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Sergio Mercurio, “El Titiritero de Banfield”: pesquisa para elaborar personagens | Divulgação
Sergio Mercurio, “El Titiritero de Banfield”: pesquisa para elaborar personagens| Foto: Divulgação

Figurino, dramaturgia, nada demanda mais tempo de Sergio Mercurio, "El Titiritero de Banfield", do que a composição da psicologia de seus personagens. Em média, vão-se dois anos até que se dê satisfeito com o ser criado. Às vezes, muito mais.

A velhinha gigante que vê anjos, uma das figuras a habitar o espetáculo Viejos, que reinaugura a programação do Teatro HSBC neste fim de semana, começou a ser esboçada em 1996. Para chegar ao palco, porém, esperou mais de uma década: apenas em 2007, quando a montagem, primeira de uma trilogia, estreou no Teatro Nacional de Quito, no Equador.

Com a personagem e seu forte misticismo contraído na Bolívia (país que o titeriteiro visitava quando a inventou), entram em cena uma galeria de senhores e senhoras de caráter complexo, entretidos em questões particulares trazidas pela velhice.

Quem inaugura a ação é Tronco, um velho carrancudo mas também muito inteligente, que pede a Mercurio (à vista do público) ajuda para atravessar a rua. Logo não o quer soltar, disposto a ensinar ao manipulador tudo o que sabe.

Um casal acidentado que briga sem parar, um Índio da América do Norte, e um avô com problemas com drogas medicamentosas são algumas das outras figuras elaboradas em sua longa pesquisa.

O titeriteiro de 42 anos queria homenagear os avós, de quem guarda uma lembrança marcante da infância. O fez de uma perspectiva adulta: "A velhice é um momento singular e pode chegar a ser extraordinário para muitas pessoas. Eu vejo isso e resgato diferentes formas de chegar lá."

Tradução

Viejos esteve no Uruguai e na Argentina, antes de a versão em português nascer em Curitiba, no Teatro da Caixa, em dezembro de 2008. Sergio Mercurio conta que era comum, na breve temporada paranaense, que os espectadores voltassem para rever a peça na companhia de seus pais e avós.

Na tradução para a língua de Machado de Assis, alguns jogos de palavras e gírias do original se perderam. O bonequeiro aprendeu o português na passagem pelo Brasil em 1998, uma das paradas da viagem de 12 anos que fez pela América Latina.

Sua esposa brasileira e outros parceiros trabalharam junto a ele na versão brasileira para o espetáculo.

» Viejos: confira o serviço completo da peça

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