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Ingressos de shows a preços exorbitantes e carteirinhas de estudante falsificadas em larga escala. Ambas as "soluções" utilizadas, respectivamente, por produtores de shows (que se vêem obrigados a elevar os valores das entradas para não levarem prejuízo com a bilheteria) e pelo público (que acaba apelando à falsificação de documentos para obter descontos) estão cada vez mais perto de ter um fim.

Isso porque a Comissão de Educação do Senado aprovou, por unanimidade, na última terça-feira (25), um projeto de lei, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que regulamenta a concessão da meia-entrada a estudantes e pessoas com mais de 60 anos em espetáculos de teatro e circo, museus, parques e eventos educativos, esportivos e de lazer.

A proposta também limita a concessão do desconto a uma cota máxima de 40% do total dos ingressos disponíveis para cada evento, assim como autoriza a criação do Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da Meia-Entrada e da Identificação Estudantil, órgão a ser criado pelo Executivo com a função de definir os critérios para a padronização e a distribuição de identidades estudantis.

O projeto será ainda votado em segundo turno pela Comissão e poderá passar pelo Senado antes de seguir para votação na Câmara, caso sejam apresentados recursos. Mas a decisão já vinha sendo defendida há anos pelos produtores de shows locais, que, atualmente, precisam atender à demanda por ingressos de meia-entrada, mesmo que todos queiram pagar meia. "Fico muito satisfeito com a aprovação do projeto. Ele vem para moralizar a questão da meia-entrada, que hoje é uma completa bagunça", celebra Fábio Neves, diretor da produtora Seven Shows e Eventos, que neste ano trouxe a Curitiba, entre outros espetáculos, o show da cantora inglesa Joss Stone.

Ingresso menor

A veterana produtora local Verinha Walflor também comemora a aprovação do projeto e, como Neves, elogia a cota de 40% de ingressos a serem reservados para estudantes e idosos. "É uma média boa, que vai nos ajudar bastante a calcular os custos reais dos eventos. O preço total dos ingressos vai diminuir e também vai favorecer aqueles que não são nem estudantes e nem maiores de 60 anos", conta ela.

Quanto à criação de um órgão de fiscalização das carteirinhas estudantis, Verinha é categórica. "Isso é muito bom, mas é algo que já deveria ter sido feito há muito tempo, quando a lei que dá direito à meia-entrada para estudantes e idosos foi criada. Mas é melhor do que nada", analisa. "Se não houver essa fiscalização, o projeto não servirá para muita coisa, pois ainda assim pessoas que não têm direito ao benefício vão continuar usufruindo dele injustamente", explica Mac Solek, diretor da Prime Produções e Eventos.

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