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É difícil visualizar o galã latino favorito de Hollywood como o diretor responsável por ``El Camiño de los Ingleses'', que faz sua estréia na Espanha esta semana.

O segundo filme de Antonio Banderas como diretor está muito distante de suas brincadeiras cinematográficas como ``A Máscara de Zorro'', ``Pequenos Espiões'' ou outros sucessos de bilheteria que o transformaram em ator mundialmente conhecido.

Em lugar disso, Banderas criou uma crônica sobre o caminho confuso que leva adolescentes à idade adulta na Espanha.

``É minha idade!'', disse um dos maiores astros internacionais da Espanha em coletiva de imprensa. ``Ando ficando mais pensativo. Hoje, me vejo melhor atrás de uma câmera do que diante dela.''

Falado em espanhol, o filme conta a história de um grupo de rapazes no limiar da idade adulta, seus amores e conflitos.

Banderas disse que o filme é sua tentativa de levar algo mais pessoal e arriscado à tela grande, mas também de criar uma oportunidade para uma nova geração de atores locais de Málaga, sua cidade natal, no sul da Espanha.

O diretor de 46 anos disse que tentou ignorar as idéias pré-concebidas que atores e diretores impõem aos filmes quando tentam criar sucessos de bilheteria e de crítica.

``Procurei me livrar dessas restrições. Não sei se o fiz como reação aos 17 anos passados em Hollywood. De qualquer maneira, não vou repudiar esses 17 anos, que sem dúvida me proporcionaram esta possibilidade de comprar minha liberdade.''

A carreira de enorme sucesso de Banderas como ator foi lançada sobretudo nos filmes do premiado com o Oscar Pedro Almodóvar, nos anos 1980. De lá para cá, ele já atuou em inúmeros sucessos de bilheteria, incluindo sua participação vocal em ``Shrek 2''.

Seu primeiro grande sucesso comercial em inglês foi o premiado com o Oscar ``Filadélfia'', de Jonathan Demme, em que Tom Hanks era um advogado com Aids.

Novas Expectativas

Banderas disse que não espera nada de seu novo filme além do prazer que já sentiu em fazer o longa, rodado integralmente em Andaluzia.

Baseado no premiado romance espanhol homônimo de Antonio Soler, o filme não é autobiográfico, mas parece ser profundamente pessoal.

``Ele me fez voltar àquele lugar repleto de vertigem, vazio e incerteza, que é o que eu sentia nessa idade. Meus dezoito anos não foram uma idade de primavera e juventude bela, para mim'', disse Banderas.

O filme com certeza é mais pessoal do que ``Loucos do Alabama'', de 1999, sua estréia na direção, rodado em inglês e estrelado por sua mulher, Melanie Griffith.

Embora se junte a vários outros atores que já aproveitaram seu sucesso como atores para financiar um filme por trás das câmeras, Banderas não criticou a fórmula de Hollywood.

``De certa maneira, eu próprio sou o inimigo natural deste filme: o galã bonitão típico que já fez muito cinema comercial'', disse ele. ``Fiz este filme simplesmente por curiosidade minha com relação a fazer cinema. É um exercício de honestidade.''

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