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Etel Frota abandonou a Medicina e se revelou uma talentosa letrista, que também assina roteiros para espetáculos musicais | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Etel Frota abandonou a Medicina e se revelou uma talentosa letrista, que também assina roteiros para espetáculos musicais| Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo

Rastros e planos

Saiba mais sobre a trajetória de Etel Frota

Origem

Etel Frota nasceu em Cornélio Procópio, dia 5 de maio de 1952. Vive em Curitiba desde 1980. É mãe de Luisa, 20 anos, e Clara, 14.

Parceiros

Desde que abandonou a Medicina, depois de 18 anos de atividade, no final da década de 1990, Etel vem estabelecendo parcerias com diversos músicos, como, por exemplo, Iso Fischer, Oswaldo Rios, Rosi Greca, Zé Rodrix, Gerson Bientinez, Claudio Menandro, Consuelo de Paula, A Bossa Elétrica (conjunto sueco), etc.

Ira!

O mais recente álbum de Nasi, ex-vocalista do Ira!, se chama Onde os Anjos Não Ousam Pisar, título de uma canção gravada pelo cantor paulistano, composta por Etel com Zé Rodrix.

Roteirista

Etel é requisitada para conceber espetáculos musicais. O roteiro do show "As Canções: Brasileirão Canta Zé Rodrix", realizado no ano passado e reapresentado no início de 2010 durante a Oficina de Música, tem a assinatura de Etel.

Plano de voo

Elabora o roteiro para o espetáculo Baía de Antonina, uma homenagem póstuma ao músico Osiel Fonseca. Em maio, sobe ao palco do Teatro Regina Vogue para declamar poemas durante o espetáculo de flamenco Mirame, da companhia de dança Carmen Romero. Prepara o roteiro para as duas apresentações que o Viola Quebrada fará, nos dias 7 e 8 de maio no Teatro Paiol: as imagens captadas nessas duas noites serão usadas em um DVD que o grupo de música caipira lançará ainda em 2010. No dia 21 de maio, promove, no Paço da Liberdade, o lançamento do álbum Compositoras, que envolve diversas artistas, como Cristina Saraiva, Socorro Lira, Ceumar. No CD, algumas canções têm a assinatura de Etel Frota.

Música gravada por Maria Be­­thâ­­nia. Parcerias com Zé Rodrix (uma delas empresta título ao mais recente álbum de Nasi, ex-Ira!). Roteirista disputada para estabelecer as diretrizes de espetáculos de artistas que fazem MPB em Curitiba.

Há 15 anos, tudo isso nem fazia parte dos planos de Etel Frota, mas hoje é realidade.

Etel construiu trajetória na medicina. Atuava em clínica geral. Até que, na década de 1990, começou a participar de cursos livres no Conservatório de MPB de Curitiba.

O maestro e arranjador Marcos Leite (1953-2002), depois de ler poemas de Etel, disse uma frase que seria decisiva na travessia da então profissional da saúde: "Você pode até ser uma boa médica, mas nasceu para escrever, para fazer canção, você é escritora. Etel, a sua missão na Terra é criar linguagem, poesia e prosa".

As palavras do mestre Leite ainda ecoam no imaginário de Etel.

Em 1997, a profecia do maestro começava a se confirmar.

Naquele ano, duas composições de Etel, feitas em parceria, ficaram em primeiro e segundo lugar em um festival promovido pelo Sesc da Esquina. A campeã foi "Fim de Tarde" (com Luiz Otávio Almeida) e "Medo de Amar" (com Iso Fischer) ficou com a medalha de prata.

Fato após fato, tudo apontava para uma evidência: o caminho de Etel parecia mesmo estar relacionado com a palavra escrita (e cantada).

Mas as transições, todos sabem, nem sempre são suaves e fáceis.

Em 1997, já aposentada pelos serviços prestados como médica no Banco do Brasil, Etel decidiu se afastar da área de sáude. Fez as contas e percebeu que não valeria mais a pena continuar clinicando apenas nas terças e quintas. Afinal, todos os outros dias eram da música, do verso e da prosa.

Mas, então, veio a roda-viva. O destino, sem pedir licença, bateu em sua porta. O chão ruiu: o marido faleceu e 1998 foi um ano para colocar à prova a capacidade de Etel de viver num mundo que, às vezes, pode parecer inimigo.

Idas e voltas

Em 1993, Etel, ainda médica, teve um surto de poesia. Escreveu muito. Mas o que foi parar dentro de uma gaveta parecia exigir leitura. Depois de muita transpiração, reescrita contínua, enviou aqueles originais para o poeta Thiago de Mello. O ano seguia e, numa tarde, chegou uma carta em sua caixa de correio. O remetente, da Ama­­zônia, era o poeta que ela sempre admirou. Além de poucas, mas importantes, dicas, havia uma sugestão: Etel deveria ter respeito pela sua poesia, pois, na opinião de Mello, os versos dela tinham muito valor.

Aquele conteúdo foi a matéria-prima de Artigo Oitavo, um livro com CD, artigo elaborado durante os anos 2000 e 2001, e publicado no dia 5 de maio de 2002, data em que Etel completava 50 anos.

A partir daquele dia, com aquela obra, começava uma nova vida para Etel. Hoje, ela analisa que pendurou o estetoscópio de médica quando estava no auge. Estava pronta para ser feliz para sempre.

Esquinas da infovia

Durante a nova "encarnação", Etel entendeu que a internet poderia ser um trampolim para o infinito. E foi em uma esquina da infovia que ela conheceu Consuelo de Paula, com quem iria compor "Sete Trovas", canção gravada por Maria Bethânia (parceria que também leva o nome de Rubens Nogueira).

A grande rede www também foi responsável pelo encontro de Etel com os músicos suecos da banda A Bossa Elétrica. Os europeus ficaram encantados com as canções que têm a assinatura de Etel Frota. O entusiamo foi tanto que cinco ou seis canções do próximo álbum do conjunto terão letras de Etel. Curioso é que os suecos não falam português: eles decoram a sonoridade para cantar os textos poéticos inventados pela artista paranaense.

Os próximos oito meses de 2010 serão de muita atividade para Etel. Ela finaliza o romance Cormorant, a obra infanto-juvenil A Menina Que Engoliu uma Estrela, entre muitos outros projetos.

Questionada a respeito de como ela mesma se define, Etel pronuncia uma única palavra: "costureira". "Gosto de juntar gente", diz.

Nos próximos dias, ela entrega ao cantor e compositor Fábio Elias uma canção inédita que fez com Zé Rodrix. "Olha aí, estou unido Zé Rodrix ao Fábio Elias. Não é algo bem bacana?", finaliza.

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