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Cabelão, maquilagem de pin-up, vestidos justos e voz de diva do jazz: Amy Winehouse era original e criativa e deixou um trabalho consistente, apesar da dificuldade crescente para apresentar-se sóbria nos palcos | Caio Cezar Nascimento/Folhapress
Cabelão, maquilagem de pin-up, vestidos justos e voz de diva do jazz: Amy Winehouse era original e criativa e deixou um trabalho consistente, apesar da dificuldade crescente para apresentar-se sóbria nos palcos| Foto: Caio Cezar Nascimento/Folhapress

Opinião Por Aldrin Cordeiro, editor Gazeta do Povo

Ela cumpriu o que cantava

A morte precoce de Amy Winehouse selou o destino que muitos (se não todos) esperavam para a cantora. Aos 27 anos, uma das mais marcantes vozes deste século, que mesclava jazz, soul e blues, cumpriu o que cantava para milhões de fãs.

Em "Rehab", o maior sucesso da curta carreira, versos sobre não ir para uma clínica de reabilitação por causa de álcool e drogas definiram o estilo de vida que a artista escolheu. Era raro vê-la sóbria nos palcos e os jornais britânicos a retratavam como uma "festeira de carteirinha".

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Vídeos Assista aos clipes de Amy Winehouse

»Rehab

» Back to Black

» You Know I´m No Good

» Tears Dry On Their Own

» Love Is A Losing Game

Veja mais no canal oficial da cantora no YouTube

A cantora inglesa Amy Wine­­house foi encontrada morta em sua casa, no bairro de Candem, ontem por volta das 16h (hora lo­­cal). O serviço de socorro foi acionado, mas quando as ambulâncias chegaram encontraram Amy morta. A informação foi confirmada pela polícia de Londres, segundo informaram os sites dos jornais ingleses. Até o fechamento desta edição, a causa da morte não havia sido divulgada.

Ela tinha 27 anos e desde que sua carreira deslanchou enfrentava problemas causados pelo consumo de drogas e de álcool. Apesar de manter a qualidade do seu trabalho, aclamado mundialmente co­­mo um dos melhores deste início de século na música pop, Amy tinha dificuldades para tocar sua carreira por causa do descontrole provocado pela dependência química.

Em junho, interrompeu uma turnê pela Europa porque não estava conseguindo se apresentar. No último show, na Sérvia, deixou o palco porque estava alcoolizada demais. Seu primeiro CD, Frank (2003), foi sucesso de crítica. Em 2006, o album Back to Black lançou Amy para a fama mundial, rendeu a ela cinco prêmios Grammys e vendeu 32 milhões de cópias. A turnê de divulgação foi interrompida porque Amy estava alterada. Em 2008, no Rock in Rio Lisboa, Amy quase não conseguiu cantar.

No início do ano, o jornalista e crítico de jazz Roberto Muggiati, disse sobre os shows no Brasil: "Ou ela dá a volta por cima, ou sua carreira acabou." Mas os shows no Brasil foram irregulares e não convenceram os fãs.

Vida pessoal

Filha de um taxista e de uma farmacêutica, judeus não-praticantes, Amy Jade Winehouse cresceu na periferia norte de Londres. O pai gostava de jazz e Sinatra (daí o Frank no título do primeiro CD), a avó foi namorada do jaz­­zista inglês Ronnie Scott; ela ouviu as divas Ella, Bil­­lie, Sarah, mas se fixou no timbre metálico de Dinah Washing­­ton, de quem faria covers perfeitas ("There Is No Greater Love", "Teach Me Tonight" e "Someone to Watch Over Me").

Aos 9 anos foi estudar canto e teatro, mas, apesar de esbanjar talento, a escola a expulsou por indisciplina. Aos 13, ganhou a primeira guitarra e formou um duo.

Sofreu um trauma de adolescência ao saber que o pai tinha ou­­tra mulher, a dissolução da família provocou as primeiras mu­­tilações, pequenos cortes a faca. Além de intérprete, Amy co­­meçou a compor canções, exorcizando através delas todos os seus males, inclusive o consumo de drogas.

O inferno pessoal de Amy começou quando se apaixonou por Blake Fielder-Civil, com quem se casou e que a levou para as drogas pesadas. Foi uma relação conturbada, que pesou negativamente na vida e carreira de Amy.

Sua presença de palco única – uma espécie de pin-up magrela – casava bem com a mistura de jazz, soul e hip-hop e pela bela voz.

A última aparição pública aconteceu na última quarta-feira no show de sua protegida, a cantora de 15 anos Dionne Bromfield, em Londres. Segundo a imprensa britânica, ela subiu no palco bêbada, dançou e pediu que o público comprasse o disco de Bromfield. Winehouse tem dois álbuns lançados e estava finalizando seu terceiro trabalho de estúdio.

Amy morreu com a mesma idade que tinham outras estrelas do pop que tiveram fim trágico: Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Kurt Cobain.

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