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Em tons kitsch, comédia de François Ozon discute os papeis sociais na França | Divulgação
Em tons kitsch, comédia de François Ozon discute os papeis sociais na França| Foto: Divulgação

Programação

Confira a programação dos filmes em cartaz no Festival Varilux de Cinema Francês

Quem perdeu Potiche on­­­tem, novo longa-metragem de François Ozon (de Ricky e 8 Mulheres) que abriu o Festival Varilux de Cinema Francês em 22 cidades do país, incluindo Curitiba, ainda tem a chance de assisti-lo hoje, amanhã e no dia 16, no Unibanco Arteplex Crystal, antes de sua estreia no país, no próximo dia 17.

A comédia protagonizada por Catherine Deneuve, que esteve ontem no Rio de Janeiro com uma delegação francesa para participar da abertura da mostra, faz uma crítica impagável às convenções sociais ao narrar a trajetória de ascensão de Suzanne Pujol de "potiche", a típica "esposa-troféu" tratada como um objeto do lar, à industrial bem-sucedida.

Ambientado em 1977, a produção com tom de farsa e visual kitsch inspirado em filmes americanos daquela década tem início com Suzanne se deparando feliz com os animais do bosque onde foi se exercitar, à la Branca de Neve, provocando o riso e a simpatia do público. Ela banca a esposa perfeita, que tapa os olhos para as traições do marido empresário, Robert Pujol (Fabrice Luchini), até que uma greve dos funcionários da fábrica de guarda-chuvas remexe a hipocrisia do lar irretocável.

Infartado após ser sequestrado pelos trabalhadores, o marido sai de licença e, em seu lugar, Suzanne surpreende a todos ao se revelar uma competente mulher de negócios com muitos segredos guardados. Nada mais é o que parecia ser. O marido se vê no papel de "potiche", a filha já não é tão segura de si, o filho deixa entrever suas aptidões e Suzanne retoma uma antiga história amorosa com o prefeito da cidade, vivido por Gérard Depardieu, um comunista insensível que, por sua vez, se revela um romântico.

De mero acessório do lar, a personagem de Deneuve, atriz emblemática da França, torna-se uma espécie de "mãe da França", uma mulher poderosa, mas nem por isso menos generosa. Uma conquista que Ozon parece querer dizer que falta em uma França com poucas mulheres no poder e, em pleno século 21, muitas mulheres-troféu. Basta atinar para a importância dada naquele país ao papel de primeira-dama.

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