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Arthur Bispo do Rosário, um dos maiores artistas brasileiros, é o personagem fascinante escolhido pelo diretor pernambucano Geraldo Motta para o filme "O Senhor do Labirinto", uma das estreias desta semana nos cinemas, que retrata a trajetória do Bispo.

Diagnosticado como esquizofrênico-paranoico na década de 1920, ele viveu por 50 anos na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, local onde produziu sua inventiva obra.

O filme chega aos cinemas em Curitiba (em cartaz no Espaço Itaú de Cinema - veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo), São Paulo, Rio de Janeiro e Aracaju, depois de 10 anos do início do projeto de Motta.

O roteiro foi baseado no livo "Arthur Bispo do Rosário – O Senhor do Labirinto" (editora Rocco), de Luciana Hidalgo, que escreveu o argumento junto com o diretor.

Foi a autora quem "sugeriu" o filme para Motta, em 2003, depois de ver a estreia do documentário "O Risco"(2003), sobre Lucio Costa. "Ela me disse que tinham cineastas interessados em adaptar o livro, que gostou do meu filme me propôs o projeto", contou o cineasta, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo.

Na época, o diretor sabia o básico sobre a obra do Bispo. "Li o livro e fiquei completamente encantado", salienta Motta. Outra referência para o longa foi o documentário "O Prisioneiro da Passagem", do fotógrafo e psiquiatra Hugo Denizart. "É o documento audiovisual mais importante sobre o Bispo. O Hugo fazia um trabalho para o Ministério da Saúde fotografando manicômios, e é ele quem descobre o artista", relata.

Luciana e Motta fizeram o roteiro com um edital do Ministério da Cultura, e filmaram o longa em 2008. Em 2010, ainda em fase de finalização, exibiram o filme no Festival do Rio e ganharam o prêmio de melhor filme na escolha do júri popular. Em março do ano que vem, a produção será exibida em um festival na Alemanha.

EmpatiaPara Motta, a história de Bispo (que é interpretado por Flávio Bauraqui, de "Faroeste Caboclo") é "muito parecida" com a de todos nós. "Nós, enquanto humanos, somos precários e precisamos nos reinventar para que a vida se torne possível. E foi o que ele fez, driblou por 50 anos os instrumentos que aniquilariam a sua individualidade. E foi isso que me fascinou, é uma questão universal."

Bispo do Rosário teve sua obra exibida pela primeira vez em 1989, em uma exposição coletiva no Parque Lage, no Rio de Janeiro. Depois de sua morte, no mesmo ano, seu trabalho foi alçado a patrimônio histórico e artístico nacional pelo Instituto Estadual de Patrimônio Artístico e Cultural do Rio e exposto em museus como o Victoria & Albert, de Londres, na 46ª Bienal de Veneza e na 30ª Bienal de São Paulo.

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