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A dupla londrinense Fernando e Sorocaba é hoje uma das mais populares do país | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A dupla londrinense Fernando e Sorocaba é hoje uma das mais populares do país| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
  • Jeann e Julio, também londrinenses, estão entre as formações emergentes no cenário nacional

É uma febre. Está nas rádios, nas festas, nas ruas, nos toques dos telefones celulares. O sertanejo ganhou espaço e, onde já era tradicionalmente popular, o gênero passou a dominar o cenário. Londrina sempre teve uma veia sertaneja muito forte. Muitos justificam essa tradição com o fato de a economia da região ser voltada para a agropecuária. Esse estilo musical, que sempre teve espaço na cidade, agora virou moda em todo o país. Foi aí que Londrina se sentiu em casa e virou berço de duplas sertanejas.

Como outros gêneros da música brasileira, o sertanejo muda de tempos em tempos e já passou por diferentes fases. A mais recente atualização foi rotulada de "sertanejo universitário", que tem nas letras temas como festa, rodeio, balada e, claro, a dor do abandono que os sertanejos adoram cantar. O sertanejo hoje mistura pop, rock, axé, casados com letras direcionadas à galera mais jovem.

Para Raimunda de Brito Batista, professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e estudiosa das manifestações populares no norte do Paraná, a febre do sertanejo universitário representa uma retomada do gênero, que teve sua última explosão na década de 90, com duplas como Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano. "Esse fenômeno foi provocado em grande parte pela mídia."

Contagiante

A preferência regional pelo sertanejo parece ter uma forte influência no gosto das pessoas. Prova disso é a representante comercial Edineia Celin, que nasceu em Presidente Prudente, São Paulo, e se mudou para Arapongas, na região de Londrina, na adolescência. "Aqui, a influência sertaneja é muito forte. Você ouve tanto que começa a gostar, contagia." Foi o que aconteceu com ela, que hoje é fã de várias duplas sertanejas.

A professora Raimunda de Brito Batista também testemunhou o poder que o gênero tem de conquistar novos adeptos. "Meu filho ouvia outros tipos de músicas até começar a cursar Medicina Veterinária. Parece que gostar de sertanejo é condição 'sine qua non' para ser bom aluno nesse curso."

A união do grande número de universitários com a tradição agropecuária de Londrina foi, para Adriana Parissenti, gerente do Santarena (casa exclusivamente sertaneja de Londrina), a receita que transformou a cidade uma referência no assunto. "Na pesquisa de mercado que fizemos antes de abrir a casa, mais de 80% dos entrevistados mostraram preferência pela música sertaneja". O resultado da pesquisa se confirma há um ano, todas as quarta-feiras, sextas e sábados, noites em que o estabelecimento funciona e, segundo Adriana, lota.

Duplas

Londrina já exportou para todo o Brasil duplas como Fernando e Sorocaba, Jeann e Julio e Henrique e Diego, além de ter sido escolhida como residência pelo ídolo teen Luan Santana. "Muitos dizem que as principais duplas sertanejas nascem em Goiás, mas, hoje em dia, outras cidades têm descoberto muitos talentos, como é o caso de Londrina", afirma o cantor Sorocaba.

Depois de quase um ano sem fazer shows na cidade que os lançou, Fernando e Sorocaba estiveram mês passado na ExpoLondrina. "Aqui é a nossa casa. Apesar de não sermos de Londrina, a gente nasceu musicalmente em Londrina. Tocamos em bares, tocamos muito no norte do Paraná. Londrina foi o nosso berço musical. A gente tem muito orgulho e assumimos a identidade paranaense."

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