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Cia. de Teatro Experimental traz para Curitiba 11 espetáculos, entre peças e ciclos de leituras dramatizadas

Confira a programação

Cardápio variado

A Companhia de Teatro Experimental tem um repertório variado. A peça O Casamento, adaptação da obra O Que É o Casamento, de José de Alencar, com estréia marcada para quarta-feira (25), segue a linha do teatro épico. A inspiração é o trabalho do dramaturgo Bertolt Brecht, que se caracteriza pelo distanciamento do personagem e textos que abordam conflitos sociais.

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Explorar novas formas de linguagem. Como o próprio nome diz, a Companhia de Teatro Experimental, com sede em Vitória, no Espírito Santo, busca fazer um teatro não-convencional.

Criada pela atriz e produtora Priscila Poeta, em 2000, na cidade mineira de Divinópolis, o grupo já mostrou seu trabalho no Espírito Santo, em Minas Gerais e naBahia. Desde maio, está instalado em Curitiba, onde permanece até março de 2008. "Queremos ir para o interior do estado, como fizemos em outros lugares. Mas, ainda estamos planejando", explica Priscila.

A atriz começou o trabalho sozinha, mas, em 2003, firmou parceria com o ator e diretor paulista Márcio Zatta. No ano seguinte, deixou Minas Gerais para se fixar em Vitória e registrar o grupo como profissional.

A mudança não foi por acaso. "Vitória ficava perto do eixo Rio-São Paulo e tinha uma carência muito grande de bons espetáculos", conta Zatta. Na capital capixaba, Priscila conheceu os atores Poliana Mello, Rodrigo Brand e Sandra Mendonça. Juntos, os quatro atores-produtores e o diretor Zatta iniciaram um trabalho intenso de realização e apresentação de espetáculos e ciclos de leituras dramatizadas.

Em dois anos, foram apresentados 11 trabalhos, que renderam reconhecimento local. "O diferencial da companhia era a qualidade, quantidade e regularidade. Também começamos a criar a cultura de ir ao teatro em dias da semana, às segundas e terças, por exemplo", explica Rodrigo Brand.

No começo deste ano, decidiram deixar Vitória para uma longa temporada em Curitiba. O interesse pela capital paranaense veio pela tradição cultural da cidade. "Curitiba tem o maior festival de teatro da América Latina e é fora do eixo Rio-São Paulo. Chegamos à conclusão de que aqui seria o terceiro centro cultural mais importante do Brasil", diz Zatta.

Desde maio na capital, o grupo já apresentou duas peças de teatro e três ciclos de leituras dramatizadas. Atualmente, estão em cartaz o projeto Segundas com Nelson, parte do Ciclo de Leituras Dramati-zadas Nelson Rodrigues, e a peça Hoje Tem Espetáculo, ambos no Teatro Celeiro.

Até março de 2008, quando deixam a cidade, pretendem apresentar outras sete peças. Na próxima quarta (25), estréia O Casa-mento, e, em agosto, volta ao cartaz Mulheres de Nelson, apresentada em maio no Espaço TEUNI, da Universidade Federal do Paraná.

Arte nas escolas

Outro projeto do grupo leva o teatro às escolas. São dois trabalhos apresentados, A Árvore e a Menina da Janela, para o público infantil de primeira a quarta série, e Hoje Tem Espetáculo, para os adolescentes de quinta a oitava séries. "Falamos sobre educação ambiental para as crianças. Já a peça para o público adolescente trata de reflexões sobre o ser humano", comenta Rodrigo Brand.

O objetivo é levar arte para quem normalmente não teria condições financeiras de ir ao teatro. "Cobramos preços reduzidos, de dois a três reais. Normalmente a criança pagaria dez", diz Priscila.

De maio a junho, foram palco dos trabalhos pelo menos 30 escolas públicas e particulares. Para o segundo semestre, estão agendadas mais 16 apresentações. "Queremos formar público de teatro, fazendo com que as crianças criem o hábito desde cedo", afirma Zatta.

Mesmo com tantas frentes de trabalho, ainda falta apoio à companhia, que trabalha sem patrocínio e sobrevive com a renda das apresentações nas escolas. Para Brand, é normal que as pessoas tenham um pouco de receio com o que não conhecem. "Em Curitiba, ainda estamos nos apresentando ao público. Não temos adesão como tínhamos em Vitória", conta.

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