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Na última sexta-feira, palco do Sesc da Esquina se mostrou perfeito para os gaúchos | Vinicius Grosbelli/Divulgação
Na última sexta-feira, palco do Sesc da Esquina se mostrou perfeito para os gaúchos| Foto: Vinicius Grosbelli/Divulgação

De Curitiba eles manjam. Já tocaram num Paiol apinhado, sofreram com o som ruim das Ruínas de São Francisco, botaram o povo para dançar no James Bar e romperam tradições ao "invadirem" a tradicional Sociedade 13 de Maio. O melhor show da banda gaúcha Apanhador Só na cidade com a qual dialoga tão bem, no entanto, estava reservado para a última sexta-feira, quando um Sesc da Esquina abarrotado aplaudiu um grupo que, se ainda não está em seu auge, o vê de pertinho.

A missão, novamente, era divulgar Antes Que Tu Conte Outra, vencedor do prêmio de melhor disco popular pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo e do Prêmio Açorianos de Música nas categorias melhor álbum pop e melhor intérprete (Alexandre Kumpinski), respectivamente. Ao vivo, os louros também estão em boas mãos.

Com um som impecável à disposição – crucial para uma banda que utiliza diversas traquitanas como instrumento –, os gaúchos mostraram duas diferenças essenciais em relação às apresentações anteriores por aqui: o trabalho de repertório, com medleys bem costurados no início e no fim do show; e uma precisão de anestesista na execução das músicas, coisa que, sabemos, só acontece com doses cavalares de ensaio, entrosamento e "energia".

Com participação especial do guitarrista Diego Polini, os guris passearam por seu repertório já extenso e criaram diversos momentos, o que simboliza o arsenal dessa banda sofisticadamente simples. Houve o clima messiânico na soturna "Lá em Casa Tá Pegando Fogo", a despretensão de "Torcicolo", e canções que ganharam vida extra ao vivo, como a magnética "Cartão Postal".

Destaque intrigante foi "Nado" e seu niilismo proposital: a convite da banda, mais de 20 adolescentes subiram ao palco e, com a ajuda do barulho de apetrechos diversos, ajudaram a desconstruir a canção.

Ao reciclar gerações ao mesmo tempo em que continua semianônima para o país – eles tocaram no Lollapalooza Brasil sim, mas sob o sol peludo das 12h15 – a Apanhador Só revela a dificuldade em se fazer um bom trabalho autoral em um mercado tão confuso e cruel. GGGG

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