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Amadeo terá de enfrentar o vilão da história para salvar a sua cidade natal | Divulgação
Amadeo terá de enfrentar o vilão da história para salvar a sua cidade natal| Foto: Divulgação

Cinema

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Juan José Campanella é um cineasta essencialmente popular. Diretor de alguns dos maiores sucessos na história do cinema argentino, como O Filho da Noiva (2001) e O Segredo dos Seus Olhos (2009), vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, ele divide a crítica: há quem o considere um conservador, tanto na forma quanto no conteúdo. Mas não há como negar seu domínio da linguagem cinematográfica clássica, que coloca a serviço de histórias que cativam o público dentro e fora de seu país.

Não é de se espantar, portanto, que depois de ter sido reconhecido por Hollywood, onde já trabalhou na direção de seriados, como Law and Order e 30 Rock, Campanella tenha apostado em um projeto como Um Time Show de Bola, animação em 3D que chega hoje ao circuito brasileiro depois de levar até agora 2,1 milhões de espectadores aos cinemas argentinos.

Apesar de não ter no elenco atores de carne e osso, o filme é totalmente coerente com o cinema afetuoso e redentor do diretor, que em praticamente todos os títulos de sua filmografia repete a mesma toada: a do indivíduo em desvantagem que luta para fazer valerem seus sonhos. Não à toa, a indústria norte-americana o recebeu de braços abertos – prepara, atualmente, o piloto de uma nova série de tevê nos EUA, Hold and Catch Fire.

Em Um Time Show de Bola, o "herói perdedor" da vez é Amadeo, um jovem do interior da Argentina, frágil e um tanto tímido, que tem um grande talento: é um exímio jogador de totó (pebolim). Um dia ele é desafiado por Ezequiel, um garoto arrogante que vive se gabando por ser um craque do futebol de verdade. Só que, na mesa de pebolim, Amadeo leva a melhor.

Anos mais tarde, Eze­­quiel, que nunca esqueceu a humilhação sofrida na adolescência, retorna rico e com seu dinheiro quer transformar a cidade natal em uma espécie de parque temático. Para salvar a localidade, Amadeo terá de aceitar o desafio proposto pelo vilão: enfrentá-lo em uma partida de futebol. Para ajudá-lo, os bonecos da mesa de jogo, alguns verdadeiros estereótipos de boleiros argentinos, ganham vida.

Realizado com um orçamento de US$ 20 milhões, Um Time Show de Bola consumiu três anos de trabalho e não deixa muito a dever, em termos técnicos, à produções do gênero norte-americanas. O roteiro por vezes perde o ritmo, mas decola de vez quando Amadeo resolve recrutar os mais improváveis moradores de sua cidade para enfrentar a equipe turbinada de Ezequiel. É quando a mágica de Campanella, o cineasta dos perdedores, se dá, e encanta até o espectador mais relutante. GGG

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