, "Maria" [cujo clipe foi lançado na última sexta-feira]. Mas a maior novidade será a versão interativa desse clipe, que vamos lançar perto do Dia dos Namorados: a menina que quiser ouvir a música com o nome dela, basta acessar um aplicativo pelo Facebook; as fotos dela serão exibidas em um projetor antigo, enquanto eu apareço escrevendo o nome dela na letra e cantando a música com esse nome no lugar de "Maria". Deu um trabalhão, eu gravei mais de 300 nomes, mas fiquei muito feliz de fazer essa homenagem personalizada para as minhas fãs.

E a ideia de gravar na praia, como surgiu?

A gente cantou em lugares que até pouco tempo atrás eram dominados pelas baladas eletrônicas, como Jurerê (Florianópolis), Guarujá e Angra dos Reis. Em Angra mesmo, nunca tinha rolado uma balada sertaneja nesse lugar, e quando tocamos lá foi o dia mais bombado. A gente quis mostrar que o nosso som está muito forte, abrange todos os públicos, de A a Z. Além disso, eu sou apaixonado por praia, quando tenho um tempo de folga sempre dou um jeito de ir para a praia, e quis gravar em um lugar onde eu curto cantar, passar férias. Tem uma vibe diferente. E chamamos de Sunset porque o pôr do sol é um momento mágico, principalmente na praia.

Uma crítica recorrente ao sertanejo universitário diz respeito a algumas letras, que só falariam de balada, bebedeira e "pegação". Embora trate desses temas em músicas como "Amiga da Minha Irmã" e "Levemente Alterado", você o faz de modo politicamente correto: na primeira, deixa claro que a tal amiga tem 18 anos; e na segunda, embora esteja alterado, você avisa que veio "de carona". Você se preocupa com as mensagens das letras que canta?

Eu mudei essas letras. Na letra original de "Amiga da Minha Irmã", ela não tinha 18 anos, e isso poderia dar problema. "Levemente Alterado" tinha algumas frases um pouco mais fortes, tipo "Vim pra dar PT [perda total]", que eu também tirei, porque não ia me sentir bem cantando aquilo. Quando chega alguma coisa assim, a gente muda. A música fica um pouco mais leve, a brincadeira continua, mas sem ser tão agressiva. Mas eu me preocupo com isso sim.

Você acha que ganhou na loteria com "Ai Se Eu Te Pego?"

Eu tenho consciência total de que o que aconteceu com "Ai Se Eu Te Pego" nunca aconteceu na história do nosso país, com nenhum outro cantor. E aconteceu comigo! Graças a ela, eu pude viver experiências incríveis no ano passado e este ano: viajar pelo mundo, fazer show na Rússia, cantar em português no Le Zénith em Paris, um lugar onde os maiores artistas do mundo se apresentam. Vivi coisas que eu nunca imaginei, nem nos maiores sonhos que tive. Para um menino que começou pequetitinho, aos 12 anos, cantando em baile no Mato Grosso do Sul, de repente estar rodando o mundo com a música. Sou muito grato, foi um presente de Deus para mim.

Você é o maior nome da terceira geração dos sertanejos – se considerarmos como a primeira os mestres da música caipira, como Tonico & Tinoco, e a segunda aquela dos "Amigos" – Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano e outros. O que a sua geração fez para quebrar o preconceito da elite contra o gênero, ao ponto de hoje ser o tipo de música preferido dos jovens de todas as classes sociais?

Primeiramente o papo das músicas, que ficou mais urbano, falando de festas e baladas na cidade. Um papo mais pop, enfim. O mundo de hoje é muito rápido, a gente vive numa correria, e acho que uma música mais simples, com uma letra mais fácil, acabou caindo no agrado da galera. A sonoridade também pegou elementos do pop e do pop-rock, em grandes estruturas, nos melhores estúdios, com os melhores instrumentos... ou seja, esta nova geração da música sertaneja veio com um som de qualidade e um papo diferente, cantando o que o jovem quer ouvir. Aí virou essa loucura toda.

Você gravou com [o cantor colombiano] Carlos Vives, dividiu o palco com Roberto Carlos, já foi homenageado pelo maestro André Rieu. Com quem mais gostaria de cantar e/ou gravar?

Acho muito massa o trabalho do Seu Jorge, daria uma vibe legal misturar uma sanfona com o som dele. Já falamos a respeito, mas na hora certa vai acontecer. Também seria bacana com o Jota Quest, a Shakira. E aí vem os mais difíceis, Coldplay, John Mayer, mas aí é muito fora da caixa!

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