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Amor, morte e tempo. Esses são os pontos principais da peça "Obsessão, Amor e Dor".

A apresentação aconteceu no último domingo (7) na sala Londrina do Memorial de Curitiba. As três histórias representadas no palco apresentam uma mescla dos sentimentos que dão nome à peça. A primeira, passa no século 19 e mostra uma mulher branca apaixonada pelo jardineiro negro. Ela então tem que lidar com todo o preconceito da família. Na segunda, é retratada principalmente a mulher no mercado de trabalho. Um casal de poder aquisitivo apaixona-se e o ciúme doentio do homem leva a mulher a cometer suicídio. A terceira é mais atual e representa a obsessão da mulher pelo marido, levando-a a adoecer e a morte.

Cada uma das tramas representadas são livremente inspiradas em histórias reais de obsessão. A peça é acompanhada também de música clássica, traz um peso sentimental e uma conotação fúnebre à trama. E os três atores no palco interagem com o público, mostrando que aquilo é real e não apenas ficção.

No palco, três objetos são essenciais nas três histórias: uma flor que representa a doçura, um relógio que mostra como o tempo controla a vida das pessoas e uma vela que representa que sempre há uma saída. São usados também diversos objetos que as pessoas deixam ao final da peça e cada objeto tem a sua própria história, trazendo para cena o peso de que todos um dia sentiram ciúmes.

A peça é baseada num livro da terapeuta Susan Forward, que trata a obsessão de casais. Ela se inspirou nas histórias de suas pacientes para escrever. "Queremos mostrar que todos estamos sujeitos a isso. Todo mundo pode sentir ciúmes, mas é necessário ponderar para que esse amor não se torne uma obsessão. Já conheci casos de amores obsessivos que se tornaram câncer. Sempre ao final do espetáculo somos abordados, e as pessoas nos contam o quanto ela se identificaram com a peça", afirma a diretora do teatro, Adryana Ryal.

A companhia mineira Teatrando participa pela primeira vez do Fringe. Foram mais de 22 horas de viagem dentro de uma Kombi para conseguir chegar a Curitiba. E mesmo cansados e sem dormir, isso não impediu que eles subissem no palco, e apresentassem o espetáculo. "O Festival de Curitiba é muito conhecido por todo o Brasil e participar dele é maravilhoso. O Fringe traz muito reconhecimento para o currículo do grupo, dos atores e uma experiência enorme. Nós fomos muito bem acolhidos aqui e tivemos toda a estrutura necessária", declarou a atriz Priscila Helena, há 3 anos na companhia. "As peças de rua são fantásticas e é muito gratificante participar de um dos maiores festivais da America Latina que é o Fringe", afirma Ana Paula Osório, atriz desde criança no teatro. "A dinâmica do festival é muito interessante, e tem um espaço muito bom. Da vontade de voltar sempre e explorar todo o festival", declarou o ator Tiago Fontoura, há 7 anos na Companhia. "Quem esta começando no teatro agora, eu só deixo uma dica: ame muito", declarou a diretora que atua há mais de vinte anos. "Eu tenho um amor obsessivo pelo teatro. Isso aqui é minha vida", brinca.

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