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Papo U

A profissão do futuro pode estar ao seu lado e até nos games que você joga

Jovens profissionais embarcaram por acaso em carreiras promissoras, ganharam mercado e acumulam experiência em áreas valiosas

Mariana Ayres, gamer da Microsoft . | Divulgação/
Mariana Ayres, gamer da Microsoft . (Foto: Divulgação/)

O futuro é agora para as jovens Mariana Ayres, 25, e Nayane Morais, 30 anos. Enquanto os pesquisadores estudam as tendências de profissões para os próximos anos, as duas estão ativas no mercado em áreas promissoras. A primeira é gamer da Microsoft e a segunda, programadora da agência global Mirum. Coincidentemente, elas aterrissaram nas carreiras por acaso, mas perceberam o potencial e desbravaram sem medo. Em pouco tempo, ainda na graduação, estavam empregadas em empresas cobiçadas.

Mariana trabalhava na área administrativa no grupo NZN, que produz conteúdo digital em tecnologia, quando foi chamada para substituir por um dia uma colega que apresentava um programa ao vivo sobre games. Durante duas horas mostrou que entendia do assunto – joga desde os 7 anos – e conquistou o público com sua animação. A partir daí não parou. O site encheu de comentários pedindo que ela continuasse. “Era algo completamente novo, nunca achei que fosse trabalhar com isso, nem sabia direito o que era”, comenta.

Hoje, mora em São Paulo e apresenta jogos para a Microsoft. Vive disso. Grava os vídeos e podcast uma vez por semana no estúdio e nos outros dias, em home office, testa os jogos – sejam os lançamentos indicados pela empresa ou aqueles que ela mesma escolhe. Os desafios de uma profissão muito nova no mercado não estão apenas no desconhecimento dos familiares e amigos – a mãe dela não entende direito até hoje o que ela faz – mas também em enfrentar preconceitos. No caso dela, o fato de ser uma área dominada pelo público masculino, foi quase um desestímulo. Durante uma maratona de 24 horas de GTA 5– um jogo conhecido pela violência – recebeu vários comentários online ofensivos e machistas, que a fez sair na metade do programa. Mas a certeza de que estava na profissão certa e que essa é uma carreira que só tende a crescer, a fez continuar.

Já com a Nayane a dificuldade foi se adaptar a um universo que vive do raciocínio lógico. Como a escolha da profissão foi por indicação de um tio e não por uma habilidade nata, especialmente para cálculo, precisou treinar muito para dominar a programação, já que caiu em uma área que nem conhecia direito. A tática foi investir em joguinhos da internet que buscam padrões e praticar incansavelmente. Deu certo. Antes mesmo da se formar estava contratada em uma empresa internacional de prestação de serviço em informática, por conta de um projeto desenvolvido em um programa da Microsoft para estudantes. Depois disso o currículo só cresceu: trabalhou com programação de sistemas para laboratórios médicos, programação de logística para manutenção de rede de telefonia, sistema de admissão para o Tribunal de Contas do Estado e hoje faz parte de dois projetos internacionais da Mirum, um que faz um programa de plano de saúde para o Reino Unido e outro que desenvolve site para uma empresa finlandesa de cosméticos.

Pensando lá na frente, em que a tendência é a automatização substituir cada vez mais empregos e por isso requerer vários profissionais de desenvolvimento, Nayane busca hoje garantir todas as habilidades que a profissão exige. Por isso fez um MBA em gestão de projetos de software. “Precisamos ter uma visão bem sistêmica, atuar como geradores de soluções para os clientes. Isso é o futuro”, comenta.

Para prospectar

Com os anos de experiências em dois mercados jovens – e que só crescem – as profissionais tem suas apostas para os próximos anos. Nayane acredita que a programação na área médica, que desenvolve, por exemplo, softwares e controle de registros de pacientes – como como prontuário online -, é a grande tendência. “Inclusive o prefeito eleito Rafael Greca falou que criaria um sistema assim. Então, necessariamente vai precisar de gente para fazer. É nesse rumo que muitas empresas vão seguir”.

No setor de games há ainda uma concorrência muito baixa. Portanto, uma boa opção de carreira. Para começar, a dica é investir em vídeos para o youtube. Mariana diz que o primeiro passo é fazer vídeos sobre o assunto e jogar nas redes, mesmo que no começo não ganhe nada por isso. “Se ficar bacana e alguém gostar, vão te contratar. A pessoa não precisa correr para o Rio de Janeiro ou São Paulo para ser visto. A internet está aí para isso”.

Mariana e Nayane vão estar no Papo U da Gazeta do Povo falando sobre as profissões do futuro. O evento é dia 30 de novembro, às 19h, no Museu Oscar Niemeyer.

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