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Mark Zuckerberg (Jesse Einsenberg), criador do Facebook: império virtual avaliado em US$ 25 bilhões | Divulgação
Mark Zuckerberg (Jesse Einsenberg), criador do Facebook: império virtual avaliado em US$ 25 bilhões| Foto: Divulgação

Ficha técnica

A Rede Social

(The Social Network. EUA. 2010). Direção de David Fincher. Com Jesse Eisenberg, Andrew Garfield e Justin Timberlake. Concorre ao Oscar nas categorias de filme, diretor, ator (Jesse Eisenberg), roteiro adaptado, fotografia, edição, trilha sonora original e mixagem de som.

O ritmo alucinante de A Rede Social condiz com a vida de seu protagonista e reflete parte da socie­dade "on-line" que retrata, notadamente jovens antissociais, verdadeiros fracassos na vida real mas que se tornam sinônimo de sucesso e popularidade quando são avatares de computador.

O filme de David Fincher (Clube da Luta e O Curioso Caso de Benjamin Button) conta a epopeia moderna de Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), norte-americano criador do site de relacionamentos Facebook. O início do projeto coincide com o término do namoro do garoto, então com 19 anos.

Vingativo e desolado, Zuckerberg cria um site chamado Facemash, em que expõe e compara garotas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Isso foi em 2003. Era o estopim do que é hoje um verdadeiro mundo paralelo, avaliado em U$ 25 bilhões e acessado por 500 milhões de usuários, do Brasil ao Nepal.

Por meio das impressões de seu amigo brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), cocriador do Facebook, e da trilha sonora in­­quietante coescrita por Atticus Ross e Trent Reznor (da banda Nine Inch Nails), nos aproximamos mais do jovem que é, na verdade, um escroto. Insensível, não pede desculpas ao amigo por tê-lo feito esperar no aeroporto por três horas. Mas também é inteligente e visionário. A invenção logo cai na moda. O Facebook o torna popular, talvez pela primeira vez na vida. A universidade inteira fala sobre o site, todos querem criar o seu perfil. Ele consegue "existir", enfim, daquela maneira.

O filme é entrecortado e a edição de Fincher, um primor. No miolo, há uma espécie de julgamento, motivado pela acusação de que Marck teria roubado a programação de um outro site, já teoricamente montado por três nerds da mesma universidade: dois deles são os gêmeos Winklevoss, desportistas campeões de remo – o oposto de Mark –, ambos interpretados por Armie Hammer.

Rede Social é intenso e obviamente atual. Por meio de um caso-símbolo, um case de sucesso, Fincher se propõe a discutir os limites da geração que cresceu com o computador no colo. O vício, a inversão de valores e a impressão de se estar finalmente pertencendo a alguma coisa são aspectos que moldam Zuckerberg – o verdadeiro Mark até deu entrevistas destroçando o filme e dizendo "que não era bem assim". Com oito indicações ao Oscar, deve levar pelo menos duas estatuetas: melhor edição e melhor trilha sonora.

Até o próximo sábado, o Caderno G publica críticas dos dez longas-metragens indicados ao Oscar de melhor filme. Os vencedores serão conhecidos no domingo, dia 27 de fevereiro

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