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Teatro

A paixão que quebra o tabu

Peça que adapta romance e filme As Pontes de Madison faz temporada em Curitiba na Caixa Cultural a partir de sexta-feira

Mayara Magri e Flávio Galvão interpretam o casal que vive um intenso relacionamento em apenas quatro dias | João Caldas/Divulgação
Mayara Magri e Flávio Galvão interpretam o casal que vive um intenso relacionamento em apenas quatro dias (Foto: João Caldas/Divulgação)

O livro As Pontes de Madison, de Robert James Waller, lançado em 1992, foi um dos maiores best sellers do século 20: 50 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. A história, que narra um relacionamento rápido, porém intenso, entre uma mulher casada e um fotógrafo da National Geographic, ganhou os palcos e chega a Curitiba na sexta-feira, na Caixa Cultual, no espetáculo homônimo dirigido por Regina Galdino. O público já chega a mais de 80 mil pessoas desde a estreia no país, em 2009. Os ingressos começam a ser vendidos hoje ao meio-dia (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).

A ideia de rever nos palcos a história, que também foi levada ao cinema por Clint Eastwood (em 1995), surgiu quando o livro e o filme foram indicados, quase que simultaneamente, por amigos do produtor da peça, Igor Dib. "Ele achou uma coincidência, e que deveria adaptar", conta a diretora. O texto foi traduzido e adaptado por Alexandre Tenório e, segundo Regina, o espetáculo mantém o essencial da trama: os quatro dias intensos vividos por Francesca e Kincaid (interpretados no espetáculo por Mayara Magri e Flávio Galvão), numa época em que transgredir o modelo do casamento era tabu. "A vantagem do teatro é que conseguimos aprofundar as coisas", diz a diretora, que estudou o romance e uma análise junguiana sobre a obra, o que contribuiu para entender o momento do casal.

Na história, Francesca, que se casou com um soldado americano, se vê sozinha em casa durante quatro dias, depois de negar uma viagem de família na necessidade de se afastar um pouco da rotina vivida com marido e filhos. Nesse período, ela conhece o fotógrafo que veio fazer imagens das pontes, caso que deixa registrado em um diário que os filhos descobrem 20 anos depois, após a morte da mãe. "É importante salientar que a história se passa na metade da vida, não é uma paixão adolescente", frisa Regina.

Inquietação

A personagem de Francesca, que antes de se casar foi professora de literatura na Europa, vive uma vida monótona e sem espaço para a poesia. "Ela tem uma cultura mais ampla do que o restante dos moradores da cidade, mas está descontente. Simbolizamos isso pela cozinha dela e em atitudes como a de ela ouvir ópera quando a família viaja, coisa que não pode fazer quando todos estão reunidos em casa", explica a diretora. Ao encontrar o fotógrafo, a dona de casa retoma o seu antigo universo. "Esse homem traz o mundo de novo para ela, além de uma série de coisas que ela nem percebia mais no seu entorno, como o cheiro da terra e das flores do campo, que passaram a ser corriqueiras para Francesca. E ele, pela primeira vez, vê que pode abrir mão de tudo por uma mulher. Os dois têm uma relação sincera, com a qual o público se identifica muito", ressalta Regina.

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