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Anderson Silva e Chael Sonnen: embate dentro e fora octógono | Divulgação
Anderson Silva e Chael Sonnen: embate dentro e fora octógono| Foto: Divulgação

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Para entender o subtítulo do documentário Anderson Silva: Como Água, que entra em cartaz hoje em Curitiba, é preciso assistir à sequência de abertura do filme, estreia em longa-metragem do norte-americano Pablo Croce. Em uma entrevista, o lutador de artes marciais sino-americano Bruce Lee (1940-1973), elucubra sobre a importância para um lutador de ter a adaptabilidade da água, que em um copo ou em uma garrafa, adquire a forma do vasilhame.

Anderson Silva, também conhecido como "o Aranha", nasceu em São Paulo, foi criado em Curitiba e é hoje um herói brasileiro: aos 38 anos, e especialista em muay thai, detém há 15 lutas, desde 2006, o título de campeão mundial peso médio (até 84 kg) do Ultimate Fighting Championship (UFC), que combina várias modalidades de luta. Muitos atribuem sua invencibilidade a sua capacidade de concentração para os embates.

A citação a Bruce Lee, portanto, não é gratuita. Além de fã do mestre do kung fu e ícone do cinema, Silva parece comungar com a ideia de que o esporte que pratica vai além da força bruta, da capacidade de bater e resistir aos golpes dos oponentes. É preciso suar, chorar e, sobretudo, ter muito controle sobre as próprias emoções e das situações em que se coloca, ainda mais quando dentro do octógono – ringue no qual as lutas acontecem.

O documentário foca no período entre dois confrontos: entre Silva e outro brasileiro, Demian Maia, no dia 10 de abril de 2010; e contra o norte-americano Chael Sonnen, em 7 de agosto do mesmo ano. Muito criticado dentro e fora dos limites do seu esporte por ter mais brincado do que brigado com Maia, Silva se torna alvo de provocações agressivas, e por vezes racistas e xenófobas, de Sonnen.

O rival, natural da cidade de Portland, no estado de Oregon, coloca em dúvida a autenticidade de Silva. Diz que sua postura zen é jogo de cena, insinua que o lutador brasileiro e sua entourage sabem mais inglês do que alegam, o acusam de ser uma farsa, um produto de marketing. E, ainda por cima, Sonnen afirma que Anderson dá mal exemplo aos jovens ao se vestir e se comportar como o integrante de uma gangue de afro-americanos.

Embora seja um filme para fãs e, portanto, bastante parcial a favor de Silva, Como Água se sai bem na missão de reforçar a imagem de seu protagonista como um homem de família – bom filho e marido, se casou aos 17 anos, quando engravidou a namorada de adolescência –, um amigo leal e um atleta obstinado, abnegado até. E também envolve o público ao construir um clima de tensão crescente até o embate dramático com Sonnen, que para os brasileiros é retratado como um fanfarão americanóide que o público vai amar odiar. Detalhe: a próxima luta de Silva será com ele, em 16 de junho deste ano, em São Paulo. Vem aí Como Água 2?

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