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O terraço da casa de Arnaldo Antunes se transformou em palco | Divulgação
O terraço da casa de Arnaldo Antunes se transformou em palco| Foto: Divulgação

Logo que se debruçou pela primeira vez na grade do terraço da casa onde mora em São Paulo, há oito anos, Arnaldo Antunes notou que o espaço era perfeito para um show. Mas não poderia ser uma apresentação qualquer: o cantor e compositor paulistano resolveu transformar sua morada no cenário do recém-lançado disco "Ao vivo lá em casa", gravado em agosto, um mês antes de ter se tornado um cinquentão. "Já havia pensado que um dia iria fazer isso, com esse título, com esse conceito", explica em entrevista ao G1.

O projeto, dirigido por Andrucha Waddington, mudou bastante a rotina de Antunes. A casa teve que ser adaptada para comportar toda a estrutura. "Nos últimos dias antes da gravação, tive que me mudar para fora de casa. Fiquei quatro dias dormindo fora." O quarto virou camarim, o terraço assumiu o papel de palco e por aí vai...

A vizinhança, ciente do aniversário de 50 anos do ex-titã, sequer pensou em reclamar do barulho. "Tive que pedir autorizações da sub-prefeitura. Os vizinhos foram convidados e alguns apareceram. Foi tudo cercado de afetividade: só conhecidos, família, amigos. Era uma festa em casa", sintetiza. Naturalmente, o show migrou do "lá em casa" para casas de show, como foi com o lançamento da turnê, em novembro, no Citibank Hall, em São Paulo. "Existe um espírito afetivo que acabamos levando para todos os lugares."

Além dos vizinhos, o cantor também convocou Erasmo Carlos, Jorge Ben Jor, Demônios da Garoa e Fernando Catatau (guitarrista da banda cearense Cidadão Instigado) para o disco. Catatau produziu o álbum "Iê-iê-iê", que abastece este registro ao vivo.

Ao falar sobre Erasmo, Antunes revela que se aproximou do cantor no final do ano passado, quando o Tremendão escreveu o texto de apresentação de "Iê-iê-iê". "Ele topou o convite e eu adorei fazer essa homenagem pra ele", garante, sobre sua regravação de "Sou uma criança não entendo nada", de Erasmo. Ben Jor é outro que diz acompanhar desde criança. "Surgiu a ideia de fazer 'As árvores'. Tive a felicidade de promover o encontro dos dois [Erasmo e Ben Jor], que eram da turma da Tijuca, no Rio de Janeiro, e moraram juntos em São Paulo."

A banda que acompanha Arnaldo também é de deixar qualquer front man babando. Entre outros, o cantor é escudado por Marcelo Jeneci nos teclados, Edgar Scandurra na guitarra e Curumin na bateria. "É um privilégio. Todos têm os trabalhos solo e sou fã deles. Claro que às vezes temos incompatibilidade de agenda, mas colocamos um substituto ou outro."

Afora a carreira solo, Antunes mantém ativo o projeto Pequeno Cidadão, no qual se dedica à música infantil. O quanto esse projeto e outras participações em canções do gênero refletem o fascínio de ser pai? "Comecei com várias participações no Palavra Cantada [grupo de Sandra Peres e Paulo Tatit], cantando canções de ninar. É sempre uma coisa meio casual." Assim foi quando o programa "Rá tim bum", da TV Cultura, encomedou uma música sobre a importância do ato de lavar as mãos. "Virou um sucesso, fiquei reconhecido entre as crianças por isso. Foi um barato. Acabei participando de vários projetos infantis, como o Partimpim."

Para ele, estar com os filhos é notar um olhar revelador e poético de descoberta do mundo. "Somos músicos e somos pais, já tínhamos um repertório caseiro para os filhos: para comer, brincar... Reunimos isso e montamos o Pequeno Cidadão. Chamamos nossos filhos para participar, virou CD e DVD. Fazer coisa para criança é gostoso, por estar com meus filhos."

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