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“Esta foi a minha mudança de atitude depois de Avenida Brasil: tentar não me assombrar com o assédio, baixar a bola e devolver um pouco do carinho que eu recebo.”- Juliano Cazarré, ator; “O luto foi muito forte nos dois primeiros meses, morri de dó, de saudade dela [Carminha], mas agora finalmente vou conseguir curtir a alegria.”- Adriana Esteves, atriz | Renato Rocha Miranda/TV Globo; Raphael Dias/TV Globo
“Esta foi a minha mudança de atitude depois de Avenida Brasil: tentar não me assombrar com o assédio, baixar a bola e devolver um pouco do carinho que eu recebo.”- Juliano Cazarré, ator; “O luto foi muito forte nos dois primeiros meses, morri de dó, de saudade dela [Carminha], mas agora finalmente vou conseguir curtir a alegria.”- Adriana Esteves, atriz| Foto: Renato Rocha Miranda/TV Globo; Raphael Dias/TV Globo

Quando Avenida Brasil estreou no horário nobre da TV Globo, no dia 26 de março do ano passado, Adriana Esteves, então com 42 anos, já era uma atriz respeitada na emissora. Tinha participado de 13 novelas, sete delas como protagonista. Juliano Cazarré, por sua vez, contava 31 anos e havia feito apenas um pequeno papel numa única trama, Insensato Coração, além de personagens secundários e participações especiais em seriados. Mas tanto Adriana quanto Juliano jamais se esquecerão da história de João Emanuel Carneiro, pelo impacto que ela teve em suas respectivas carreiras.

Adriana Esteves já havia interpretado duas vilãs antes de Avenida Brasil, a Sandrinha de Torre de Babel (1998) e Amélia Mourão, de Coração de Estudante (2002) – além da versão jovem da famigerada Nazaré, imortalizada por Renata Sorrah em Senhora do Destino (2004). Mas nenhuma como a estatura de Carminha, capaz de ser admitida na galeria dos personagens mais abomináveis da teledramaturgia brasileira, como Odete Roitman e Maria de Fátima, de Vale Tudo (1988), e a própria Nazaré.

De lambuja, com sua atuação arrasadora, a atriz ainda exorcizou o fantasma de Mariana, de Renascer (1993), sua primeira protagonista – pela qual foi duramente criticada na época, aos 23 anos. Como se não bastasse, ainda viu a sua Carmen Lúcia se transformar em ícone pop, com sua imagem e falas transformadas em "memes" nas redes sociais.

"Eu acho o maior barato, para mim o trabalho do artista só existe para causar alguma emoção no público, e se a gente consegue isso de alguma forma, é a glória", resumiu a atriz no fim do mês passado, no lançamento da nova programação da Globo. "E quando você vê isso acontecer de uma maneira tão nova, como essa repercussão na internet, é uma delícia!".

De férias desde o fim da novela e disposta a "sumir do mapa" neste ano, Adriana admitiu sentir falta de Carminha: "O luto foi muito forte nos dois primeiros meses, morri de dó, de saudade dela, mas agora finalmente vou conseguir curtir a alegria, poder pensar ‘ai, que bacana que a Carminha e Avenida Brasil fazem parte da minha história", comentou. "Foi uma honra, fiz muitos amigos dentro da novela, inclusive o próprio João Emanuel Carneiro, que eu não conhecia. Sem dúvida, foi um dos trabalhos mais importantes da minha vida."

Divisor de águas

Também para Juliano Cazarré, a carreira se divide entre antes e depois de Avenida Brasil. Tanto é que ele já está escalado para viver Joaquim, coprotagonista de Amor à Vida, a próxima novela das 21 horas. "O Ninho é um cara meio hippie, livre, que gosta de viver solto no mundo... não é essencialmente bom nem mau, o que eu acho interessante, e vai ter um romance conturbado com a protagonsita da novela, vivida pela Paola Oliveira", contou Juliano no mesmo evento. "Vai ser muito bom, porque será muito diferente do Adauto, o pessoal vai conseguir dissociar a minha imagem dele em 10 segundos."

De fato, Juliano já não guarda qualquer vestígio físico do bombadão ingênuo e acéfalo que fez par romântico com Muricy, personagem de Eliane Giardini na novela de João Emanuel Carneiro. O ator está mais magro, com o cabelo mais comprido e barba. Mas ele não esconde o orgulho por ter ajudado a transformar um papel pequeno em um dos personagens mais queridos da novela, com grande peso na trama: "Foi uma construção corajosa, porque muita gente estranhou quando eu comecei a fazê-lo daquele jeito", revela. "Mas aí foram deixando, ele foi caindo no gosto do público, e o texto também começou a vir com mais destaque. Fiz cenas muito boas com a Eliane, o Murilo [Benício], o [Marcos] Caruso... e aí o mérito não foi só meu, mas eu fico feliz que tenham aceitado o Adauto que eu propus. Porque ele era bem diferente de mim."

Agora o tímido Juliano também começa a se acostumar com o estrelato: "Eu tiro fotos, dou autógrafos, mas ainda estou aprendendo a lidar com isso", reconhece. "Porque num primeiro momento é assustador, é muito louco de um dia para o outro você começar a sofrer esse assédio. Ainda mais para mim, que sou um cara mais tímido no dia a dia."

Ele ainda estranha a confusão que os fãs fazem entre ator e personagem: "Às vezes as pessoas vêm falar comigo e acham que estão falando com o Adauto, querem ouvir uma piada, uma tirada engraçada... mas de repente você está na padaria e não quer contar uma piada, só quer comprar um pão", ilustra. "Mas hoje entendo que a pessoa precisou criar coragem para vir falar comigo, e já que ela veio, vou tratá-la bem."

Parte dessa consciência veio após Juliano ter recebido o prêmio Melhores do Ano de 2012, no Domingão do Faustão, na categoria melhor ator coadjuvante. "É um prêmio conferido pelo público, e foi aí que eu entendi o carinho dos fãs, sabe? Pensei: ‘pô, essa galera votou em mim, torceu por mim, tenho que ser receptivo a eles.’ Esta foi a minha mudança de atitude depois de Avenida Brasil: tentar não me assombrar com o assédio, baixar a bola e devolver um pouco do carinho que eu recebo."

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