Alegria chega a Curitiba

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A alegria vai chegar primeiro a Curitiba. A capital paranaense vai inaugurar a segunda turnê da companhia canadense Cirque du Soleil no Brasil, que desta vez traz ao público brasileiro o espetáculo Alegria, em temporada de dez meses em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A capital gaúcha encerra a turnê, em maio de 2008.

No ano passado, o espetáculo Saltimbancos foi assistido por mais de 250 mil pessoas em 140 apresentações realizadas em São Paulo e Rio de Janeiro. A passagem bem-sucedida pelo país, que arrecadou cerca de R$ 60 milhões na bilheteria, abriu caminho para uma temporada mais ambiciosa, que prevê 250 apresentações "e cerca de 130 milhões de ingressos vendidos". É o que prevê Fernando Alterio, presidente da CIE Brasil, empresa de entretenimento e marketing cultural que organiza o espetáculo no país.

Os nove números de Alegria serão exibidos pela primeira vez ao público brasileiro no dia 14 de setembro, em uma grande tenda montada no estacionamento do Centro de Convenções Expotrade, em Pinhais (região metropolitana de Curitiba). A montagem, dirigida pelo italiano Franco Dragone, foi criada em 1994, inspirando-se no circo tradicional e nas famílias circenses que cruzavam a Europa.

Participam do elenco 53 artistas de 14 nacionalidades – um deles, inclusive, é o brasileiro Marcos de Oliveira Kazuo, que participa do número de palhaços. Uma dupla de jovens acrobatas do espetáculo antecipou dois números, "Manipulation" ("Manipulação") e "Contortion" (Contorção"), em uma coletiva de imprensa realizada ontem, em São Paulo.

A russa Maria Silaeva, de 20 anos, demonstrou habilidade e sensualidade ao manipular fitas e, depois, cinco bambolês, que ela girou com os pés, as mãos, o pescoço e a cabeça, enquanto se contorcia em inúmeras posições. A acrobata da Mongólia, Oyun-Erdene, de apenas 14 anos, deixou o público literalmente de boca aberta. É difícil descrever o grau de dificuldade de suas contorsões, que nem mesmo um iogue experiente conseguiria reproduzir. Para essa mostra à imprensa, a artista veio sozinha. Mas, no espetáculo, forma dupla com outra contorcionista mongol. "Fomos escolhidas entre nove contorcionistas selecionados em uma audição do Circo de Soleil, em nosso país", disse a menina, que começou a praticar contorcionismo aos cinco anos.

"O espetáculo começa com um número de trapézio duplo, criado especialmente para a turnê latino-americana", conta o diretor artístico Luc Ovellette. Em seguida, um trampolim contribui para dar velocidade e altura às acrobacias em cama elástica de "Power Track". Ovellette conta que o número sofreu diversas mudanças desde 1994, e o cita como prova da evolução do espetáculo ao longo dos anos.

Seguem outros atos com palhaços, manipulação de facas e fogos, acrobacias com elásticos, fitas, argolas e barras em que os artistas, ao mesmo tempo que desempenham seus números, interpretam personagens de uma corte em que os velhos dão lugar a uma nova geração. "É uma celebração da vida, em que a audiência pode faz sua própria leitura do show", diz Ovellette.

Serviço: Alegria. Cirque du Soleil. Estacionamento do Centro de Convenções Expotrade (Rod. Dep. João Leopoldo Jacomel, n.º10.454 – Pinhais). Estréia dia 14 de setembro. Terças, quartas e quintas-feiras, às 21 horas; sextas e sábados, às 17 e 21 horas; e domingos, às 16 e 20 horas.