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A partir do alto, em sentido horário: obras de Estela Sandrini, Guilmar Silva, Helena Wong, Mohamed Assal, Ronald Simon e Mazé Mendes, em exposição no Solar do Rosário |
A partir do alto, em sentido horário: obras de Estela Sandrini, Guilmar Silva, Helena Wong, Mohamed Assal, Ronald Simon e Mazé Mendes, em exposição no Solar do Rosário| Foto:

"A pintura está morta. Viva a pintura!" A frase filosófica intitula o belíssimo texto da pesquisadora Maria José Justino que antecede a coletânea com obras de seis artistas paranaenses cujo principal interesse é a pintura: Estela Sandrini, Mazé Mendes e Ronald Simon e os falecidos Guilmar Silva (1943-2008), Helena Wong (1938-1990) e Mohamed Assal (1957-1987).

É o livro Por Que Pintura?, que será lançado neste domingo, às 11 horas, no Centro Cultural Solar do Rosário, juntamente com a abertura de uma exposição com obras de diferentes fases dos artistas.

O livro nasceu de uma conversa sobre arte e projetos de lei entre as artistas Guilmar, Mazé e Teca e as proprietárias do Solar do Rosário, Regina e Lúcia Casillo, idealizadoras de projetos editoriais sobre arte paranaense. "Sugerimos fazer um livro sobre pintura que desse continuidade a uma série sobre diferentes linguagens na arte", conta Mazé.

A ideia foi "um novo estímulo" para Regina e Lúcia, que incluíram mais três artistas no projeto, Simon, Helena e Assal. "Elas nos deram liberdade para escrever textos próprios, escolher o autor dos textos críticos e as obras que gostaríamos de destacar", conta Mazé.

Maria José Justino aceitou o desafio de "defender a pintura no barulho ensurdecedor das novas tecnologias, nos espetáculos das exposições em museus e galerias, com o domínio das linguagens videoarte, arte processual, earth art, body art, instalações e performances".

Além do artigo de abertura, "uma longa viagem pela aventura da pintura", ela escreveu textos sobre a trajetória artística de cada um dos artistas. É sempre elucidativo conhecer as obras pelas palavras dos próprios artistas, como fazem Mazé, Teca e Simon. Tarefa também empreendida pelos herdeiros dos três pintores já falecidos.

Diálogos possíveis

Para além da pintura, há outros diálogos possíveis entre os seis artistas, como propõe Maria José. "A transcendência nos traços de Wong defrontam-se com a força dos golpes das pinceladas de Teca Sandrini. Pintura solta nas grandes telas, onde gavetas e cadeiras flutuam embriagadas de cores. Teca e Wong, nos limites entre expressionismo e abstração, estabelecem diálogo com a pintura de Mazé Mendes. A pintura gráfica de Mohamed, esbanjando energia, parece provocar a racionalidade geométrica de Ronald Simon. Toda essa riqueza de formas e cores encontra o paradoxo da pintura de Guilmar, ora cativa da dureza da geometrização, ora solta na leveza e nas cores diáfanas de sua última fase."

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